sábado, 29 de junho de 2019

Clássico Cometa, de Ctba. pra SP.

https://omensageiro77.wordpress.com/2015/02/19/recordar-e-viver-a-rodoviaria-de-curitiba-naquele-tempo/

ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"


Imagem pertencentes ao sítio Ônibus Brasil. Créditos mantidos. Visite as fontes.

Local:

Curitiba-PR.

Data:

Década de 90 ou começo do século 21.

Viação:

Cometa.

Carroceria:

C.M.A. Flecha Azul.

Motor:

Scania, traseiro.

Observação:     

O busão veio de SP, descarregou e segue vazio pra garagem.


Rodoviária de Curitiba, próximo da virada do milênio. Cometa ‘Flecha Azul’ acaba de cumprir o trajeto vindo de São Paulo, e agora vai descansar antes do próximo pega.

Esse busão foi escolhido pra postagem de hoje porque eu moro em Curitiba, mas estou em São Paulo pra visitar a família. E vim com um busão da Cometa - não desse modelo aqui mostrado, evidente, um bem mais novo. Os 'Flechas Azuis' já foram aposentados. Mas como nosso foco aqui são os busões mais antigos, escolhi esse do arquivo.

Alguns detalhes chamam a atenção, todos eles marcaram época mas agora já extintos: 


  • Originalmente 'Flecha Azul' era só o nome da carroceria. Mas acabou denominando também o modelo de pintura.
  • Houve um tempo em que as viações, tanto rodoviárias quanto urbanas, punham seu nome no teto do veículo. A Cometa dançava conforme a música então dominante, e fazia o mesmo. Entretanto o tempo passa e tudo muda, e esse costume foi abandonado. Como a Cometa manteve a pintura 'Flecha Azul' por muitas décadas, pudemos presenciar em pleno século 21 uma manifestação que teve seu auge na década de 60 do século 21.
  • Por muito tempo a Cometa fabricou a carroceria de seus próprios ônibus. Pra isso ela criou uma subsidiária, a 'C.M.A.' (Companhia Mecânica Auxiliar). Seu carro-chefe era justamente esse modelo 'Flecha Azul'. Isso também acabou. Agora a Cometa encomenda as carrocerias das encarroçadoras tradicionais como Marcopolo, etc. 
  • Por mais tempo ainda a Cometa 'casava' a placa com o nº do carro. Nesse caso específico, o busão é o 7052 na frota da empresa, e sua chapa é 'EVC-7052'. Isso desde a época da pintura/carroceria Flecha Azul, mas sobrevivendo a ela, também foi aplicado nas carrocerias mais novas, incluso as de 2-andares. No final da no final da década de 10 a Cometa abandonou essa prática, infelizmente. Era algo marcante da viação, que durou décadas, mas não mais. O ônibus novos agora têm numeração e emplacamento aleatórios, como nas demais empresas. Uma pena.

A Cometa é baseada em São Paulo, e tem como política fazer linhas até 500 km dessa cidade. Assim ela tem trajetos da capital paulista ao interior desse estado, e também até os estados do Rio de Janeiro, Minas Geriais e Paraná

De Curitiba opera linhas pra São Paulo/Capital, Jundiaí (no interior paulista) e Belo Horizonte-MG.

A ascenção da Cometa começou com o modelo 'Dinossauro', fabricado pela Ciferal (ele já utilizava a mesma pintura que depois viria a ser usada no 'Flecha Azul'). Posteriormente ela passou a fabricar suas próprias carrocerias, pra isso tendo instituído a CMA – Companhia Mecânica Auxiliar 

Seu maior sucesso foi justamente o Flecha Azul. A Cometa seguiu fabricando esse modelo – inspirado nos ônibus ianques ‘Greyhound’ – por décadas, até os anos 90. 

Com o mesmo desenho que foi projetado pela primeira vez. Logo, o ônibus por vezes era novo, zero km, mas tinha cara de velho.  

O mesmo que se a Volks fabricasse hoje uma Brasília. Ela seria novíssima, zero km, mas pareceria velha. 

Então, assim ocorreu com o Flecha Azul, eram ônibus que mesmo zerados, ainda com plástico nos bancos e cheirando a fábrica já tinham jeitão de antigos. 

Essa pintura vigorou até pouquíssimo tempo atrás, portanto não apenas me lembro cristalinamente, como fui dezenas sobre dezenas de vezes pra São Paulo num ônibus dessa viação, modelo e pintura. 

A Cometa ainda existe, mas a CMA não mais. Ela aposentou sua encarroçadora, agora compra veículos prontos. Com a CMA, morreu um ícone da busologia brasileira, o “Flecha Azul”. 


Um colega me escreveu, dizendo que esse "que ‘Flecha Azul’ era o modelo, não a pintura. Aí respeitosamente terei que fazer um adendo. 

