ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"
Imagens
pertencentes aos sítios Lexicar
(acima) e Revista Portal do Ônibus (abaixo).
Créditos mantidos. Visite as fontes.
Local:
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Curitiba-PR.
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Data:
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Década
de 90 (ou começo da de 2000).
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Viação:
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Curitiba.
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Carroceria:
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Mafersa
(Material Ferroviário S.A.) - padrão (alongado).
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Motor:
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???.
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Observações:
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Acima
em ação, no pé da página outro do mesmo modelo, viação e
linha na garagem.
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Curitiba,
anos 90 (ou começo do novo
século). Ligeirinho Mafersa da (extinta)
A. V. Curitiba num dos terminais do Eixo Oeste.
A
foto foi feita no Campo Comprido ou Campina do Siqueira –
provavelmente nesse último.
“Leste/Oeste”
era o nome da quando ela era municipal, ia do CIC Norte ao Capão
da Imbuia.
Depois
que no ramo leste ela foi estendida pro Term. de Pinhais,
passou a se chamar “Pinhais/Campo Comprido”. Duas
notas:
1)
O ponto final do ramo Oeste continua na estação-tubo CIC Norte, que
como o nome indica fica no bairro Cidade Industrial.
Mas
como Campo Comprido é o terminal mais próximo (o penúltimo ponto),
ele quem nomeia a linha;
2)
Curiosamente, essa foi a única linha de Ligeirinho metropolitana que
não foi seccionada quando os sistemas municipal e inter-municipal se
separaram em 2015.
Foi
mantida. As linhas Colombo/CIC, Caiuá/Cachoeira, Barreirinha/São
José e Araucária/Centro foram cortadas pela metade (as duas
primeiras foram novamente restauradas, as duas últimas ainda não,
já explico melhor).
Explico.
Até fevereiro de 15, a prefeitura de Curitiba gerenciava
também boa parte das linhas
metropolitanas.
Aí
houve o rompimento. Os roteiros inter-municipais retornaram pro
governo do estado. Haviam 4 Ligeirinhos metropolitanos perimetrais
(que ligavam partes opostas da metrópole passando pelo Centro).
A
Campo Comprido/Pinhais (mostrada aqui, anteriormente chamada
‘Leste/Oeste’), curiosamente, foi mantida intacta. Repetindo, as
linhas Colombo/CIC e Caiuá/Cachoeira (então denominada
‘Tamandaré/Fazendinha’) foram seccionadas, mas depois que mudou
o prefeito restauradas.
A
linha Barreirinha/São José foi seccionada, e até hoje (escrevo em
julho de 19) ainda aguarda seu retorno, malgrado promessas em
contrário nunca cumpridas.
E
uma linha radial (ligava o Centro ao subúrbio), a Araucária/Praça
Rui Barbosa, igualmente foi cortada no Terminal Capão Raso (Z/S), e
tampouco recuperada.
………
Agora quanto a carroceria: vamos
reproduzir aqui alguns dados extraídos da enciclopédia Lexicar (de onde também veio a imagem acima em preto-&-branco).
A Mafersa - Material Ferroviário S.A. -, como o nome indica, começou fabricando vagões de trens. Partiu pra produção de tróleibus em 1985.
Nesse
ano a Capital Paulista
inaugurou seu maior terminal de ônibus, o de Santo Amaro, na Zona
Sul, e o corredor na avenida de mesmo nome que liga o bairro ao
Centro. A
Mafersa ganhou a concorrência no modal elétrico, e forneceu perto
de 80 tróleis pra CMTC (Cia. Municipal de Transporte Coletivo)
A
Mafersa tinha unidades em SP Capital, no interior paulista e em
Contagem, na Grande Belo Horizonte-MG.
Esse tróleibus foram produzidos em SP, cidade na qual operaram. No
fim dos anos 80 e virada pros 90 a Mafersa dá um grande salto: passa
a produzir ônibus a dísel, lança uma versão do
tróleibus-articulado (que
não pegou, não passou do modelo-piloto, alias não há articulados
Mafersas nem elétricos nem a dísel) e
transfere a produção de carrocerias integralmente pra unidade da
Grande BH.
Os ônibus da Mafersa eram revolucionários, pois totalmente adequados ao modelo 'Padrão' ('Padron',
no original) que o governo federal na época tentava disseminar nas
cidades brasileiras: mais longo, alto, largo, com portas amplas e
motor traseiro.
Ademais,
o
Mafersa também era monobloco,
como os Mercedes-Benz.
O que é um 'monobloco'? Geralmente nos ônibus uma fábrica produz o
chassi e outra a carroceria – todos já vimos nas estradas os
ônibus sem cobertura, indo exatamente receber a carroceria. Portanto
são duas peças separadas, dois blocos distintos.
A
Mafersa, e também a Mercedes, eram as únicas que produziam tanto
chassi quanto carroceria na mesma unidade fabril. Resultando que o
ônibus não tinha dois blocos separados, mas era feito por inteiro
de uma vez, num único bloco – o 'monobloco'.
Mas
o Monobloco Mercedes só tinha o motor traseiro de mais moderno e confortável pra passageiros e operadores. No resto, era o próprio 'cabrito': estreito, teto muito baixo, piso muito alto, tudo dificultando embarque e circulação.
Já o Mafersa, repetindo, era padrão, exatamente ao contrário
facilitando.
A
Mafersa pagou o preço de seu pioneirismo.
O
mercado não estava preparado pra um produto mais moderno e
confortável - e por isso um pouco mais caro. Quando no começo dos
anos 90 o governo federal cortou o financiamento pra implantação de
tróleibus e ônibus a dísel 'padrão', diversas encarroçadoras
vieram a pique. A Mafersa foi uma delas. Começou
a produzir tróleibus em 1985, e a dísel pouco depois. Em 1995 a
firma faliu.
Uma pena, né? Mas antes disso ela marcou época com seus possantes ônibus, e aqui vai a homenagem.
Matérias sobre o tema (após as ligações há mais uma imagem, do Ligeirinho na garagem da Auto Viação Curitiba):
- 'LESTE', 'NORTE', 'OESTE', 'SUL' E 'BOQUEIRÃO: ÔNIBUS DE CURITIBA, ANOS 80.
VIAGEM PRO PASSADO: A GARAGEM DA VIAÇÃO COLOMBO, ANOS 80 (E OUTRAS RARIDADES 'DAQUELE TEMPO')
"Deus proverá"
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