sábado, 16 de fevereiro de 2019

"o mundo é 'bão', Sebastião"

 
Autoria própria. Imagem de livre circulação, desde que os créditos sejam mantidos.
Local:
Grande Curitiba-PR.
Data:
Agosto de 2018.
Viação:
Viação Colombo.
Carroceria:
Marcopolo Viale.
Motor
???
Observações:
Com o selo da Comec após a porta. Até 2015 mesmo os ônibus metropolitanos não-integrados ostentavam o selo da Urbs (prefeitura de Curitiba). Outro detalhe, agora boa parte das viações metropolitanas também traz uma placa com o itinerário, como as linhas municipais de Ctba. o fazem desde os anos 70 – até pouco tempo atrás, entre as inter-municipais apenas a Viação do Sul contava com essa placa com itinerário, nas demais não havia esse conforto pro usuário

Colombo, Zona Norte da Gde. Curitiba, 2018. Viale da Viação Colombo faz a linha convencional (não-integrada, vai pro Centro de Curitiba) São Sebastião.

Obviamente no título pegamos uma carona na música de Nando Reis. Ouçam o ex-Titãs cantando “O Mundo é Bão, Sebastião”.

Voltemos a falar do busão, que é o que nos interessa aqui. Até 2016, entre as linhas radiais da Viação Colombo todas elas na prática eram convencionais e não-integradas.

Por linhas 'radiais' me refiro as que saem do Centro de Curitiba e vão até os bairros de Colombo, fossem suas vilas ou o Centro político (a “Sede”) do município.

Sim, em 2009 havia sido inaugurado o Terminal da Roça Grande na Rodovia da Uva (“Estrada Nova de Colombo”, a PR-417). E olhe que já não foi fácil. O Roça ficara pronto em 2006. Ficou 3 anos pronto, mas abandonado, fechado. Foi totalmente saqueado por ladrões. Pra ser inaugurado teve que ser praticamente reconstruído. Em 2009, após 3 longos anos de espera, enfim o foi.

Mas ele foi inaugurado errado. Simplesmente as linhas que já passavam pela rodovia passaram a entrar no terminal. Porém nenhuma dela mudou seu trajeto.

Ou seja, não houveram novas opções de integração. Eram 6 linhas, mais ou menos, que saiam dos bairros de Colombo, todas elas entravam no terminal, e na sequência todas elas seguiam o mesmo trajeto até o Centro da Capital.

Oras, quem vai descer de um ônibus (onde se o passageiro pegou perto do ponto final ele está sentado), ficar perdendo tempo num terminal esperando outro pra quando esse outro chegar ele ir de pé numa linha que faz exatamente o mesmo trajeto que ele já estava??? Ninguém, obviamente.

Na volta da Capital era o mesmo. As 6 linhas saíam do Centro de Curitiba e tinham o mesmo trajeto até o “terminal”. Só depois dali se dividiam. Novamente, se a linha que o cara precisa sai e passa pelos mesmos locais, por que alguém vai pegar outra, descer no terminal e perder tempo pra baldear? Evidentemente que ninguém fará isso, ele já pega sua própria linha.

Resumindo, o “Terminal” Roça Grande de 2009 a 2016 não era um terminal, era um 'ponto de parada de luxo'. De luxo, só que inútil. Não agregava novas opções de integração, praticamente.

De 09 a 16 só haviam 3 linhas integradas de fato no Roça Grande, e todas elas de pouca demanda, pois iam pra outros terminais de Colombo mesmo ou do vizinho município de Almirante Tamandaré. Sempre com intervalo igual ou maior que 45 minutos entre as viagens, em vários casos mais de uma hora. E dessas 3 antes de 2016, a única linha integrada que era operada pela Viação Colombo era a Maracanã/Cachoeira (via Roça Grande).

Até então, a principal linha da Viação Colombo era a Ctba/Colombo (que antigamente era chamada 'Colombo Nova', porque ia pela 'Estrada Nova', em oposição a linha que se chamava 'Colombo Velha', que usava a 'estrada velha'). A Ctba/Colombo era a única que tinha articulados, somente no horário de pico.


Enfim, após 7 longos anos de espera - 10 se adicionarmos mais os 3 em que ficou pronto e fechado – o Roça Grande enfim um terminal de verdade, com linhas alimentadoras que têm ponto final ali, e uma linha troncal com articulados ligando-a ao Centro.

Em 2017, o movimento do Roça Grande aumenta ainda mais, pois aí a linha Ctba/Colombo é seccionada e também passa a ter ponto final no Roça Grande. Ou seja, a partir de agora, não é mais possível ir do Centro de Colombo a Curitiba sem trocar de ônibus, se torna mandatória a baldeação no Roça, o que impulsionou significativamente o movimento do terminal.

Ou seja, até a antiga linha principal da viação, até 2016 a única que tinha articulados, passa a ser alimentadora. Então inverteu, a maioria das linhas da Viação Colombo passa a ser integrada.

Algumas linhas, entretanto, permanecem convencionais não-integradas. Dessas, a São Sebastião aqui mostrada é a principal. Tem intervalo fora do pico de 33 minutos. As demais linhas não-integradas têm intervalos fora do horário de maior movimento de 50 minutos, ou mesmo nem sequer operam fora do pico, só puxam poucas viagens por dia na hora 'que o bicho pega' mesmo.
………

Voltando ainda mais no tempo, vemos que o ônibus é bege, cor usada em boa parte das linhas metropolitanas (mas nem todas, algumas copiam as cores do municipal de Curitiba). Até o começo dos anos 90, a pintura das viações metropolitanas era livreveja ensaio na garagem da Viação Colombo, que então era grande cliente da Caio.

Aí o governo estadual padronizou a pintura. A princípio, cada região da cidade (me refiro a Grande Curitiba) deveria ter uma cor específica. Os ônibus de Colombo, tanto da Viação Colombo quanto da Santo Antônio, ficaram roxos. A Colombo logo padronizou toda sua frota de bege, ainda nos anos 90. 

A Santo Antônio demorou um pouco mais. Manteve sua frota em roxo até depois da virada do milênio, até 2002, 2003, pelo menos. A seguir a Santo Antônio (agora chamada 'Santo Ângelo' por razões jurídicas) adotou a mesma pintura dos municipais de Curitiba, e por fim atualmente existem alguns ônibus da S. Antônio/S. Ângelo em bege.

A Viação Colombo, entretanto, tem toda sua frota 100% bege desde os anos 90, desde a época que ela comprava Caio 0km – o Alfa foi seu último modelo. Depois disso, ela ficou mais de 2 décadas sem adquirir Caio, até que a partir de 2015 comprou seus primeiros articulados, e eles eram Caio – a 1ª leva veio usada de Belo Horizonte, depois chegaram alguns de São Paulo.

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