segunda-feira, 30 de setembro de 2019

CMTC operando em Campinas!


https://omensageiro77.wordpress.com/2019/09/16/sp-a-revolucao-no-transporte/


Imagens pertencentes ao portal Ônibus Brasil. Créditos mantidos. Visite as fontes.

Local:
Campinas-SP.
Data:
1989.
Viação:
CMTC (estatal municipal paulistana).
Carroceria:
Monobloco '2' (oficialmente 0-364 ou 0-365).
Motor:
Mercedes-Benz, traseiro.
Observações:
No letreiro diz 'Estádio'. Nos anos 80 e 90 haviam linhas gratuitas do Centro pro Pacaembu, Morumbi e talvez também pro Parque Antárctica em dias de jogos de futebol, cheguei a utilizar algumas vezes.

Rodovia Anhangüera, chegada de Campinas, 1989. Frota de CMTC's Monoblocos '2' se dirigem a maior cidade do interior paulista pra ajudar numa emergência.

Com exceção de uma, as viações campineiras fazem 'locaute', que é a 'greve dos patrões'. Ou seja, se recusam a pôr sua frota pra rodar. A prefeitura desloca emergencialmente os funcionários públicos de outras funções pra dirigirem os ônibus, mas ao chegar nas garagens constatam-nas vazias.

Como medida de urgência, a CMTC paulistana envia 100 Monoblocos pra ajudar, e a EMTU do governo estadual espelha a iniciativa, mandando mais 100 busões pra Campinas.

A história do transporte campineiro é bastante conturbada. Foram constantes os conflitos de perueiros contra viações oficiais, e de ambos contra o poder público. 

Em diversas oportunidades a prefeitura precisou tomar medidas drásticas pra garantir que os ônibus circulassem em segurança.

Muitas e muitas vezes viaturas da PM precisaram escoltar os busões pelas ruas. Em 1986 a prefeitura teve que encampar algumas viações. 3 anos depois, em 1989, nova confusão. Com exceção de uma como dito, as demais viações oficiais de Campinas decretam locaute, e se negam a pôr os busões pra circular
 
A cidade pede socorro. A prefeitura da capital então envia 100 veículos da CMTC. 
 
O governo do estado faz o mesmo e manda mais uma centena da frota da EMTU. Por isso vemos os Monos vermelhinhos da CMTC rasgando a Anhangüera rumo a Campinas.

Hoje tanto a CMTC quanto a EMTU foram privatizadas. Sejamos mais específicos: a CMTC acabou, sua sucessora SPTrans apenas gerencia o sistema; Enquanto que a EMTU ainda existe mas é a ‘SPTrans metropolitana’. Ou seja, a EMTU gerencia o transporte metropolitano mas não mais operando nele. 
 
Assim, a EMTU não tem mais frota própria. Então esse mega-Paese ('Paese' é a 'Tabela Trocada' em SP) não será mais possível. Esperamos pro bem de todos que a era dos locautes tenha se encerrado.

Matérias sobre o tema (abaixo das ligações há mais uma imagem, a legenda da foto acima):
 

"Deus proverá"
https://omensageiro77.wordpress.com/2019/09/16/sp-a-revolucao-no-transporte/

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Joinville, pintura livre: Gidion

https://omensageiro77.wordpress.com/2018/10/08/o-transporte-joinvillense-dos-monoblocos-e-amelias-a-era-100-busscar-a-era-pos-busscar/


Imagem pertencente ao portal SFS Ônibus. Créditos mantidos. Visite as fontes.

Local:
Joinville-SC.
Data:
Metade da década de 80.
Viação:
Gidion.
Carroceria:
Marcopolo Torino '1' (oficialmente Torino '1983').
Motor:
???
Observações:
Época que os busos em Joinville tinham propaganda na lataria, o que não ocorre mais – aqui em Curitiba nunca ocorreu.

Joinville, mais ou menos no meio dos anos 80. Torino da 1ª geração (Torino '1983' na terminologia da Marcopolo) da viação Gidion, ainda em pintura livre e com entrada por trás.

Vemos aqui 3 características que ficaram pra trás em definitivo no transporte joinvillense:

- Pintura livre, que valeu até 1987; a partir daí a pintura é padronizada pras 2 viações que lá operam, além da Gidion temos a TransTusa.
- Entrada por trás;
- Anúncios nas laterais dos veículos;

As duas últimas resistiram um pouco mais, adentraram a era da pintura padronizada. Mas acabaram na virada pros anos 90 ou logo no início deles.

E vemos algo que também acabou a nos anos 90, e não existiu por 2 décadas, mas acabou voltando: ônibus em Joinville de outra marca que não a Busscar.


Masa partir de 2010 a produção da Busscar começou a fraquejar, e ela fechou as portas em 2012. Aí as viações da cidade tiveram que comprar seus ônibus de outras encarroçadoras. A Busscar voltou a operar em 2018, mas só fabricando veículos rodoviários, urbanos ainda não.

