Origem
da imagem acima: livro da agência de publicidade Ópus Múltipla, que
criou a campanha. Demais fotos baixadas da internet, créditos mantidos.
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Local:
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Curitiba-PR.
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Data:
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1974.
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Viação:
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Glória.
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Carroceria:
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Marcopolo
Veneza Expesso (padrão, ou 'padron' se preferir, alongado).
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Motor
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???
(talvez Mercedes-Benz).
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Observações:
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Os
pioneiros ônibus Expressos tinham uma pequena 'saia' negra, além
de diversas outras peculiaridades posteriormente extintas.
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Até
a década de 70, aqui como em todo o Brasil, não havia planejamento
no transporte: nada
de integração, padronização da pintura, corredores (canaletas)
exclusivos, terminais, e se entrava por trás.
Ou
seja, as cidades eram divididas em fatias, loteadas entre as
empresas. Quase todas as linhas ligavam os bairros ao Centro,
simplesmente.
Digo,
a pintura de Curitiba era livre, mas nem tanto. Cada empresa tinha um
desenho, sim. Mas os desenhos eram nas mesmas cores, e sempre
parecidos.
Usava-se
somente as cores cinza, amarelo e verde (uma viação somente, a
Curitiba, dispensava o cinza, mas o verde-e-amarelo estavam ali). Uma
espécie de padronização informal.
Ai
a prefeitura veio com nova proposta, um
sistema com várias camadas:
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Expressos na Praça Generoso Marques.
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O
tronco, a estrutura do sistema, são ônibus ‘expressos‘.
Em canaletas exclusivas, ligando o Centro a periferia.
Pra
começar a conversa, a entrada foi trocada pra dianteira.
Os
Expressos iniciaram essa ideia, depois os Convencionais e demais
linhas acompanharam. Mas tem mais.
Nos
terminais, sem precisar pagar de novo, as pessoas pegam os
‘alimentadores’. Que os levam até suas casas, nos bairros e
vilas mais distantes. Muitas
das antigas linhas radiais que ligavam o bairro ao Centro sem
integração foram encurtadas até o terminal mais próximo.
Algumas
linhas permaneceram, continuaram operando no mesmo roteiro. Passaram
a ser chamadas de ‘convencionais’.
Ainda
sem oferecer integração já que há demanda pra tanto. Muita gente
só quer mesmo ir ao Centro, não precisa de conexões com partes
distantes da cidade.
Conectando
os terminais entre si sem passar pela área central há as linhas de
Interbairros.
E
pintura padronizada, cada categoria de linhas tinha uma cor
específica. O busão fica uni-color, todas as viações precisam
pintar sua frota dessa maneira:
-
Expressos: vermelhos;
-
Interbairros: verdes;
Assim
funcionou nos anos 80. Haviam também algumas linhas de
micro-ônibus, pra fazerem linhas mais curtas: de branco o
Circular-Centro (como
o nome indica, no Centro), esse ainda existe - ou melhor, existia quando fiz a postagem.
Nos
bairros foram criadas as linhas de 'Vizinhança', e num patamar mais
caro o 'Seletivo' ou 'Opcional' – todas elas posteriormente
extintas. No 'Seletivo' os micros eram laranjas, o Vizinhança era branco como o Circular Centro, pois o princípio é o mesmo, linhas curtas pra deslocamentos de poucas quadras dentro do bairro.
No
começo dos anos 90 surgem os Ligeirinhos, que são cinzas. A seguir,
tentaram mais uma vez mudar a cor dos Expressos, também pra cinza.
De novo não pegou, e eles voltaram a vermelho.
Em seu número original, 8001, esse veículo inaugurou também o sistema de numeração de 4 dígitos.
Em
2011, surgem os Ligeirões azuis. Mais uma vez tentam mudar a cor dos
Expressos, mais uma vez não pega, eles retornam de novo ao vermelho.
Ainda
há Ligeirões Azulões (escrevo em 19), os que foram comprados na
primeira metade da década de 10. Mas os novos são vermelhos, quando
a frota for renovada, todos os Expressos
serão novamente vermelhos.
