sexta-feira, 29 de março de 2019

Tudo Azul na Zona Sul


ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"


Autoria própria. Imagens de livre circulação, desde que os créditos sejam mantidos.
Local:
Santiago do Chile.
Data:
Março de 2015.
Viação:
???
Carroceria:
Caio Mondego.
Motor
???
Observações:
Tirei a foto em 29 de março de 2015. Publico a matéria em 29 de março de 2019, exatamente 4 anos depois.

Santiago do Chile, março de 2015. Em corredor exclusivo, articulado Caio Mondego brasileiro vai pra Alameda. Quando estive no Chile (2015, repetindo) 100% dos ônibus urbanos eram de fabricação brasileira.

A capital (executiva) do país conta com um moderníssimo sistema de transporte. Na época já eram 5 linhas de metrô, mais 2 em construção – não sei se desde então parte do que estava em obras já começou a operar.   

A rede de ônibus, no sistema chamado TranSantiago, não fica atrás. Implantado em 2006, dividiu a cidade em 9 faixas (10 com o Centro). Todos os ônibus são na cor da região que operam, com essa faixa diagonal branca no meio.

Os ônibus azul-escuros servem a faixa G, que pega a extremidade da Zona Sul. E a Zona Sul, como em São Paulo, Curitiba e Goiânia-GO (entre outras cidades, claro), é a mais povoada e pobre de Santiago, logo onde as pessoas usam mais transporte coletivo.

Hoje, como acabo de dizer, todos os ônibus são coloridos com uma faixa branca. Antigamente, quando o sistema TranSantiago foi criado, havia um pintura invertida, ônibus brancos com faixa diagonal verde-claro:

Eram os 'Troncais', ou seja, que ligavam duas regiões diferentes. Assim eles eram neutros, não tinham a cor de nenhuma região particular. Mas isso encarecia o sistema. Assim, a pintura 'troncal' foi eliminada. 
 
Não existem mais ônibus brancos, todos agora são coloridos com faixas brancas. Quando uma linha serve duas regiões, o busão é da cor da faixa na qual a viação está baseada
 
Por exemplo, na faixa I na Zona Oeste os busos são verde-escuros. Mas eu fotografei busos laranjas ali. Porque a linha liga as Zonas Leste e Oeste, mas é cumprida por uma viação sediada na Z/L.


Em Santiago com uma passagem você pode usar 3 ônibus, ou 2 ônibus e metrô ilimitado. Tudo isso com o cartão, claro. Quando você passa ele no validador ele desconta a passagem, aí você tem mais algum empo (2 horas, eu creio) pra passar em mais 2 validadores sem nova cobrança).
……..


Como pontos negativos, os ônibus são mal-conservados. Muitos são sujos e alguns circulam batidos. Assim, dão a impressão de serem muito mais velhos que são de fato. 
 
Além disso, a taxa de evasão é muito alta. Pois os busos quase todos não têm catraca – apenas alguns que vão pras partes maios afastadas do subúrbio contam com esse equipamento, e nesse caso a evasão é quase insignificante. 
 
Mas nas demais linhas não há roleta, e muita gente anda de ônibus e simplesmente não paga. Estão fazendo campanhas pra mudar esse quadro, até agora sem muitos resultados.


O articulado da foto se dirige a 'Alameda'. Calma que as aparências enganam. Em Santiago, Alameda não é uma rua de bairro, calma e cheia de árvores. Ao contrário, é o nome carinhoso da Avenida Libertador Bernardo O'Higgins, a principal da cidade.
……..


Disse no começo do texto que 100% dos ônibus de Santiago são de fabricação brasileira, e de fato assim é – ao menos era em 2015. Mas isso se refere a veículos de tamanho normal e articulados. Entre os micros, os brasileiros ainda dominam boa parte do mercado, mas nesse caso montadoras chilenas ainda marcam sua presença.



Tudo Azul na Zona Sul.
  
 
Série sobre o Chile:

1valparaiso e assim

- “A VIDA NO MORRO”, PARTE 2: VALPARAÍSO É AMÉRICA DE CORPO E ALMA

Uma imagem vale por milhares de palavras. A periferia de 'Valpo' é assim.

 
Matérias sobre o transporte no Chile
 – BUSSCAR, AQUI JAZ; UMA HOMENAGEM PÓSTUMA

A história da montadora, que no auge foi uma potência no Brasil. E mesmo no mundo – na Colômbia por exemplo ela é um íconeSua queda, e a luta pra se re-erguer, agora ficada somente no modal rodoviário.