Tecnicamente ele está corretíssimo, ‘Flecha Azul’ era mesmo o modelo, não a pintura.  

Porém a língua é algo mutante. Um termo criado pra designar uma coisa pode acabar denominando outra coisa também

Quero dizer com isso o seguinte: repetindo, como todos os Flechas Azuis eram na mesma pintura, e a pintura era azul, ‘Flecha Azul’ acabou consagrada ‘na boca do povo’ também como essa pintura. 

Tecnicamente, na frieza dos manuais, era só o projeto da carroceria. Mas na prática acabou também designando o desenho que a cobriu. 

A Vida está cheia de situações em que os engenheiros planejam de uma forma, mas no entendimento popular acaba saindo distinto: 

Dentro da busologia já aconteceu pelo menos um caso. Os engenheiros da Mercedes projetaram o farol do Monobloco 2 numa peça única e horizontal. O povão não gostou e corrigiu pra várias bolinhas verticais.  

Então aqui é o mesmo. Na ideia inicial ‘Flecha Azul’ era o modelo da carroceria? Sim, nosso amigo está certíssimo. Mas na prática, pra milhares de busólogos, virou também a pintura.

Enfim, ressaltando de novo o que já foi comentado: a Cometa ‘casava’ a numeração do veículo na frota com a placa. Um capricho dessa viação, desde sempre e permaneceu muuito tempo. Aqui na Grande Ctba. há uma viação que faz o mesmo.

Como já dito, no final da década de 10 a Cometa abandonou essa prática, infelizmente. Era algo marcante da viação, que durou décadas, mas não mais. Os ônibus novos agora têm numeração e emplacamento aleatórios, como nas demais empresas. Uma pena.
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Postagem publicada do bairro de Moema, Zona Sul de S.P. .

Matéria sobre o tema:
Já que falamos da ligação Ctba./S.P., vamos as mensagens que abordam o transporte nessas capitais. Começando pela maior cidade do Brasil (e de todo Hemisfério Sul da Terra):

SP: A REVOLUÇÃO NO TRANSPORTE - Evidente que as coisas estão longe de serem perfeitas. Mas comparando ao que era até os anos 90 o transporte público em SP melhorou muito. Somando as redes de metrô e trem suburbano - e precisa somar, pois você acessa ambas pagando uma só passagem - a rede sobre trilhos na Grande SP já iguala o metrô de Nova Iorque/EUA. Os ônibus paulistanos igualmente mudaram da água pro vinho, mesmo que ainda haja espaço pra melhorar bem mais.

- 'SAIA-&-BLUSA': OS ÔNIBUS PAULISTANOS (1978-1991): Essa focando mais especificamente nos ônibus como o nome indica, abordando a pintura livre (até 1978) e as padronizações 'Saia-&-Blusa' (78-92, como dito), 'Municipalizado' (1992-2003) e 'Inter-Ligado' (2003-presente)

A FÊNIX TROVÃO AZUL: DE NORTE A SUL, ENERGIAJAMAIS SE PERDE, SE TRANSFORMA (abordando exatamente a CMTC e sua pintura mais famosa, a 'Trovão Azul'. Não fui só eu que gostei dela. Veja como ela foi copiada no Brasil inteiro, de Porto Alegre a Manaus/AM).


- "CAMALEÃO" 8000 DA CMTC: O 1º TRÓLEIBUS-ARTICULADO DO BRASIL TEVE 2 CARROCERIAS, 6 PROPRIETÁRIOS, 7 (OU 9?) PINTURAS E & NUMERAÇÕES - Fabricado em 1985, saiu de circulação em 2012. Começou Caio e foi re-encarroçado MarcopoloComprado estatal, foi privatizadoIniciou a operação na Zona Leste, foi pra Zona Sul, voltou pra Z/L, de novo pra Z/S, e como o bom filho a casa torna, retornou mais um vez pra Z/L. Ficou sem placa por 15 anos aproximadamente (até a virada do milênio tróleibus em SP e várias outras cidades não eram emplacados), começou na lona, ganhou letreiro eletrônico mas nos fim retornou a lona, ganhou ar-condicionado e portas elevadas a esquerda. Enfim, o bichão é um museu-vivo do transporte paulistano - alias hoje é exatamente isso que ele é, um ônibus-museu - alias hoje é exatamente isso que ele é, um ônibus-museu.

CAPELINHA: RIO, SP, B.H., BELÉM E POA; PLACA NO ALTO: ESTAMOS NO SUDESTE:

Mostra o Sudeste e mais Belém-PAPorto Alegre-RS e até Brasília-DF (onde houve capelinha).


CENAS PAULISTANAS: O CENTRO E A ZONA SUL DE SÃO PAULO EM IMAGENS - Matéria-portal sobre SP, onde estão ancoradas as outras reportagens que já fiz sobre a cidade; falo um pouco da modernização do transporte igualmente.