Outra
coisa: após as mais recentes renovações de frota ocorridas agora
no fim da década de 10, várias linhas Convencionais também estão
sendo feitos por ônibus laranjas – mas isso já é tema pra outro
dia.
………
Voltemos
a comentar a foto acima, o pioneiro Expresso. Vemos várias
características que depois foram extintas:
-
O buso já está uni-color em vermelho, mas há uma pequena
'saia' (faixa na parte inferior) negra.
-
Durante
duas décadas e meia, do meios dos anos 70 até o fim dos 90, os
Expressos
de Curitiba tinham os bancos de lado.
Voltados
pro salão do veículo, e não pra frente como é o habitual.
Assim
todos tinham que se sentar lado-a-lado, de costas pra rua.
-
Os primeiros Expressos ostentam o logo do 'Sistema Trinário'.
Trata-se daquela flecha com uma seta pra cada lado,
com outra linha no meio.
Representa justamente a canaleta do
Expresso, a pista exclusiva de ônibus no meio, uma via local em cada
sentido ladeando-a. Posteriormente o logo
Trinário foi substituído pela inscrição 'Cidade de Curitiba.'
-
Está escrito 'Norte' na lataria. Vinha escrito o ponto
cardeal do eixo. Nos
Expressos da Glória (eixo pra Santa Cândida via Cabral e Boa
Vista') . Nos da Cristo Rei (eixo pros terminais Oficinas e
Centenário [ambos no Cajuru] via Capão da Imbuia), 'Leste'.
Nos da
Redentor (eixo pro terminal CIC Sul – que até 1995 tinha ônibus
Expresso – via terminais Portão, Capão Raso e Pinheirinho),
'Sul'. E nos da Viação Curitiba (eixo pro Terminal Campo Comprido
via Campina do Siqueira).
Até
aqui, os 4 pontos cardeais. Mas a Zona Sul tinha 2 eixos. Os
Expressos da Carmo (terminal do Boqueirão via Terminal do Carmo
[também no bairro Boqueirão] e Terminal Vila Hauer) contavam com a
inscrição 'Boqueirão' na lataria.
-
Na porta há
uma flecha – na mesma cor da lataria – indicando onde
é o embarque e desembarque.
-
Não há o
nome da viação, nem a placa com o itinerário.
-
A numeração do veículo é apenas 03.
Posteriormente, os Expressos da Glória ganharam o prefixo Zero.
Assim esse 'carro' passou a ser o 0-03.
Os
Expressos, os da Redentor 3 (3-10), Cristo Rei 4 (4-05) e Curitiba 8
(8-16). As demais viações não operavam expressos (a Cidade Sorriso
ainda não havia surgido), portanto não experimentaram essa
numeração com prefixo e traço.
A
viação Carmo se rebelou. Seus expressos deveriam ter o prefixo 2
antes do traço. Mas ela não gostou dessa regra, e simplesmente a
ignorou.
Por exemplo, ela tinha um articulado que era numerado 53. Deveria,
depois que a numeração
mudou, ser repintado
pra se tornar o 2-53. Mas ela
preferiu manter
o 53 mesmo. Mais simples, a empresa pensou. A ‘quebra-regras’.
Depois
disso a numeração já foi alterada 2 vezes, primeiro pra 4 dígitos
e depois pra alfa-numérica. Essas
duas mudanças posteriores a Carmo teve que adotar, assim como todas
as outras viações.
Matérias sobre o tema:
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Inter-Hospitais. |
Micro-ônibus. Mostrando vários deles – e não apenas da Caio – em ação pelo Brasil e Chile.
No início os anos 80 Curitiba implantou seu revolucionário sistema de transporte coletivo.
Padronizando a frota em unicolor, a cor indicava a categoria.
Por quase 40 anos, de 1981 a 2020 Curitiba teve ônibus brancos, enquanto durou o Circular Centro.
As categorias Vizinhança e Inter-Hospitais, e por um
tempo até o Alimentador Zoológico, também utilizaram a mesma cor, em
períodos diferentes da história.
