quarta-feira, 22 de maio de 2019

o 1° tróleibus-articulado do Brasil teve 2 carrocerias, 6 proprietários, 7 (ou 9?) pinturas e 7 numerações

https://omensageiro77.wordpress.com/2019/05/17/camaleao-8000-da-cmtc-o-1-troleibus-articulado-do-brasil-teve-2-carrocerias-6-proprietarios-7-ou-9-pinturas-e-7-numeracoes/

ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"

(Zona Leste, faixa 4, Vermelha, do Inter-Ligado)

Imagens pertencentes ao sítio Revista Portal do Ônibus. Créditos mantidos. Visite as fontes.
Local:
São Paulo-SP.
Data:
1985 (acima) e década de 10 do século 21 (abaixo).
Viação:
Acima: CMTC (estatal municipal); abaixo: Himalaia Transportes.
Carroceria:
Articulado: Caio Amélia (acima) e Marcopolo Torino (abaixo) –
Motor
Elétrico (tróleibus).
Observações:
Divulgação de Douglas de Cézare; É o mesmo ônibus, que foi re-encarroçado e privatizado.

São Paulo, 1985. A viação estatal municipal CMTC-SP recebe dois sanfonados movidos a energia elétrica, numerados 8000 e 8001. Vamos aqui portanto falar dos primeiros tróleibus-articulados do Brasil.

Nessa postagem estamos vendo somente o nº 8000, que originalmente era Caio e foi re-encarroçado como Marcopolo.

Na foto acima, ele está na pintura 'Trovão Azul' da CMTC - a viação estatal era dispensada da padronização 'Saia-&-Blusa' imposta as particulares. Na imagem abaixo, o buso - já privatizado, a CMTC não existe mais desde 1994 - ostenta a padronização 'Inter-Ligado', vigente desde 2003 até a atualidade (escrevo em 2019)


A ideia eram esses serem os exemplares-piloto, seriam encomendados 420 tróleibus-articulados pra operarem nos corredores da Paes de Barros (Z/L, pronto em 1980) e Santo Amaro (Z/S, finalizado no meio dessa mesma década de 80). Mas não se deu dessa forma, ficaram só esses 2 veículos mesmo.

Como acabo de dizer, o 8000 a princípio era carroceria Caio – depois foi re-encarroçado pra Marcopolo. Já o 8001 começou e terminou como Marcopolo, igualmente foi re-encarroçado, mas apenas trocaram uma carroceria mais velha por outra mais nova porém mantendo a marca.

Ambos participaram do projeto 'Fura-Fila' nos anos 90. Mas não vingou, o corredor exclusivo elevado sobre o Rio Tamanduateí foi implantado sim, mas com rede de tróleibus não, é operado por veículos a dísel (ou elétricos híbridos, que dispensam fiação). Assim o 8000 e 8001 voltaram pras linhas normais, na rua, sem embarque em nível.

Ambos os busões foram aposentados somente em 2012 – foram 27 anos de pista portanto! Além disso, o 8000 foi reformado e mantido preservado como ônibus-museu.

Ele merece essa homenagem. Afinal, aqui está a história do transporte em São Paulo resumida num único ônibus, o primeiro tróleibus-articulado do Brasil.

Com quase 3 décadas de bons serviços prestados, o bichão pegou muitas fases do transporte paulistano, foi se adaptando a todas. E sendo reformado pra se adequar a cada uma delas. Assim, o mesmo ônibus, o originalmente 8000 da CMTC, teve:

2 carrocerias, começou Caio e acabou Marcopolo. Até aqui, não tem nada tão extraordinário. Re-encarroçar ônibus é uma prática comum entre os frotistas. Nessa postagem eu mostro 2 busões que saíram de Curitiba e foram re-encarroçados em Manaus-AM. É o mesmo caso, um já era Marcopolo e apenas recebeu um ‘corpo de metal’ mais novo, mas o outro era Caio e também virou Marcopolo.

A questão é que no caso do 8.000 da C.M.T.C. o re-encarroçamento é só uma das mudanças pelas quais esse bichão sobreviveu. Além disso ele:
Mapa do Inter-Ligado.

