Autoria
própria. Imagens de livre circulação, desde que os créditos
sejam mantidos
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Local:
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Durbã,
África do Sul.
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Data:
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04/2017
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Viação:
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???
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Carroceria:
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???
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Motor:
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???
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Observações:
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Tomada
no Centro, próxima a Estação de Trens de Durbã.
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Durbã,
África do Sul, abril de 2017. Ônibus urbano exibe um mural
religioso na traseira. Trata-se de uma obra de arte (abaixo, no fim da matéria, mostro em escala ampliada).
Essa
não é a pintura da viação, e portanto se assim fosse o mesmo
desenho viria estampado em toda frota. Nada disso. É a
decoração personalizada desse veículo específico, nele e somente
nele existe essa pintura.
Ou
seja, o veículo é uma tela pra uma expressão artística. Essa é
uma tradição em Durbã.
Pra
quem não teve a oportunidade de ir lá nem estudou a fundo sua
história, explico. Durbã é a maior cidade indiana fora da Índia.
Dos
3,5 milhões de habitantes da Grande Durbã, quase 1 milhão (pouco
mais de 900 mil sendo exato) têm ascendência indiana.
Andando
por Durbã, você se depara com inúmeros templos hindus, de culto a
Krishna, Shiva, Brahma, Vishnu, Lakshimi, Shakti, Parvati, Sarasvati,
Kali e outros Deuses e Deusas do Panteão Indiano, que é extenso.
O
transporte em Durbã ainda não foi modernizado. Todas as grande
metrópoles sul-africanas têm extensa rede de trens suburbanos,
herança ainda da colonização britânica.
Mas
os trens suburbanos sul-africanos - chamados 'MetroRail' - são
extremamente perigosos. Assaltos, brigas, esfaqueamentos e mesmo
latrocínios (matar pra roubar) são ocorrências comuns,
infelizmente.
Assim
o 'MetroRail' só é utilizado pelos mais pobres entre os mais
pobres, aqueles que não podem mesmo arcar com outro tipo de
condução.
O
meio mais comum de transporte na África do Sul são as vans, quase
todas são da marca Toyota e brancas, mas existem outras cores e
modelos.
Essas
são operadas pelos próprios negros. Ocorreu uma guerra pra que eles
pudessem levar suas vans ao Centro das cidades e aos bairros de
classe média, aonde estão os empregos.
Os
negros venceram essa guerra, e hoje as vans ou 'táxis' que eles
operam hoje chegam a qualquer bairro de todas as cidades
sul-africanas. E esse é o meio preferido da maioria das pessoas pra
se locomover.
Em
Pretória também há uma rede similar que atende satisfatoriamente a cidade, mas
vale lembrar que Pretória é bem menor comparada com Cabo,
Joanesburgo e Durbã.
Em
Joanesburgo igualmente há um moderno sistema de ônibus, chamada 'Rea
Vaya' – 'Estamos em Movimento' na gíria local. Mas a rede é muito
pequena, pouquíssimas linhas, absolutamente insuficiente pra uma
metrópole que já congrega 7 e segundo algumas estimativas até 10
milhões de habitantes.
E
por fim Joanesburgo e Pretória contam com o moderníssimo Gautrem (o
nome é um trocadilho com 'Gauteng', o estado que as cidades se
localizam), mais uma vez de primeiríssimo mundo, orgulho sul-africano.
O
Gautrem tem sua própria rede de alimentadores de ônibus, e você
pode usar só um dos modais ou combiná-los, nesse último caso com
atrativo desconto.
A
questão é que o Gautrem também tem uma rede pequena. É um luxo,
mas pouca gente pode usá-lo, porque ele não chega aos bairros
periféricos da metrópole, se circunscreve a parte de classe média
e média-alta da cidade.
E
aqui chegamos a Durbã. Tracei um paralelo pra vocês entenderem.
Cid. do Cabo e Pretória têm modernas redes de ônibus que atingem a
cidade inteira, Pretória tem também o Gautrem.