No entanto em 2020 acabou. Assim como o azul, o branco também foi eliminado do sistema de transporte curitibano.
O detalhe curioso é que houve um tempo que a Caio punha nomes de mulheres em seus ônibus.
Carolina era o micro.
Aqui em Curitiba a linha Circular-Centro, que tinha
sua pintura exclusiva branca, era operada pelas viações Luz
e Cristo Rei (cada uma num sentido, horário e anti-horário).
Pois bem. No Circular-Centro da década de 80 só haviam Carolinas, em ambas as viações.
Abordo na matéria também o modal Seletivo/Executivo/Opcional curitibano.
Que geralmente é feito por micro-ônibus, e “naquele tempo” muitas vezes por Carolinas.
Tem mais, mostro várias categorias que igualmente foram feitas por micros, em várias cidades brasileiras:
Porto Alegre, Brasília, o Rio, o Recife e Santos. Como essas linhas começaram, e como estão hoje.
Se tudo fosse pouco, no Chile um desses micros teve um triste final . . .virou varal!
Mais posttagens sobre o transporte coletivo em Curitiba:
Foram 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjas (dir.), cinzas (esq.) e azuis, mas sempre voltam a ser vermelhos.
– DE CURITIBA PRO MUNDO
– DO MUNDO PRA CURITIBA
Mostram, respectivamente, ônibus que começaram na capital do PR e depois foram vendidos pra outras cidades do mundo; E, inversamente, bichões que primeiro rodaram em outras terras e depois vieram pra cá.
De 2015 pra cá o sistema
metropolitano da capital do PR passou a ser grande importado de busões
usados. Isso é domínio público. Agora segura essa bomba: flagrei um Caio Gabriela Expresso operando na Costa Rica, América Central. O letreiro diz “020-Inter-Bairros 2”, entregando que ele é oriundo daqui de Curitiba.
Outra raridade postada na mesma reportagem: já na pintura do ‘Municipalizdo’ de SP. Letreiro: “203-Sta. Cândida/C. Raso”, articulado também ex-curitibano evidente.
E, o tema dessa postagem, Ligeirinho de Curitiba em plena Nova Iorque/EUA. A linha é ‘Lower Manhattan’.
Calma, como dito foi somente por uma
semana que eles rodaram lá. Uma exposição do novo sistema que estava
sendo implantado aqui. Só um espetáculo teatral, resumindo.
Usei seu trabalho como base pra fazer uma matéria em minha página, acrescentando mais fotos e informações.
Tudo somado, os 88 busos eram nessas configurações:
– 12 Caios Amélia (11 Scania e 1 Volvo)
– 26 Marcopolos Torino (todos Volvo)
– 50 Ciferal Alvorada (idem, 100% Volvo).
Vendo pelo fabricante de motor, repetindo, foram 11 Scanias (todos eles Caio Amélia e com o eixo a frente da porta) e 77 Volvos (sendo 1 Caio Amélia, 26 Marcopolos Torino e 50 Ciferal Alvorada, todos com o eixo na posição ‘normal’, atrás da porta).
Esse é focado nos ônibus. Falo bastante da cidade de Curitiba, principalmente de um fato curioso:Azul é a cor mais comum de ônibus pelo mundo afora.
No entanto, só em 2011 a capital do Paraná foi ter busos nessa cor. A vai durar pouco. Os ‘ligeirões’ comprados a partir de 2018 voltaram a ser vermelhos.
Assim, em algum momento na década de 20, a frota azul adquirida em 2011 será substituída.
Curitiba
deixará então de ter busos celestes, e então nãos os terá nem no
municipal tampouco no metropolitano. Alias esse tema já nos leva a
próxima matéria.
Foram 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjas, cinzas e azuis, mas sempre voltam a ser vermelhos.
Repetindo
o que já foi dito acima e é notório: ficou pronto em 2006, mas ficou 3
anos fechado, só sendo inaugurado (de forma errada) em 2009.
Somente em 2016 o Roça Grande se transformou num terminal de verdade.
Com linha troncal sendo feita por articulado e linhas alimentadoras com integração de fato.