Esse branco com faixas azuis e verdes é de Teresina-PI: pintura meio livre/meio padronizada; faixa vertical já indica padronização (imagem do portal Ônibus Brasil).

Deus proverá

quarta-feira, 27 de março de 2019

2-Andares no Brasil: Goiânia (também vermelhos)


ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"


Origem da imagens: internet- créditos mantidos.
Local:
Goiânia-GO.
Data:
2ª metade dos anos 80.
Viação:
Transurb (estatal).
Carroceria:
Thamco Fofão (ODA – Ônibus 2-Andares).
Motor
Scania.
Observações:
Repare nas calotas brancas, que dão um toque especial a um veículo que já chamativo por natureza.

Goiânia, final dos anos 80. ODA (Ônibus Dois Andares) da viação estatal Transurb, pintado de vermelho. Modelo Thamco “Fofão” Scania. Todos os 2-andares brasileiros dos anos 80 eram Thamco Scania, 'Fofão' sendo o apelido carinhoso do modelo. No andar de cima só se pode viajar sentado.

Provavelmente na ocasião da foto o ônibus está ainda numa viagem de apresentação só pra convidados, ou seja ainda não disponível pro público normal. Notamos isso pelo letreiro. Ao invés de vir a linha, está escrito "Thamco", o fabricante da carroceria (já falamos mais disso).

Londres, Inglaterra.

São Paulo inaugurou a onda dos ônibus 2-andares no Brasil. Se inspirou em Londres/Inglaterra, que não apenas consagrou esse modelo, mas os consagrou sendo vermelhos - ao lado.

Pois bem. Os ODA da CMTC paulistana também eram vermelhos. Os goianienses da Transurb, igualmente - apenas pra diferenciar havia um contorno amarelo em torno das janelas.

Repito agora algumas informações já grafadas na abertura da série "2-Andares no Brasil", pois valeram pra todas as cidades que contaram com esse modal. 

Além de Goiânia e SP Capital, houve 2-andares também em Osasco (igualmente na Grande SP) e Recife-PE. Sempre por viações estatais, respectivamente a Transurb/Goiânia, CMTC-SP, CMTO/Osasco, CTU/Recife. Segundo alguns, houveram também 2-andares em Uberlândia-MG, mas nesse caso nunca vi fotos, não posso assegurar se é ou não verdade.

 Em São Paulo existiram dezenas de 2-andares, 27 sendo mais exato. Em Osasco, também Grande SP como todos sabem, 4 exemplares circularam. Assim foi no Sudeste.

No Centro-Oeste, em Goiânia foram creio que 3 ônibus 2-andares. No Nordeste, o Recife teve apenas 1, um 'filho único'. Não houve O.D.A. em transporte regular nem no Sul tampouco no Norte Brasileiros (em compensação, se serve de consolo, o Sul e o Norte são quem concentram as casas de madeira em nossa Pátria Amada).

São Paulo, 1987.

Mas essa é outra história, que já contei outro dia. Voltando a busologia, vamos falar um pouco da carroceria. Havia a fabricante Ciferal (Cia. Industrial de Ferro e Alumínio), do Rio de Janeiro – alias ela funcionava no mesmo barracão que um dia sediou a saudosa F.N.M. (Fábrica Nacional de Motores), em Duque de Caxias, no Grande Rio. Nos anos 70, a Ciferal abre uma filial em São Paulo, que se chamava 'Ciferal Paulista'. 

Na virada dos anos 70 pra 80, um antigo gerente da 'Ciferal Paulista' a compra e a desmembra da matriz carioca. 

A nova fábrica passa a se chamar Condor. Só que a Condor tem vida curta, e em 1985 abre falência. O empresário Thamer Butros compra a Condor, e a renomeia 'Thamco', sendo o 'Tham' de seu nome e 'Co' de Condor. 

A fábrica da Thamco era em Guarulhos, na Grande São Paulo. Esse 0km clicado a esquerda foi pro Recife. Como falado e é notório, os primeiros 2-andares brasileiros nos anos 80 são todos Thamco.

Hoje, os 2-andares brasileiros são Busscar e Marcopolo, após a falência da montadora (de Joinville-SC) Busscar 100% Marcopolo (sim, a Busscar voltou em 2018, mas somente pro segmento rodoviário. Ela, ao menos por hora, não produz mais ônibus urbanos).