Pertenceu a 6 viações diferentes. Pois começou como sendo da CMTC, viação estatal municipal que foi privatizada em 1994. Nas mãos das empresas particulares ele alternou por mais 5 proprietários.

Ostentou impressionantes 9 pinturas distintas. OK, se você considerar as 3 primeiras fases do ‘Municipalizado’ como sendo a mesma pintura, ainda assim ele teve 7 pinturas diferentes.

Recebeu nada menos que 7 numerações, começou 8000 e acabou 4-1486 (mas a placa, quando ele a teve, era CDL-8000, pra lembrar a original).

Outros aspectos que o ‘camaleão’ 8000 alternou durante sua vida útil: começou como ‘Frota Pública’ e depois virou particular; trocou várias vezes entre as Zonas Leste e Sul (começou na Z/L, foi pra Z/S, breve volta a Z/L, curto retorno a Z/S, voltou pra Z/L onde se aposentou); 
 
Nos seus primeiros anos não tinha placas (como todos os tróleis em SP de então, articulados e tamanho normal), depois foi emplacado; saiu de fábrica com letreiro de lona, e passou a usar letreiro eletrônico, mas voltou pra lona; quando chegou entrava por trás, não tinha ar-condicionado e portas somente a direita – acabou com ar, portas dos dois lados (elevadas a esquerda) e embarque dianteiro.
..........

Nessa reportagem eu mostro todas as fases do bichão, com dezenas de fotos - e também a seu 'irmão gêmeo', o 8001, esse já nasceu Marcopolo.

- 'CAMALEÃO' 8000 DA CMTC: O PRIMEIRO TRÓLEIBUS-ARTICULADO DO BRASIL TEVE 2 CARROCERIAS, 6 PROPRIETÁRIOS, 7 (OU 9?) PINTURAS E 7 NUMERAÇÕES
https://omensageiro77.wordpress.com/2019/05/17/camaleao-8000-da-cmtc-o-1-troleibus-articulado-do-brasil-teve-2-carrocerias-6-proprietarios-7-ou-9-pinturas-e-7-numeracoes/
 
Mais uma imagem, do busão com carroceria Marcopolo e na pintura Inter-Ligado do século 21 - vigente em SP desde 2003. Na faixa 4, Vermelha, do 'I-L', a que atende a Zona Leste. As outras faixas são:

Mais matérias sobre  São Paulo/Capital:

Ônibus-Zepelim em Belém do Pará.
 
Reformei a postagem, mostrando diversos exemplos de manifestações que se encerraram apenas pra retornarem décadas depois: o restaurante dentro do avião, o táxi-Fusca, pinturas-protóptipo e as janelinhas ovais sobre a porta da Caio, até o famoso Zepelim entrou na história.

Pois ideias são atemporais, já que são Energia. Energia nunca morre.

NO NINHO DAS COBRAS (janeiro/16) – É o Butantã, Zona Oeste, óbvio. Nomeia o famoso ‘Instituto Butantan’, aquele que produz soros anti-ofídicos e vacinas. Dessa vez não visitei o Instituto. O foco da matéria é retratar um pouco do bairro, a Vila Gomes e Jd. Bonfiglioli,

 
Segura essa: no Chile também teve capelinha!

- CAPELINHA: RIO, SP, B.H., BELÉM E POA; PLACA NO ALTO: ESTAMOS NO SUDESTE

Quem perto de 40 (escrevo em 2021) vai lembrar quem em muitas cidades antigamente os busos tinham ‘capelinhas’ – letreiro menor no teto pro nº da linha.

Mostra o Sudeste e mais Belém-PA, Porto Alegre-RS e até Brasília-DF (onde houve esse apetrecho em maior escala), além de dar um panorama global.

Falo também de um costume, nos anos 70 e 80 típico do Sudeste Brasileiro e também presente no Chile e Argentina: pôr a chapa na grade de respiração do motor, e não no espaço próprio pra isso no para-choques.