Fotografei um articulado Caio ex-BH chegando no Terminal Roça Grande vindo do Centrão de Ctba. . Isso nos leva as duas próximas matérias.
Até 2015, a prefeitura de Curitiba controlava também boa parte do transporte metropolitano.
Então era proibido trazer ônibus usados, tinha que ser sempre 0km.
Nesse ano houve o rompimento. As linhas inter-municipais voltaram pra alçada do governo do estado.
Com isso, Curitiba passou a ser grande importadora de busões de outros estados.
Onde operou sem repintar por conta de uma homenagem que uma viacão sergipana faz a Pernambuco.
Depois veio pra Grande Curitiba, sendo enfim repintado no padrão metropolitano.
E assim, no bege da Comec, foi deslocado pra Itajaí/SC.
Mostro vários outros exemplos que nas viações metropolitanas a importação de ônibus usados virou rotina em Curitiba.
Especialmente entre os articulados, mas chegou ma leva de ‘carros’ curtos também.
Desde o tempo da ‘jardineira’ “Pro-Parque” e da linha “Volta ao Mundo“, que foram suas predecessoras. Passando pelo momento que a Linha Turismo ainda era feita com velhos ônibus de 1-andar. A Linha Turismo não era vista com tanta importância.
Por
isso os ‘carros’ que nelas serviam eram aposentados das linhas
convencionais, reformados pra mudarem as janelas e os bancos. Só depois chegaram os busões 0km especialmente pra Linha Turismo; Primeiro ainda com 1 andar mesmo, e mais recentemente os famosos 2-andares.
– 2021: UFA! 14 ANOS DEPOIS, ENFIM INAUGURADA A LINHA VERDE NORTE/LESTE – Incompleta por enquanto (julho de 2021)
A “Linha Verde” é o antigo traçado urbano da BR-116.
Curitiba não é mais a mesma. Antes a cidade inovava: Nos anos 70 e 80 criou - a nível global - o conceito de ônibus "Expresso" (corredores exclusivos, terminais de integração, etc.). Em 1992 foi aqui que começou a rodar o primeiro bi-articulado do Brasil.
Agora…quanta diferença: o
corredor da ‘Linha Verde’ começou a ser construído em 2007. Só em 2021
começou a circular um Expresso no trecho Leste/Norte da linha. 14 anos e
meio depois.
Ainda assim, incompleta. Só inauguraram 3 novas estações (escrevo em 21): Fagundes Varela, Vila Olímpica e PUC. Ainda faltam mais 5.
Antes tarde que nunca, ao menos
agregou novas opções de integração, as
estações-tubo F. Varela e PUC
são mini-terminais. Onde é possível baldear gratuitamente pra diversas
linhas Convencionais, Alimentadores e Inter-Bairros. A esquerda acima o Convencional Canal Belém integrando gratuitamente na Estação PUC (ao fundo o Circo Vostock, que está fixo no local há alguns anos).
- TATUQUARA, ZONA SUL: O TERMINAL QUE NÃO É TERMINAL -
(atualizado em maio de 2021, quando da inauguração do mesmo) –
Não é terminal porque foi planejado errado, não tem linhas troncais (Ligeirinho nem Expresso) tampouco Alimentadores próprios.
Não
agregou novas opções de integração. Resultado? Está vazio,
grosseiramente sub-utilizado, pois não é útil aos moradores da região.
Exatamente como aconteceu antes na Zona Norte, em Colombo.
Refrescando a memória, o
Terminal Roça Grande ficou pronto em 2006, mas só foi inaugurado - de
forma erra em 2009.
E somente em 2016 se tornou um terminal de verdade,
com linhas troncais feitas por articulados e alimentadores próprios. Faça as contas, 10 anos pra corrigir. Espero que no Tatuquara o ajuste leve menos que uma década. Bem menos.
Falo também da grande invasão que ocorreu no Tatuquara em 2020 - antes da eleição como é tradição em Curitiba - próximo a Vila Zanon. Situação tensa na Zona Sul.
"Deus proverá"
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