terça-feira, 31 de março de 2020

clássica pintura da Real, anos 80, São José dos Campos




Imagem pertencente ao portal Ônibus Brasil. Créditos mantidos. Visite as fontes.
Local:
São José dos Campos-SP.
Data
Década de 80.
Viação:
Real.
Carroceria:
Caio Amélia.
Motor:
Mercedes-Benz.
Observações:
Linha pro bairro do Putim, provavelmente no ponto final do bairro, a rua era de terra.

São José dos Campos, Vale do Paraíba/SP. Vitória Mercedes da viação Capital do Vale em sua clássica decoração usada nos anos 80: 'saia' verde, 'blusa' branca, e discreta faixa amarela sob os vidros.

No início da década de 90 a pintura se manteve a mesma, exceto pela faixinha amarela que deixou de existir (na segunda metade da mesma década os busões dessa viação se tornaram unicolores em amarelo - alias existe uma viação Real no Rio de Janeiro [cidade que influenciava muito o transporte de SJC] e ela também tinha sua frota inteira de amarelo).

No século 20, São José por décadas teve o transporte operado por 3 viações tradicionais da cidade: Capital do Vale, Real e São Bento.

Vigorava pintura livre, entrada por trás e o transporte não era integrado, certamente não plenamente.

Tem mais: vinha escrito ‘Cidade’ no letreiro quando os busos iam pra Centro (isso em pleno século 21; pois São Paulo e Campinas, entre outros lugares, também tiveram esse costume, mas o abandonaram muito antes, ainda nos anos 60 do século 20).

Veio o fim e a seguir a virada do milênio, que trouxe mudanças: chegaram os articulados (alguns deles usados de outras cidades, alias vários ‘carros’ curtos também). 
A Real e a Capital do Vale mudaram suas pinturas. A entrada passou pra frenteE começaram enfim a surgir as linhas integradas.

A maior mudança viria pouco depois, na virada de década de 2000 pra de 2010: chegou o momento de padronizar a pintura dos ônibus (o que boa parte das cidades do Centro-Sul e algumas do Norte/Nordeste já haviam feito nos anos 7080 e 90).

Os busos foram pintados em azul, verde ou laranja. Em cada caso em 2 tons (azul e verde claro/escuro e amarelo/laranja).

Além disso, as 3 viações tradicionais da cidade, Real, Capital do Vale e São Bento encerraram as atividadesDizendo de novo, elas operavam em São José a décadas.

No lugar chegaram a Expresso Maringá, Júlio Simões e Saens Peña.

A Exp. Maringá é pertencente ao grupo Constantino (dono da viação aérea Gol). A S. Peña é uma viação carioca, como o nome indica.

E a Júlio Simões é de Mogi das Cruzes, que fica na Grande São Paulo. Note que Mogi é na extremidade oriental da Região Metropolitana da Capital Paulista. Ou seja, pertinho de SJC.A Júlio Simões é uma gigante no ramo do transporte de cargas. De uns tempos pra cá tem investido no modal de passageiros também.

Ficou assim: saíram as 3 viações tradicionais locais.  Entraram 3 grupos de fora, sendo 2 deles de porte bem considerável. Se o serviço melhorou pra população são-joseense não vou saber informar.  

Agora SJC já está partindo pra sua segunda pintura padronizada. As cores são as mesmas da primeira padronização: azul, verde e laranja. Uma pra cada viação (respectivamente Saens Peña, Exp. Maringá e a da Júlio Simões).
…….

Pra passar a régua, quando começaram a chegar os 'sanfonados', parte deles era usada, adquiridas de 2ª mão. Uma leva de articulados que circulou em São José dos Campos pela São Bento começou sua vida útil aqui em Curitiba.


SÉRIE SOBRE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS:


PINTURA LIVRE, as 3 viações concluídas:


- Real (essa matéria que acabam de ler);




1ª PADRONIZAÇÃO DE PINTURA:

- Todas as viações em breve.