Goiânia, 1988.
Detalhe. Nos anos 90 a Thamco também já havia ido a pique. A massa falida foi renomeada 'Neobus'. Após alguns meses operando ainda no galpão na Grande São Paulo (Guarulhos), ela se relocou pra Caxias do Sul-RS, mesma cidade da Marcopolo. Hoje a Marcopolo é dona de 40% da Neobus. A Ciferal foi outra que também faliu, e foi comprada, advinhe, pela Marcopolo. 

Isto posto, voltemos a falar dos 2-andares. Como sabem, esse modal começou em Londres. Onde são vermelhos, é claro. Na capital da Inglaterra houveram um bichões muito longevos, que circularam décadas e décadas ininterruptamente (digo, não sei se foi a 1ª cidade a ter ODA, certamente é ali que o modal se tornou clássico).

Uma leva de veículos produzidos nos anos 50 só saiu de operação já nesse milênio (segundo algumas fontes somente na segunda década desse milênio). Ou seja, os 2-Andares originais de Londres rodaram por 5 décadas sem sair da pista, ou quase isso – assim cumprindo na Europa o papel que os tróleibus cumprem na América, o de serem 'museus vivos'

Ônibus 2-andares é ideal pra linhas turísticas, quando são poucos passageiros endinheirados que estão passeando, sem horário a cumprir. Aí só vai gente sentada, reduzindo os problemas de circulação. 

Vou dizer com todas as letras: ônibus 2-andares não são adequados pro transporte de massas, de linhas carregadas usadas pendularmente pela classe trabalhadora. Pra essas linhas é preciso articulados, que não têm escada, aí você dinamiza o fluxo no interior do veículo: todo mundo entra pela frente e vai se dirigindo pra trás, onde há muito espaço pra se acomodar e várias opções pra sair.

O auge da Thamco, nos anos 90.

Pois num 2-andares a escada toma boa parte do espaço do salão interior, onde é feito o embarque/desembarque e cobrança de passagem. Ademais, a própria escada já é um gargalo de circulação, se alguém está subindo e outro vem descendo, quem sobe tem que recuar. Você imagina o cenário: dia útil, 5 e pouco da tarde

Centro da cidade, as filas gigantescas pra massa trabalhadora entrar nos busões e se dirigir a seus distantes subúrbios. Chega o busão 2-andares. Você vai lá pra cima, pois o vagão de baixo é minúsculo, o motorista a frente, a escada no meio e o motor atrás, quase não sobra espaço pros passageiros. 

Chega a hora de descer e você tem que ir se espremendo no corredor e na escada. Tem gente sentada nos degraus, o vagão de baixo está lotado até o limite, não cabe mais uma pessoas sequer. Você tem que ir achando um espacinho, pedindo licença, empurrando

Andar em ônibus 2-andares pra linhas de massa é um pesadelo (passei recentemente pela experiência na África do Sul, e foi um sufoco). São Paulo e mais 3 cidades (o subúrbio metropolitano de Osasco, na Zona Oeste da Grande São Paulo, Goiânia e Recife) fizeram o teste, repetindo.

Já quando eu era criança cheguei a andar várias vezes no 2-andares paulistanos. Nesse caso foi curioso e lúdico, pra um menino busólogo tudo é festa, mas pra quem pega todo dia não é nada divertido.


Linha que liga o Aeroporto ao Centro de Santiago.

Agora, por outro lado em 2015 pra ir do Centro ao Aeroporto de Santiago/Chile eu fui de 2-andares. Trata-se de uma linha diferenciada, prum público de maior poder aquisitivo. Aí sem problemas, o buso vai vazio, você sobe e desce com calma a escada, e circula no salão sem atropelar ninguém nem ser atropelado. 

O mesmo vale pras diversas ‘LinhasTurismo’, já andei várias vezes nesses 2-andares aqui em Curitiba, e em 2012 também na Cidade do México

 

O veredito: pra Linha Turismo 2-andares é o ideal, um atrativo em si mesmo. Mas pra transporte urbano regular, nem pensar. Hoje, o Brasil entendeu isso, felizmente. 

Matéria completa:

Inaugurando esse modal no transporte de massas em nosso país. E eles eram exatamente na mesma cor que os de Londres, que os inspiraram.

Além da capital paulista Osasco (também na Grande SP), Goiânia-GO, Recife-PE e Uberlândia-MG contaram com esse tipo de veículo no transporte urbano. Atualmente só rodam em nosso país nas chamadas ‘Linhas-Turismo‘.

