quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Capelinha Dupla?? Rio de Janeiro!!

https://omensageiro77.wordpress.com/2015/11/16/capelinha-rio-sp-b-h-e-poa-placa-no-alto-estamos-no-sudeste/

ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"


Imagens pertencentes ao sítio Ônibus Brasil. Créditos mantidos. Visite as fontes.
Local:
Rio de Janeiro-RJ.
Data:
1982.
Viação:
Campo Grande.
Carroceria:
Caio Amélia.
Motor:
Mercedes-Benz.
Observações:
Autoria da imagem de Donald Hudson, inglês que passou férias no Brasil em 1982, fotografando centenas de ônibus nas 3 maiores capitais do Sudeste: Rio, SP e BH.

Rio de Janeiro, 1982. Busão com capelinha, aquele letreiro menor no teto pra vir o número da linha. Foi muito comum no Rio, São Paulo e Belém-PA, e em menor medida presente também em Porto Alegre-RS, Brasília-DF e Belo Horizonte-MG, eventualmente achamos um ou outro caso em outros lugares também.

Mas espera aí: o modelo Amélia já tem esse espaço pro número da linha ao lado do letreiro principal. Pode ver que então o nº da linha (no caso 393) vem então duplicado. Configurando uma capelinha dupla, portanto (abaixo em escala maior).

Capelinha teve em vários lugares. Mas Amélia com capelinha (“capelinha dupla”) só mesmo no Rio de Janeiro!

Como já escrevi antes: “ Em Santos-SP circularam alguns busos com capelinha, mas eles vieram usados do Rio, no Litoral Paulista a capelinha ficou desativada (ao menos as fotos mostram isso). Houveram mais alguns casos esporádicos Brasil afora, por exemplo na Grande Maringá-PR.

Além do Brasil, Grécia e Holanda na Europa, Egito na África e nosso vizinho Uruguai também tiveram capelinha. A Tailândia, que fica na Ásia obviamente, tem capelinha até hoje, sendo atualmente o único país que usa esse adereço, pelo menos até onde sei.

Em Florianópolis em maior escala e também no Rio havia uma 'capelinha invertida', ao invés de sobre o teto ficava sob o mesmo, ou seja, dentro do para-brisas. Mas essa é uma história que contaremos outro dia.”
……….

Outro detalhe: a empresa, Viação Campo Grande, está grafada dentro de um círculo.
 
Trata-se de outro traço típico carioca, que atravessou todo século 20. Perto da virada do milênio a viação passou a vir dentro de um retângulo.

Notamos assim que houve uma leve modificação mas de qualquer forma manteve-se a tradição de ser dentro de uma figura geométrica. Depois até isso foi eliminado, no início da década de 10 enfim veio a padronização de pintura, quer excluiu de vez todas essas peculiaridades.

Mas no fim dessa mesma década de 10 (o momento atual, escrevo em 2018) as viações acharam um jeito de driblar a padronização: os ônibus com ar-condicionado voltaram a ter pintura livre.

Ainda tem mais: agora nos fixemos na linha. “Bangu-S. Francisco”, lemos por cima. Espremido embaixo, formando um arco sob o corpo principal do texto, lemos que é “Via V. Militar”.

Mas não duas camadas sobrepostas regiamente, de mesmo tamanho. Não. A de cima era maior, a debaixo surgia como num arco sob esta. Ocorreu creio dos anos 50 ou 60 até os fim dos 80.

Esse letreiro em duas camadas, com a debaixo em forma de arco, depois foi imitado por outras cidades em menor escala – notadamente João Pessoa-PB – mas é outra característica busóloga indelével do RJ. 

E pra fechar: a placa não vem no para-choques, que tem um espaço específico pra isso, mas sim na grade, mais alta. Traço típico do Sudeste Brasileiro, comum também em São Paulo e BH.

Tudo somado: capelinha dupla só teve no Rio. Placa mais alta. Linha em duas camadas, com a debaixo num pequeno arco. Viação numa bola. 