2ª PADRONIZAÇÃO DE PINTURA:

Saens Peña, azul - matéria já publicada, buso decorado pro Natal (viação carioca, tem filial em SJC);

Expresso Maringá, verde - breve (empresa do grupo Constantino, dono da viação aérea Gol);

Júlio Simões, laranja - breve (conglomerado da Zona Leste da Grande SP [próximo a SJC], inicialmente especializado no transporte de cargas, agora investindo também no de passageiros)
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Matérias sobre o tema:


NAS MARGENS DA DUTRA: SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/VALE DO PARAÍBA-SP (matéria sobre a cidade em geral, mas tem uma grande seção sobre os ônibus, contando a história desde a pintura livre nos anos 80 e as duas padronizações nessa última década)  

CAPELINHA: RIO, SP, B.H., BELÉM E POA; PLACA NO ALTO: ESTAMOS NO SUDESTE (falo um pouco do transporte carioca, que tanto influenciou o Vale do Paraíba) 

 

- A "CIDADE DA FÉ": APARECIDA ('DO NORTE')-SP: (relato de outra viagem ao Vale do Paraíba, em 2016. Mostro a padronização EMTU nos ônibus inter-municipais do Vale do Paraíba)

 

SP: A REVOLUÇÃO NO TRANSPORTE - Evidente que as coisas estão longe de serem perfeitas. Mas comparando ao que era até os anos 90 o transporte público em SP melhorou muito. Somando as redes de metrô e trem suburbano - e precisa somar, pois você acessa ambas pagando uma só passagem - a rede sobre trilhos na Grande SP já iguala o metrô de Nova Iorque/EUA. Os ônibus paulistanos igualmente mudaram da água pro vinho, mesmo que ainda haja espaço pra melhorar bem mais.

'SAIA-&-BLUSA': OS ÔNIBUS PAULISTANOS (1978-1991)Essa focando mais especificamente nos ônibus como o nome indica, abordando a pintura livre (até 1978) e as padronizações 'Saia-&-Blusa' (78-92, como dito), 'Municipalizado' (1992-2003) e 'Inter-Ligado' (2003-presente)

'CAMALEÃO' 8000 DA CMTC: O 1° TRÓLEIBUS-ARTICULADO DO BRASIL TEVE 2 CARROCERIAS, 6 PROPRIETÁRIOS, 7 (OU 9?) PINTURAS E 7 NUMERAÇÕES - Fabricado em 1985, saiu de circulação em 2012. Começou Caio e foi re-encarroçado Marcopolo. Comprado estatal, foi privatizado. Iniciou a operação na Zona Leste, foi pra Zona Sul, voltou pra Z/L, de novo pra Z/S, e como o bom filho a casa torna, retornou mais um vez pra Z/L. Ficou sem placa por 15 anos aproximadamente (até a virada do milênio tróleibus em SP e várias outras cidades não eram emplacados), começou na lona, ganhou letreiro eletrônico mas nos fim retornou a lona, ganhou ar-condicionado e portas elevadas a esquerda. Enfim, o bichão é um museu-vivo do transporte paulistano - alias hoje é exatamente isso que ele é, um ônibus-museu.

A FÊNIX TROVÃO AZUL: DE NORTE A SUL, ENERGIA JAMAIS SE PERDE, APENAS SE TRANSFORMA (abordando exatamente a CMTC e sua pintura mais famosa, a 'Trovão Azul'. Não fui só eu que gostei dela. Veja como ela foi copiada no Brasil inteiro, de Porto Alegre a Manaus/AM)

"PIXAI POR NÓIS" - A MARGINAL TIETÊ E A DUTRA (nessa mesma viagem de 16, mas aqui restrito a Grande SP, municípios da Capital e o vizinho Guarulhos) 


"Deus proverá"

sexta-feira, 20 de março de 2020

TransMetro: a Guatemala tem bi-articulados


Origem da imagem: internet.

Local:
Cidade da Guatemala.
Viação:
???
Data:
Segunda metade da década de 10.
Carroceria:
Torino6 Marcopolo.
Motor:
???
Observação:
'Torino 6' oficialmente é o Torino '2014'

Cidade da Guatemala, América Central, próximo da virada pra década de 20 ( dp século 21 evidente). Marcopolo Torino '6' bi-articulado do moderno sistema de transportes TransMetro, implantado em 2007.

É pura verdade: a Guatemala têm bi-articulados. Pouquíssimos países do mundo contam com esse ônibus de 2 sanfonas.