Mostro também os 2-andares na Grã-Bretanha, Europa continental e em várias ex-colônias do império britânico.


SÉRIE "2-ANDARES NO BRASIL" (com exceção da 1ª matéria, as demais são nos anos 80 e 90. Assim, quando falo que SP é a 'gênese', me refiro a era contemporânea. O início de tudo foi no Rio, mas na década de 80 os pioneiros cariocas já estavam extintos há muito):

  •  RECIFE (somente um exemplar, o 090 da CTU)

  •  OSASCO, GRANDE SP

      - GOIÂNIA - TAMBÉM VERMELHOS (essa matéria que acabam de ler)

2-ANDARES PELO MUNDO:

 JOANESBURGO, ÁFRICA DO SUL 

 

 3 ANDARES EM BERLIM, ALEMANHA (sim, ônibus com 3 andares, 2 lances de escada! Mais um pouco e teria até elevador . . .)

 

- BONDE DE 2 ANDARES EM HONG KONG, CHINA (como sabem, colônia britânica até 1997)

 

Rodo-trem na Austrália.

A Saga da Transgenia Automobilística/Busófila vai Continuar!

Pra quem que não sabe o que é isso, é mais simples que parece:  

Trata-se de veículos adaptados pra um uso distinto do original que saiu da fábrica. 

Ônibus-Zepelim em Belém do Pará.

Ou já saiu assim de fábrica, mas é uma variação interessante, curiosa, de um outro veículo de tipo mais comum. O exemplo são os busos com 2-andares.

Seguem as matérias, onde documento centenas de casos como os dessas fotos:

TRANSGENIA BUSÓFILA (E AUTOMOTIVA EM GERAL)

TEM QUE VER PRA CRER: SEGUE A ‘TRANSGENIA AUTOMOTORA’

BUSO-TREM, BUSO-BARCO BRASUCA, BONDE 2-ANDARES: MAIS TRANSGENIA MUNDO AFORA

RODO-TREM, MONOBLOCO ARTICULADO, PÉ-GIGANTESCO, MEIO-A-MEIO: É CADA GAMBIARRA (TRANSGENIA)!!

 Ao lado uma Kombi-Avião! Não sei se voa de verdade, sendo sincero.


 

Publiquei matéria específica sobre o transporte carioca:

- O TRANSPORTE NO RIO: BONDE ANTIGO, BONDE MODERNO (VLT), AMPLA REDE DE TRENS DE SUBÚRBIO, METRÔ, BARCAS, POUCOS ARTICULADOS E CORREDORES:

Moderno VLT no Centro do Rio de Janeiro, 2020.

TELEFÉRICOS, BI-ARTICULADOS E PADRONIZAÇÃO DE PINTURA VIERAM MAS DURARAM POUCO (outubro de 2021) –

Houve enorme esforço de modernização pra Olimpíada, e alguns dos benefícios se mantiveram:

Ampliação do metrô, VLT, integração no cartão, elevador no Morro Santa Marta, e o próprio BRT, que na orla funciona bem.

Por outro lado o dinheiro acabou, situação já presente após o Rio-16, e que se agravou muito com a epidemia.

Vários setores do transporte coletivo carioca estão a beira do colapso, como alias também outras áreas como saúde, segurança e a própria governabilidade política.

O teleférico nos morros do Alemão e Providência, os bi-articulados e a padronização de pintura já se foram.  A continuidade de todos os demais modais está ameaçada.

Além dessa radiografia do presente, traço uma perspectiva histórica do século 20, com ênfase especial dos anos 70 pra cá.

CONFIRA A SÉRIE SOBRE O RIO DE JANEIRO:

021: A CIDADE É MARAVILHOSA MAS . . .  SE LIGA MEU IRMÃO!!!

Que a situação está complicada e de forma multi-dimensional não é segredo pra ninguém. Não o menor dos problemas é a violência urbana, evidente. Faço uma breve retrospectiva histórica mostrando as origens dessa triste situação.

 
Uma cidade ocupada militarmente, foi o que vi em setembro/2020. A impressão é que havia desembarcado em Bagdá/Iraque ou Cabul/Afeganistão. Relato com muitas fotos de uma realidade impressionante.


Outras postagens sobre o mesmo tema:

- CAPELINHA: RIO, SP, B.H., BELÉM E POA; PLACA NO ALTO: ESTAMOS NO SUDESTE

Quem tem perto de 40 (escrevo em 2021) vai lembrar quem em muitas cidades antigamente os busos tinham ‘capelinhas’ – letreiro menor no teto pro nº da linha. Muito comum no Rio e SP, sendo que no rio quase oni-presente até os anos 80 e começo dos 90.

rj-ctc-metro
CTC-RJ, anos 80 - com capelinha.