Joanesburgo
tem o Gautrem e o Rea Vaya, ambos ainda de redes pequenas (o Rea Vaya
está em expansão).
Mas
Durbã não tem nada disso. Tem o 'MetroRail' e as vans, que as
outras também têm, e que funcionam precariamente, só 'dão pro
gasto', isso não apenas em Durbã mas todo país.
A
rede de ônibus em Durbã ainda não foi modernizada. Não há
articulados, corredores exclusivos, terminais, estações com
embarque pré-pago e elevado, nada disso.
Digo,
há uma linha mais moderna, chamada 'MoveGente' ('PeopleMover' no
original). Ainda não tem articulado, terminal, corredor nem estação.
Pelo
menos o 'MoveGente' é feita por ônibus novos, com ar-condicionado e
tem integração temporal. Só que são pouquíssimas linhas, apenas
ligando o Centro a orla. Novamente, pra poucos.
O
grosso do transporte de ônibus em Durbã é feita por viações
independentes - boa parte delas de propriedade de indianos.
Cada
uma delas tem uma frota de 5 a 20 veículos, e opera de uma a 3 ou 4
linhas. São veículos velhos, não há integração, corredor,
terminal, estação, e muito menos ar-condicionado.
Em
compensação, são ricamente decorados, especialmente os de donos
descendentes de indianos. Olhar esses busões em Durbã é um
espetáculo a parte. Já andar neles não posso garantir. Quem tiver
ouvidos que ouça….
..........
- DA 'GUERRA DOS TÁXIS' AO GAUTREM: O TRANSPORTE NA ÁFRICA DO SUL, DA BARBÁRIE AO MODERNÍSSIMO (julho.17) -
Falamos das “Guerras
do Transporte” – não é figura de linguagem, o sangue correu e ainda
corre.
E também do que funciona exemplarmente, como os ônibus do Cabo
e o Gautrem (direita), que liga justamente Joanesburgo e Pretória.
- ÁFRICA DO SUL, O MUNDO NUM SÓ PAÍS (maio.17, abertura da série, falo da
triste era do 'apartheid', da luta que foi pra derrubar o regime racista);
– Joanesburgo, a “Metrópole Global Africana” (abril.18): Gauteng, como dito, é o menor estado (província) da África do Sul. Mas seu centro populacional, econômico e político.
Ali está
Joanesburgo, sua maior metrópole, centro financeiro e político do país.
Um pouco mais ao norte fica Pretória, a capital administrativa nacional,
que é praticamente um subúrbio do Joanesburgo.
– Encanto Multi-Dimensional: a Cidade do Cabo (e do Vinho), um Chacra da Terra (fevereiro.18): Uma radiografia completa da mais bela cidade da África do Sul, e uma das mais belas do mundo.
- América na África (Índia na África também) – é Durbã, de Porto Natal a eThekwini (setembro.18):
Se a República Dominicana é a 'África na América', Durbã, inversamente, é a ‘América na África’.
Pois se parece mais com as cidades latino-americanas (tem favelas em morros), enquanto o resto da África do Sul segue o modelo anglo-ianque de urbanização.
Ademais, Durbã é a maior diáspora indiana a nível global, a “Índia na África”.
– Khayelitsha É África: só eu e Deus na "Zona de Perigo" (setembro.17):
Minhas voltas (sozinho, de transporte público, sem celular, guia ou qualquer proteção exceto a Divina) pelas periferias de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durbã.
Todas essas cidades têm problemas seríssimos de segurança pública, como não é segredo pra ninguém.
Em Durbã andei até num camburão policial (ao lado), os policiais me deram uma "carona" pra me tirar de uma dessas periferias.
– A Riviera do Cabo (maio.17): Ensaio fotográfico mostrando a orla da Zona Sul da Cidade do Cabo. Que, repito, é uma das cidades mais lindas do mundo. E esse é seu pedaço mais encantador. Definitivamente “palavras não são necessárias“.
“
Deus
proverá”
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