No Brasil, só Curitiba, São Paulo/Capital, Campinas-SP e Goiânia-GO têm esse modal

(O Rio de Janeiro e Manaus-AM  já os tiveram, mas não mais – atualizo em 2020.)

Aqui na América Latina, fora de nossa Pátria Amada, só há bi-articulados no: México, Colômbia e Equador (em Cuba houve um exemplar que rodou em testes).

Na Europa são comuns, já os vi – pela internet, não pessoalmente - na Espanha, Holanda, Bélgica, Alemanha e Suíça, sendo que na Suíça há troleibus bi-articulados.

A  China fabrica bi-articulados, mas nunca achei fotos deles operando em suas cidadesBem, as redes de metrô chinesas são muito desenvolvidas. Assim os ônibus funcionam como alimentadores do metrô, não precisam ser protagonistas.

Alias nunca presenciei bi-articulados na Ásia, e a África certamente não os possui (articulados sim, já há sistemas modernos; mas bi não).

Enfim, amigos, voltando: são poucos os países do mundo com bi-articulados. E a Guatemala é um nessa seleta lista. Tá bom pra ti?
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Recapitulando, o TransMetro é o sistema que Curitiba (que o criou) batizou de “Expresso”

Hoje se usa a sigla em inglês ‘BRT’. Na língua que for, o conceito é: linhas Troncais ligam o Centro (ou os polos de empregos, a orla onde é litoral) a periferiaEssas linhas mais carregadas são feitas por ônibus articulados, que vão por vias exclusivas. Se houver estações com embarque elevado e pré-pago, e os veículos contarem com ar-condicionado, então melhor ainda.

Na periferia, terminais garantem a  integração gratuita com os alimentadores (de maneira física ou digital, pelo cartão). 

Essas linhas, as alimentadoras, são feitas por ônibus menores – as vezes micros – e vão pras vilas, morros e favelas dos subúrbios.

Na Cid. da Guatemala, há tudo isso (ar-condicionado apenas nos ônibus mais novos, a frota mais velha não conta com esse conforto).

Por muitas décadas no século 20 a Guatemala apenas importava ônibus usados dos outros países

Muitos deles as ‘jardineiras’ que eram usadas no transporte escolar dos EUA. Jardineira, como sabem, é o ônibus montado sobre chassis de caminhão. Por conta disso, na América Central ônibus urbano é chamado ‘caminhonete’. Similar ao que acontece em Acapulco/México, apenas ali os busões são conhecidos como ‘caminhões’.

Um dia, a jardineira foi hegemônica em toda América Hispânica, do México (que é vizinho a Guatemala) a Argentina e ChilePassando por Paraguai, Colômbia, Peru e todos os outros países.

No entanto, a modernização vem retirando eles de circulaçãoAfinal por ser uma carroceria de ônibus em chassi de caminhão é bastante desconfortável.

Voltemos a Guatemala. Ela importava ônibus usados. Muitos deles jardineiras ex-escolares dos EUA, e ali várias delas operavam sem sequer repintarEsses veículos contam com apenas 1 porta, ou seja, totalmente inadequados pra linhas regulares. 

Você consegue imaginar o caos que se forma no horário de pico? Todo mundo tentando entrar e sair pelo mesmo lugar? Putz…melhor nem pensar nisso!

Não apenas dos EUA vinham os ‘latões’ guatemaltecos. Diversas outras nações exportavam busões usados pra lá. Inclusive o Brasil, e esses outros veículos são ‘cara-chata’. Sem motor saltado a frente, e com pelo menos 2 portas.

Seja como for, depois a Guatemala desenvolveu o costume de personalizar ao máximo os ônibus. Como também acontece no Panamá.

Em um dado momento, padronizaram a pintura de vermelho, ainda utilizando veículos usados de outros países, jardineiras ou não.


Em 2007 veio a revolução do TransMetro. Com tudo que tem direitocorredores exclusivos, estações com embarque pré-pago e elevado, etc.

As linhas de maior demanda são feitas por articulados, e mesmo bi-articulados. As linhas locais por veículos curtos, não-articulados, mas no mesmo padrão de pintura verde-claro unicolor.

O TransMetro conta com integração tarifária, você só paga uma vez e pode usar 2 conduções.