Mostra o Sudeste e mais Belém-PA, Porto Alegre-RS e até Brasília-DF (onde houve esse apetrecho em maior escala), além de dar um panorama global.

Falo também de um costume, nos anos 70 e 80 típico do Sudeste Brasileiro e também presente no Chile e Argentina: pôr a chapa na grade de respiração do motor, e não no espaço próprio pra isso no para-choques.

- DEUS É UM CARA GOZADOR E ADORA BRINCADEIRAS (mostro situações irônicas nos ônibus, e no caso do Rio abordo o sistema de Expressos e alimentadores do Trans-Carioca; também flagrei e relato curiosidades em Atibaia-SP, na Argentina e na Paraíba)


Fechamos com Joinville e Blumenau/SC, as cidades mais alemãs do Brasil. 

Fiz grande postagem sobre o transporte em Santa Catarina, onde contaremos a história dos ônibus blumenauenses, com muitas fotos

Aqui, pra irmos aquecendo, falemos da cidade e seus contrastes.

Blumenau é a cidade mais alemã do Brasil (certamente entre as grandes e médias, que têm mais de 300 mil habitantes). 

Esse fato é bastante conhecido, mesmo quem nunca foi até ali geralmente sabe disso, pois muito bem propagandeado.

Ao lado as casas em ‘enxaimel‘ (modelo de construção típico alemão) na Beira-Rio: isso é Blumenau.

Agora, toda moeda tem duas faces. O lado menos conhecido de Blumenau é que de seus 300 e poucos mil moradores cerca de 60 mil vivem em ocupações irregulares nos morros.

Bem, a tragédia de 2008 (quando alguns desses morros desabaram) mostrou ao Brasil todo essa característica de Blumenau, a de que uma porção significativa de sua gente mora nas encostas. 

Na foto a esquerda o morro da Rua Araranguá, no bairro Garcia próximo ao Centro: isso também é Blumenau.

Essa é alias é a terceira maior cidade de Santa Catarina.

A maior cidade do estado é a capital Florianópolis, onde moram perto de 850 mil pessoas. 

Depois vem Joinville, com 581 mil, e na sequência Blumenau com 483 mil.

 (Em todos os casos os dados incluem a região metropolitana e são do censo de 2010, até o momento que escrevo o último realizado no Brasil.)

Contando somente os municípios-sede, Joinville é o mais populoso com 515 mil, seguido da capital Floripa com 421 mil, e Blumenau da mesma forma é o 3º com 309 mil.

- JOINVILLE, TERRA AMADA & QUERIDA

Não é “a maior cidade de SC”, como muitos dizem. A Grande Florianópolis é quem ocupa esse posto, dizendo mais uma vez.

Ainda assim, Joinville é a maior cidade do interior, município mais populoso de todo estado, seu pulmão industrial.   

Por isso o maior PIB catarinense – o dobro da capital Fpolis.!

Seu cartão-postal mais famoso está logo na entrada da cidade, é obviamente o portal visto acima.

 - O TRANSPORTE JOINVILLENSE - DOS MONOBLOCOS E AMÉLIAS A ERA 100% BUSSCAR, A ERA PÓS-BUSSCAR

Em azul e branco de costas Thamco da Transtusa na pintura livre em Joinville anos 80.

Até que em 1987 a Busscar - ainda chamada Nielson' - começa a produzir veículos urbanos. 

Por duas décadas, a frota joinvillense foi 100% Busscar, valorizando a marca ‘da casa’. 

Todo amarelo, o articulado Busscar na pintura padronizada sai do Terminal (prov. o Central) em Jvlle.  .

Como todos sabem, a Busscar foi um símbolo da indústria de Joinville, de Stª Catarina e do Brasil

Só que com a falência, as viações da cidade precisaram encontrar outras alternativas. 

A história da montadora, que no auge foi uma potência no Brasil. E mesmo no mundo - na Colômbia por exemplo ela é um ícone.
 
Veja todo vermelho o “Trans-Milênio”, o ‘expresso’ ('BRT') em ação em Bogotá – o articulado é um Busscar. Sua queda, e a luta pra se re-erguer, agora focada somente no modal rodoviário.
 
"Deus proverá"