 

O melhor e o pior do Brasil, a poucas quadras de distância um do outro. O Centrãoque está com muitos moradores de rua e diversos outros problemas típicos de uma metrópole desse porte;

E ali do ladinho a “Cidade Verde”, os Jardins, a Paulista, Higienópolis, e o começo das Zonas Oeste e Sul, região que ao lado da Orla do Rio é onde mais concentra elite e alta burguesia no Brasil. A modernização da rede de transportes é mais uma vez abordada no relato.
 
Agora a capital do Paraná: 
 
 
ANTES & DEPOIS: FROTA PÚBLICA DE CURITIBA: Entre 1987 e 88, a prefeitura encomendou 88 articulados, que vieram pintados de laranja.

Usei seu trabalho como base pra fazer uma matéria em minha página, acrescentando mais fotos e informações. 

Tudo somado, os 88 busos eram nessas configurações:
– 12 Caios Amélia (11 Scania e 1 Volvo)
– 26 Marcopolos Torino (todos Volvo)
– 50 Ciferal Alvorada (idem, 100% Volvo).

Vendo pelo fabricante de motor, repetindo, foram 11 Scanias (todos eles Caio Amélia e com o eixo a frente da porta) e 77 Volvos (sendo 1 Caio Amélia, 26 Marcopolos Torino e 50 Ciferal Alvorada, todos com o eixo na posição ‘normal’, atrás da porta).

Esse é focado nos ônibus. Falo bastante da cidade de Curitiba, principalmente de um fato curioso: 
Azul é a cor mais comum de ônibus pelo mundo afora. No entanto, só em 2011 a capital do Paraná foi ter busos nessa cor. A vai durar pouco. Os ‘ligeirões’ comprados a partir de 2018 voltaram a ser vermelhos.

Assim, em algum momento na década de 20, a frota azul adquirida em 2011 será substituída.

Curitiba deixará então de ter busos celestes, e então nãos os terá nem no municipal tampouco no metropolitano. Alias esse tema já nos leva a próxima matéria.

Aqui abordo a história do modal ‘Expresso’, desde sua criação em 1974Você sabe quantas cores o Expresso já teve em Curitiba?

Foram 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjas (dir.), cinzas (esq.) e azuismas sempre voltam a ser vermelhos.

As próximas 3 matérias retratam Colombo, na Zona Norte da Grande Curitiba.

– VIAGEM PRO PASSADO: A GARAGEM DA VIAÇÃO COLOMBO, ANOS 80 - Quando ainda era pintura livre, e a viação era grande cliente da Caio (depois ela ficou 20 anos sem adquirir Caios 0km).

Ficou pronto em 2006, mas ficou 3 anos fechado, só sendo inaugurado (de forma errada) em 2009.
Somente em 2016 o Roça Grande se transformou num terminal de verdade. Com linha troncal sendo feita por articulado e linhas alimentadoras com integração de fato.

Fotografei um articulado Caio ex-BH chegando no Terminal Roça Grande vindo do Centrão de Ctba. .  Isso nos leva as duas próximas matérias.

Até 2015, a prefeitura de Curitiba controlava também boa parte do transporte metropolitano.
Então era proibido trazer ônibus usados, tinha que ser sempre 0km.
Nesse ano houve o rompimento. As linhas inter-municipais voltaram pra alçada do governo do estado.
Com isso, Curitiba passou a ser grande importadora de busões de outros estados.

Um busão do Recife foi vendido primeiro pra Aracaju-SE.
Onde operou sem repintar por conta de uma homenagem que uma viacão sergipana faz a Pernambuco.
Depois veio pra Grande Curitiba, sendo enfim repintado no padrão metropolitano.
E assim, no bege da Comec, foi deslocado pra Itajaí/SC.
Mostro vários outros exemplos que nas viações metropolitanas a importação de ônibus usados virou rotina em Curitiba.
Especialmente entre os articulados, mas chegou ma leva de ‘carros’ curtos também.

– LINHA TURISMO: A CURITIBA QUE SAI NA T.V. - Na postagem conto a história completa desse modal.
Desde o tempo da ‘jardineira’ “Pro-Parque” e da linha “Volta ao Mundo“, que foram suas predecessoras. Passando pelo momento que a Linha Turismo ainda era feita com velhos ônibus de 1-andarA Linha Turismo não era vista com tanta importância.
Por isso os ‘carros’ que nelas serviam eram aposentados das linhas convencionais, reformados pra mudarem as janelas e os bancos. Só depois chegaram os busões 0km especialmente pra Linha Turismo; Primeiro ainda com 1 andar mesmo, e mais recentemente os famosos 2-andares.

 
 
"Deus proverá"

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