SP:A REVOLUÇÃO NO TRANSPORTE - Evidente que as coisas estão longe de serem perfeitas. Mas comparando ao que era até os anos 90 o transporte público em SP melhorou muito. Somando as redes de metrô e trem suburbano - e precisa somar, pois você acessa ambas pagando uma só passagem - a rede sobre trilhos na Grande SP já iguala o metrô de Nova Iorque/EUA. Os ônibus paulistanos igualmente mudaram da água pro vinho, mesmo que ainda haja espaço pra melhorar bem mais. 

- 'SAIA-&-BLUSA': OS ÔNIBUS PAULISTANOS (1978-1991): Essa focando mais especificamente nos ônibus como o nome indica, abordando a pintura livre (até 1978) e as padronizações 'Saia-&-Blusa' (78-92, como dito), 'Municipalizado' (1992-2003) e 'Inter-Ligado' (2003-presente)

Ao lado um antigo Caio Bela Vista da  Bola Branca de 'saia' vermelha e 'blusa' bege (algumas imagens pertencem ao sítio Revista Portal do Ônibus)

 “A CIDADE CINZA” – fotografando a Zona Leste (fevereiro/18). Na verdade o foco se restringe a Vila Carrão e imediações. Mas não deixa de ser a primeira matéria na Z/L.

 
ponte - pichacao
SP: a "Selva de Pedra".
Matéria-portal sobre SP, onde estão ancoradas as outras reportagens que já fiz sobre a cidade. Retratei partes das Zonas Central (o Centrão mesmo e o vizinho Bom Retiro) e Sul (Brooklin e Planalto Paulista). Na Zona Sul dois bairros de classe média-alta – dessa vez, não fui a periferia.
 
Falo um pouco da modernização do transporte igualmente.


- "PIXAI POR NÓIS" - A MARGINAL TIETÊ E A DUTRA - Breve ensaio fotográfico na Marginal Tietê (ao lado) e comecinho da Dutra. Portanto pegando as Zonas Central e Norte – inclui algumas tomadas no subúrbio metropolitano de Guarulhos.
 

Outras reportagens sobre o tema:

- TABELA TROCADA

Dezenas de exemplos de busões operando em linhas ou mesmo cidades distintas do que sua pintura indica. 
 
Ao lado Busscar com pintura do metropolitano de B. Horizonte/MG operando em Barreiras/BA.
 
(A fonte dessa imagem é o blogue WelderBus.) 

Seja emprestados em testes ou quando foram vendidos e o novo dono simplesmente não repintou.

Também aparecerão ônibus com ‘tabela trocada’ dentro da mesma cidade.

Por exemplo esse Expresso “Frota Pública” de Curitiba operando como Inter-Bairros.

 Se estivesse na tabela correta, o buso seria verde, como aquele que o ultrapassa ao fundo.

Repare que a placa de itinerário atrás da porta é verde (essa e outras fotos são do acervo do portal Ônibus Brasil).

Peraí: micro-ônibus com 3 eixos??? Só pode ser na Paraíba!

Na capital João Pessoa, onde amam tanto ônibus trucado que até micrinho é Tribus.

- TERRAS DO TRIBUS (ÔNIBUS TRUCADO) URBANO: PARAÍBA, RIO GRANDE DO NORTE E SÃO PAULO

Esses 3 estados – SP, PB e RN – concentram essa manifestação no Brasil.

Por consequência são comuns também nos vizinhos estados do Nordeste.

Especialmente em Pernambuco e Sergipe e já mais raros na Bahia.

Em verde e branco em São Paulo, na faixa 1 da padronização ‘Inter-Ligado’.

 A esquerda no Terminal Central (não-integrado) de Durbã, 2017. A África do Sul também curte Tribus.

Voltando a nossa nação, evidente que eles existem pelo Brasil todo. Achei fotos dos trucados no:

Norte do Paraná, Mato Grosso, Rio (esse só no tempo jurássico), em Minas, Pará (nesse caso já desativado) e no Rio Grande do Sul.

O 1º Tribus do Brasil veio do interior de Santa Catarina, vejam vocês.

Era uma Rural, que o dono adaptou o 3º eixo – como a tomada histórica registrou.

(A fonte da imagem é o sítio da viação autora da façanha, a Turiscoll.)

Na mesma região, o Oeste de SC, encontramos nos tempos atuais também um micro-tribus, como ocorre na Paraíba.

 "Deus proverá"



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