Busão Carioquíssimo, Carioca da Gema, mais Rio de Janeiro impossível.

https://omensageiro77.wordpress.com/2015/11/16/capelinha-rio-sp-b-h-e-poa-placa-no-alto-estamos-no-sudeste/


Mais uma foto, da capelinha em escala ampliada, mostrando só ela em detalhe:

Publiquei matéria específica sobre o transporte carioca:

- O TRANSPORTE NO RIO: BONDE ANTIGO, BONDE MODERNO (VLT), AMPLA REDE DE TRENS DE SUBÚRBIO, METRÔ, BARCAS, POUCOS ARTICULADOS E CORREDORES:

Moderno VLT no Centro do Rio de Janeiro, 2020.

TELEFÉRICOS, BI-ARTICULADOS E PADRONIZAÇÃO DE PINTURA VIERAM MAS DURARAM POUCO (outubro de 2021) –

Houve enorme esforço de modernização pra Olimpíada, e alguns dos benefícios se mantiveram:

Ampliação do metrô, VLT, integração no cartão, elevador no Morro Santa Marta, e o próprio BRT, que na orla funciona bem.

Por outro lado o dinheiro acabou, situação já presente após o Rio-16, e que se agravou muito com a epidemia.

Vários setores do transporte coletivo carioca estão a beira do colapso, como alias também outras áreas como saúde, segurança e a própria governabilidade política.

O teleférico nos morros do Alemão e Providência, os bi-articulados e a padronização de pintura já se foram.  A continuidade de todos os demais modais está ameaçada.

Além dessa radiografia do presente, traço uma perspectiva histórica do século 20, com ênfase especial dos anos 70 pra cá.

 

CONFIRA A SÉRIE SOBRE O RIO DE JANEIRO:

RIO 40º: CAPITAL DO MELHOR E DO PIOR DO BRASIL (setembro de 2022)

Abordando a tentativa da burguesia de se isolar num “subúrbio a estadunidense” na Barra da Tijuca – até os anos 90 deu certo, com a melhoria dos transportes que falamos em outro texto não mais.

E também do processo de remoção das favelas da Zona Sul no início do regime militar – igualmente começou com grande fôlego mas por diversos fatores foi interrompido.

Uma das que seriam retiradas seria a do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, na divisa de Copacabana e Ipanema. Como você vê ao lado, não deu certo.

Conto a origem do nome de algumas favelas, inclusive a mais antiga do Brasil, o Morro da Providência no Centro, e mais o Chapéu-Mangueira no Leme/Copacabana, quase a beira-mar na Zona Sul.

Falo ainda do “TeteCá”, a “língua” inventada no RJ que inverte a ordem das sílabas, da pichação de muros, e mais.

 

021: A CIDADE É MARAVILHOSA MAS . . .  SE LIGA MEU IRMÃO!!!

Que a situação está complicada e de forma multi-dimensional não é segredo pra ninguém. Não o menor dos problemas é a violência urbana, evidente. Faço uma breve retrospectiva histórica mostrando as origens dessa triste situação.

 
Uma cidade ocupada militarmente, foi o que vi em setembro/2020. A impressão é que havia desembarcado em Bagdá/Iraque ou Cabul/Afeganistão. Relato com muitas fotos de uma realidade impressionante.


Outras postagens sobre o mesmo tema:

- CAPELINHA: RIO, SP, B.H., BELÉM E POA; PLACA NO ALTO: ESTAMOS NO SUDESTE

Quem tem perto de 40 (escrevo em 2021) vai lembrar quem em muitas cidades antigamente os busos tinham ‘capelinhas’ – letreiro menor no teto pro nº da linha. Muito comum no Rio e SP, sendo que no rio quase oni-presente até os anos 80 e começo dos 90.

rj-ctc-metro
CTC-RJ, anos 80 - com capelinha.

Mostra o Sudeste e mais Belém-PA, Porto Alegre-RS e até Brasília-DF (onde houve esse apetrecho em maior escala), além de dar um panorama global.

Falo também de um costume, nos anos 70 e 80 típico do Sudeste Brasileiro e também presente no Chile e Argentina: pôr a chapa na grade de respiração do motor, e não no espaço próprio pra isso no para-choques.