Vou reproduzir aqui resumidamente algumas informações extraídas da Lexicar, ‘a Enciclopédia do Automotor’, em seu capítulo sobre a Nielson:
 
A Busscar começou como uma marcenaria, chamada 'Nielson e Irmão', em 1946 (curiosamente, mesmo ano que foi fundada a CMTC em São Paulo). O galpão de trabalho era improvisado no fundo da casa de um deles, no Centro de Joinville.

E como uma marcenaria se metamorfoseou numa das maiores encarroçadoras de ônibus do Brasil (e no auge mesmo uma das grandes do planeta)? Simples: na época as carrocerias de ônibus eram de madeira, e não de metal como hoje. 
 
Em 1948, dois anos após a fundação da firma, os irmãos Nielson receberam um serviço que mudaria o rumo do empreendimento. Precisariam reformar uma carroceria de ônibus. Foi aí que tudo começou. No ano seguinte (1949) a Marcenaria Nielson e Irmão constrói sua primeira carroceria de ônibus. Ainda em madeira. Foi feito sobre o chassi de um caminhão Chevrolet 46.

Pegam gosto pela coisa, e na década de 50 se especializam no ramo de carrocerias. Não apenas as de ônibus, que são fechadas. Também produzem carrocerias de caminhão, abertas. Na época a única coisa que diferenciava um ônibus de um caminhão era que a carroceria de um ônibus era fechada, a de um caminhão aberta.Mas ambas as carrocerias eram de madeira, e montadas sobre chassis de caminhões. A produção era artesanal, e não havia um padrão. Cada exemplar saía numa configuração.

Em 1958 a Busscar – ainda com o nome ‘Nielson’, lembre-se – produz sua 1ª carroceria metálica. Por esse motivo marco esse ano como o início da empresa. Pois foi aí que saiu o primeiro ônibus como hoje se entende esse conceito. 
 
Mas a Nielson já fabricava carrocerias de ônibus usando madeira desde 1949. Mais que isso, já reformava carrocerias de madeira desde 1947, e existia como marcenaria desde 1946. Retomando a narrativa, em 1958 surgiu a 1ª carroceria de metal. Por um tempo as duas técnicas conviveram, eram construídas carrocerias tanto metálicas quanto de madeira. Mas breve a linha a partir de matéria-prima vegetal se encerrou.


Já há algum tempo não se faziam mais carrocerias de ônibus de madeira. Mas a Nielson ainda produzia carrocerias de caminhão, abertas, nesse material. Com o sucesso do Diplomata, esse nicho acabou sendo abandonado da mesma forma. Resolveram acertadamente focar no que estava dando mais certo. A razão social foi alterada pra ‘Nielson & Cia.’, refletindo a ampliação de escopo. Desde o início dos anos 60 a Nielson então se especializou em fazer somente carrocerias de ônibus.  
 
A partir de 1987, começa nova revolução na companhia. É enfim lançado o ônibus urbano, chamado Urbanus.

Entre 1989 e 90 o nome é mudado, de Nielson pra Busscar. A década de 90 seria o auge da empresa, marcando uma expansão notável, a Busscar chegou a obter quase um terço do mercado nacional e fábricas em mais 5 países: Colômbia, México, Cuba, Venezuela aqui na América e mesmo na Noruega na Europa.

Por isso, repito, do meio dos anos 90 ao meio dos anos 10 em Joinville só circulava Busscar, ou pelo menos quase que totalmente. Mas de 2012 pra cá isso mudou: ainda há alguns Busscar em Jvlle. (escrevo em 2019), entretanto a maior parte da frota já é de outras marcas. 
 
E em algum momento da década de 20 não haverão mais Busscar nas ruas de Joinville, cidade que viu a marca nascer, crescer e morrer, e que um dia ela dominou inconteste. São os ciclos da vida, não?

Série sobre Joinville:
- LINHA DIRETA, AZUL NA 3ª PADRONIZAÇÃO - quando as demais linhas, em amarelo, tinham diferenciação por categoria com 3 faixinhas diagonais; 
- GIDION, PINTURA LIVRE (essa matéria que acabam de ler).
- Demais pinturas em breve.
Radiografia do estado inteiro:
  
Blumenau contou com ônibus amarelos até 2016.

Confira matéria completa com dezenas de fotos, contando a evolução dos ônibus na Grande Florianópolis, Joinville, Blumenau, Itajaí/Balneário Camboriú, Criciúma, Chapecó, Lages e as "cidades-gêmeas da divisa" (Rio-Mafra e 'Porto União da Vitória'). 

O título se deve a que das 24 maiores cidades catarinenses, nada menos que 16 têm (ou tiveram recentemente) ônibus inteiros nesse cor. 2/3. Fora mais algumas cidades menores.


Mais: a Busscar, o “ônibus-trem” (que também é Busscar), a influência curitibana, o ‘bondinho’ (‘papa-filas’), os aviões-restaurantes, a conquista campo-larguense (que também é curitibana e também é amarela). 

Matérias relacionadas:
 
  
A história da montadora, que no auge foi uma potência no Brasil. 
 
E mesmo no mundo - na Colômbia por exemplo ela é um ícone.
 
