Imagens
publicadas na extinta revista estadunidense 'Life'.
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Local:
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Belém
do Pará.
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Data:
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1957.
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Viação:
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Triunfo.
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Carroceria:
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???
(Em forma de Zepelim).
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Motor:
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???
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Observações:
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Notam
os trilhos do bonde, então faziam apenas 10 anos que esse modal
(o bonde) havia sido desativado, o que ocorrera em 1947. Em
2013, 66 anos após o fim dos bondes em Belém, fotografei parte
dos trilhos ainda a mostra no Centro.
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Belém,
1957. Matéria da finada publicação ianque mostra os Ônibus-Zepelim
que existiam a época na capital do Pará.
Nem
é preciso dizer muito. A excentricidade do negócio é
auto-explicativa e evidente.
Abaixo,
no pé da matéria, há mais uma imagem dele de costas - sob chuva. E
se não tiver uma foto da chuva diária não é Belém!
………
Vamos
deixar um pouco a busologia de lado e falar sobre aviação, pra
entendermos o que esse veículo quis homenagear.
Obviamente
o busão imita um
Zepelim. Pra quem não sabe o que é isso, trata-se de uma mistura
entre balão e avião, o antecessor do avião moderno.
O
Zepelim foi inventado na Alemanha, no fim do século 19, pelo 'Conde
Zepelim',
eis a origem de
seu
nome (eu aportugueso todas as grafias).
Era,
como é notório, um a espécie de balão que tinha
motor. Apenas ele não era redondo mas cilíndrico, pra voar de forma
dirigida – daí também ser conhecido por 'dirigível'.
O
Zepelim era cilíndrico e tinha motor, enfatizando mais uma vez.
Portanto ele era direcionado pra onde o condutor (que o manobrava
usando lemes, de forma parecida com os barcos) queria, ao contrário
dos balões que são redondos e sem motor, portanto voam mais 'ao
sabor dos ventos', literalmente.
Os
Zepelins foram usados como aeronaves militares, na 1ª Guerra
Mundial. Zepelins da Força Aérea Alemã bombardearam a Inglaterra
durante o conflito.
Com
a Inglaterra vitoriosa e a Alemanha derrotada nesse embate, a
construção dos Zepelins (que então já eram usados também na
aviação civil entre as metrópoles alemãs) foi embargada.
Em
1926 o embargo foi levantado, e o
começo da década de 30 foi o período de ouro dos Zepelins. Eles
faziam voos regulares dentro da Europa e entre esse continente e a
América.
Os
Zepelins partiam da Alemanha e 3 dias e meio depois chegavam ou aos EUA ou
ao Brasil, conforme o caso. No Brasil, pousavam primeiro no Recife-PE
e depois seguiam pro Rio
de Janeiro,
então a nossa Capital Federal.
Vale
lembrar que de navio levava-se o triplo do tempo entre a América e Europa,
portanto os menos de 4 dias do Zepelim eram considerados uma viagem bem mais
curta.
No
Centro de Joinville-SC
(cidade de colonização alemã, como todos sabem) há
uma foto do Zepelim sobrevoando a cidade
– mas ele fazia apenas uma viagem de demonstração, e não uma
linha regular de passageiros.
Seja
como for, em
1937, aí sim em operação numa linha regular de passageiros, um
Zepelim pegou fogo quando ia pousar nos EUA. 36 pessoas morreram. Foi
o fim dos Zepelins na aviação comercial.
……..
Mas,
como eu já disse antes, Energia
nunca morre, apenas se transforma. Mesmo quando uma manifestação
acaba, a ideia permanece, e por vezes ela acaba 're-encarnanado,'
isto é, tendo uma nova manifestação.
Muitas
vezes distante no tempo e no espaço da manifestação original. E
nesse caso, até numa dimensão diferente. Aqui está a prova.
Se
de 1930 a 1937 tínhamos com frequência os Zepelins nos céus da
Europa, Brasil e EUA, na década de 1950, 20 anos depois portanto, o
Zepelim ressurgiu como o 'Ônibus-Zepelim', cortando as ruas de Belém
do Pará.
........
Matérias
sobre o tema (abaixo
das ligações há mais uma foto do Ônibus-Zepelim).
A FÊNIX TROVÃO AZUL: DE NORTE A SUL, ENERGIA JAMAIS SE PERDE, APENAS SE TRANSFORMA (Mostro fotos do Zepelim original - incluso sobrevoando Nova Iorque/EUA com a suástica nazista na cauda - e sua 'transformação' em ônibus; no mesmo embalo, mostro como uma pintura de ônibus de SP se tornou clássica a ponto de 're-encarnar' em vários pontos do país depois de extinta)
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TRANSGENIA
BUSÓFILA - E AUTOMOTIVA EM GERAL
(O Ônibus-Zepelim é apenas uma entre dezenas de atrações de
veículos, todos os modais, que tenham sido modificados de alguma
forma);
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