- DEUS É UM CARA GOZADOR E ADORA BRINCADEIRAS (mostro situações irônicas nos ônibus, e no caso do Rio abordo o sistema de Expressos e alimentadores do Trans-Carioca; também flagrei e relato curiosidades em Atibaia-SP, na Argentina e na Paraíba)
  

- DO 'FAIXA AZUL' AO FAIXA PRETA': OS VOVOS DO SÉCULO 20 (Centrado mais nos caminhões, mas falamos também dos ônibus, um pouco do Brasil - ali está postada a foto que viram no topo da página - e especialmente do Peru)


- "SÉCULO 20: 'AZULÃO EM CURITIBA SÓ NO METROPOLITANO; E "VOLVO ERA VOLVO..." 
Aqui o foco é o transporte coletivo; abordo também o fato que Curitiba só foi ter ônibus azuis municipais em 2011, antes não.
E os azuis são bi-articulados  - o que nos leva as seguintes matérias:


Aqui retrato a história do modal ‘Expresso’, desde sua criação em 1974Você sabe quantas cores o Expresso já teve em CuritibaForam 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjascinzas e azuismas sempre voltam a ser vermelhos.

(Radiografia completa, desde a implantação dos 'Expressos' nos anos 70, o começo dos articulados em 1981, massificação dos articulados em 1987/88, e chegada dos bi-articulados nos anos 90)

ANTES & DEPOIS: FROTA PÚBLICA DE CURITIBA: Antes dos bi-articulados. Mas retrata o momento que Curitiba passou de alguns poucos articulados, perto de ou mesmo menos de 10 (com uma só sanfona) pra várias dezenas deles. Entre 1987 e 88, a prefeitura encomendou 88 articulados, que vieram pintados de laranja. O busólogo curitibano Osvaldo Teodoro Born fez um excelente trabalho de mostrar cada um deles, em sua página ‘A Folha do Omnibus‘. Usei seu trabalho como base pra fazer uma matéria em minha página, acrescentando mais fotos e informações. 

Sobre São Paulo:

-  SP: A REVOLUÇÃO NO TRANSPORTE  - Nessa aqui falamos também de Campinas, e seus bi-articuladosEvidente que as coisas estão longe de serem perfeitas. Mas comparando ao que era até os anos 90 o transporte público em SP melhorou muitoSomando as redes de metrô e trem suburbano - e precisa somar, pois você acessa ambas pagando uma só passagem - a rede sobre trilhos na Grande SP já iguala o metrô de Nova Iorque/EUA. Os ônibus paulistanos igualmente mudaram da água pro vinho, mesmo que ainda haja espaço pra melhorar bem mais 

Bi-articulado Caio no Brooklin, SP, 2014.
 
Essa focando mais especificamente nos ônibus como o nome indica.
 
Abordando a pintura livre (até 1978).
 
E também as padronizações do transporte paulistano:
 
'Saia-&-Blusa' (78-92, como dito), 'Municipalizado' (1992-2003) e 'Inter-Ligado' (2003-presente)




O melhor e o pior do Brasil, a poucas quadras de distância um do outro. O Centrãoque está com muitos moradores de rua e diversos outros problemas típicos de uma metrópole desse porte;

E ali do ladinho a “Cidade Verde”, os Jardins, a Paulista, Higienópolis, e o começo das Zonas Oeste e Sul, região que ao lado da Orla do Rio é onde mais concentra elite e alta burguesia no Brasil. Além disso, um dos pontos positivos é exatamente a melhora do transporte, fotografei vários bi-articulados paulistanos em ação.
 
Outras matérias sobre o tema:

 

DEUS É UM CARA GOZADOR E ADORA BRINCADEIRAS (mostro situações irônicas nos ônibus, e no caso do Rio abordo o sistema de Expressos e alimentadores do Trans-Carioca; também flagrei e relato curiosidades em Atibaia-SP, na Argentina e na Paraíba) 
  
DO 'FAIXA AZUL' AO FAIXA PRETA': OS VOVOS DO SÉCULO 20 (Centrado mais nos caminhões, mas falamos também dos ônibus, um pouco do Brasil - ali está postada a foto de um bi-articulado operando no Rio - e especialmente do Peru)


"Deus proverá"

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