Veja todo vermelho o “Trans-Milênio”, o ‘expresso’ ('BRT') em ação em Bogotá – o articulado é um Busscar
 
Sua queda, e a luta pra se re-erguer, agora focada somente no modal rodoviário.
 
  • Em azul e branco de costas Thamco da Transtusa na pintura livre em Joinville anos 80 (fonte da foto:

    portal SFS Ônibus).

    Até que em 1987 a Busscar - ainda chamada Nielson' - começa a produzir veículos urbanos. 

    Por duas décadas, a frota joinvillense foi 100% Busscar, valorizando a marca ‘da casa’. 

    Inteiro amarelo, o articulado Busscar na pintura padronizada sai do Terminal (prov. o Central) em Jvlle. 

    Como todos sabem, a Busscar foi um símbolo da indústria de Joinville, de Stª Catarina e do Brasil. 

    Só que com a falência, as viações da cidade precisaram encontrar outras alternativas.

    - JOINVILLE, TERRA AMADA & QUERIDA -  

    Não é “a maior cidade de SC”, como muitos dizem. A Grande Florianópolis é quem ocupa esse posto, pois uma 'cidade' inclui a região metropolitana, e não apenas o município.

    Ainda assim, Joinville é a maior cidade do interior, município mais populoso de todo estado, seu pulmão industrial.  

    Por isso o maior PIB catarinense – o dobro da capital Fpolis.! 

    Seu cartão-postal mais famoso está logo na entrada da cidade, é obviamente o portal visto acima.

  • Mais reportagens sobre o tema, começamos pela capital Floripa:
  • - A CIDADE DE FLORIANO NÃO ESTÁ MAIS DESTERRADA

    • (Radiografia completa do transporte 'manezinho', com dezenas de fotos: da pintura livre a padronizada, a volta a pintura livre, ao novo retorno a padronização)

     
    • .............

      Agora os textos sobre as cidades de forma geral, abordando além dos ônibus: 

      - BLUMENAU, A "ALEMANHA BRASILEIRA:

      A cidade mais alemã do Brasil (certamente entre as grandes e médias, que têm mais de 300 mil habitantes).

      Veja acima as casas em ‘enxaimel (modelo de construção típico alemão) na Beira-Rio: isso é Blumenau.

      Agora, toda moeda tem duas faces. O lado menos conhecido de Blumenau é que de seus 300 e poucos mil moradores cerca de 60 mil vivem em ocupações irregulares nos morros.

      Na foto a seguir o morro da Rua Araranguá, no bairro Garcia próximo ao Centro: isso também é Blumenau.

    • ILHA DA MAGIA - E CONTINENTE TAMBÉM: GRANDE FLORIANÓPOLIS, SC 

      Relato geral sobre a cidade, abordando não apenas o transporte. Mas falamos também sobre isso, da volta do livre pro padronizado, cliquei várias cenas mostrando a transição.

       

      - “¡ BAMOS A LA PLAYA !” - CANASVIEIRAS E BEIRA-MAR NORTE, FLORIANÓPOLIS

      A matéria logo acima, chamada 'Ilha da Magia', havia sido feita no inverno, em junho de 2015. Estava frio e não teve então jeito de ir ao mar, como era de se esperar pela época do ano. Um ano e meio depois, voltei a Floripa em pleno verão. Estava quente, bem quente. Vi uma Praia de Canasvieiras lotada, tanto de brasileiros quanto de argentinos, uruguaios e paraguaios

      Na foto que mostra justamente a praia note o camelô com a bandeira da Pátria Amada e do Uruguai no mesmo mastro.

       Havia atambém a da Argentina, que não apareceu.

     ''MAR A VISTA'': O LITORAL NORTE DE SC: Bombinhas e Barra Velha

    Publicado em setembro de 2016, com o material sobre Bombinhas. Atualizado em novembro de 2017, mostrando Barra Velha.

    Ainda na estrada já vemos as famosas baleias, num hotel na BR-101 em Barra Velha.

    ..........

    Paraná e Santa Catarina dividem duas “cidades-gêmeas“:  

    Em ambos os casos um município em cada estado, mas formando uma única cidade. 

    Se preferir uma região metropolitana bi-estadual. Daí o título das matérias:

    - ''RIO-MAFRA'': 1 CIDADE, 2 ESTADOS (Paraná/S. Catarina) -  

    Rio Negro/PR + Mafra/SC

    Na foto acima vemos a placa da auto-escola 'Rio-Mafra':
     
    Esse anúncio no Centro de Mafra mostra como a cidade é conhecida.
    E ao lado a ponte velha que liga Mafra e Rio Negro.
     
     
    Porto União/SC + União da Vitória/PR

    Publicado originalmente apenas com um desenho em dezembro de 2014.

    Em julho de 2018 reformulado pra se tornar uma reportagem sobre a cidade.

    Ao contrário de Rio-Mafra, em “Porto União da Vitória” não é o rio quem divide os municípios (e os estados).

    Assim você pode pisar em SC e PR – simultaneamente (esq.).

    "Deus proverá"