Paralelamente a isso, criou-se o ‘TransUrbano’, pra padronizar a pintura também das linhas não-integreadasNo TransUrbano a lataria dos ‘carros’ é azul e branca – boa parte da frota também é de fabricação brasileira. 

A pintura é padronizada, igual pra todos, e não são permitidas ‘jardineiras’, apenas ônibus de verdade, mais confortáveis pro usuário.
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Série "Bi-Articulados no Brasil" – em Manaus e no Rio eles existiram mas já foram extintos, como dito e é notório; nas demais cidades ainda operando (escrevo em 2020):


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Série de matérias que aborda a América Central e imediações:

"VIAGEM AO CENTRO DA TERRA" Reportagem que será reformada pra mostrar a modernização do transporte em toda costa do Oceano Pacífico na América, abrangendo Chile, Peru, Equador, Colômbia, América Central (Guatemala e Panamá), México e EUA - justamente Los Angeles.
 
" E O VENTO LEVOU . . ." matéria sobre Los Angeles. O título se deve a essa ser a "Cidade do Cinema", então como a postagem surgiu pra mostrar alguns desenhos sobre L.A. pegamos carona no nome de alguns filmes famosos. 


 
- NOS CANAIS DO ISTMO: misteriosas crateras que têm surgido em cidades de todo planeta, matando muita gente e dando prejuízos materiais a muitas outras pessoas. A da foto ao lado foi na Nova Zelândia, mas têm ocorrido em todos os continentes.


(Radiografia do transporte nesses dois continentes; se você nunca estudou o tema a fundo, vai se impressionar com tantas semelhanças);

Agora sobre o transporte no México:




 O TRANSPORTE, SÍNTESE DA FÊNIX COLOMBIANA

PONTO FINAL: O SONHO DO TRÓLEI-CAFÉ AMERICANO DUROU POUCO
(Falo de um restaurante que funcionou num tróleibus restaurado de Bogotá; aproveitamos pra relembrar quando a Colômbia - Bogotá e Medelím - teve ônibus elétricos operando)

MODERNÍSSIMO METRÔ, MICROS CAINDO AOS PEDAÇOS, 'ONÇAS' E O TÁXI-LOTAÇÃO: O TRANSPORTE EM S. DOMINGO - REPÚBLICA DOMINICANA

Troleibus em Valparaíso, 2015.
TRÓLEIBUS DO CHILE: 70 ANOS NA PISTA
Mensagem específica sobre Valparaíso

Aproveitando o embalo, segue a série completa sobre o México, que é vizinho dos EUA, ambas as nações têm uma relação simbiótica, estão unidos 'pro bem e pro mal', como um casamento que não pode ser desfeito. Em nenhum lugar isso é tão nítido quanto em L.A. . 

- A "CIDADE DO SOL": MÉXICO-D.F. - Abertura da série, falando um pouco da 'Cidade Azteca' e do país em geral. 

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Grafite na Cidade do México, 2012.

– “Bem-vindo ao México, não perca a cabeça. Não é modo de dizer”. Infelizmente nessa década de 10 do século 21 o México entrou numa situação praticamente de guerra civil.

“Tudo Azul”. é o futebol no México. Curiosamente, quase todos os grandes times do país tem um uniforme nessa cor.

“A Guerra Suja Mexicana” – é a política, claro“Velha Escola”: o P.R.I., o ‘partido único’ do México, está de volta a ‘sua casa’, o Palácio Presidencial. Estive lá pouco antes das eleições presidenciais (de 2012), e observei o processo eleitoral/político em 1ª mão. 

Estados Unidos Mexicanos, onde a Vida e a Morte são o mesmo. Digo, não são a mesma coisa, mas são partes de complementares de um mesmo processo.

Portanto na Visão Azteca Vida e Morte não são antônimos, e sim trabalham em harmonia. O Culto a ‘Santa Morte‘ – que é quem cuida da passagem – cresce até entre os católicos, gerando curioso sincretismo.

Entre a Serra e o Mar, Acapulco (junho/12). E é no Mar, no Oceano Pacífico, que o Sol se põe. Cidade que no século 20 era o balneário da elite mexicana - hoje o posto é ocupado por Cancún, no Caribe. Claro que sendo Acapulco tinha que aparecer muitos 'Taxi-Fuscas'.

Deus proverá