domingo, 20 de novembro de 2022

Terminal do Boqueirão: Convencional fazendo linha Alimentadora - ainda de lona em 2022!!

 

ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"

Imagem acima de autoria própria. Circulação livre, desde que os créditos sejam mantidos. Algumas das fotos abaixo são puxadas da internet, créditos mantidos sempre que impressos nas mesmas.

Local:

Curitiba-PR

Data:

10/2022.

Viação:

CCD (antiga Cristo Rei), parte do Consórcio Pioneiro.

Carroceria:

Marcopolo Viale.

Motor:

??? (Prov. Mercedes-Benz)

Observações:

Os dois atrás da "São José Urbana" (antiga Carmo).

 

Terminal Boqueirão, Zona Sul de Curitiba, outubro de 2022. Viale da CCD (ex-Cristo Rei) na linha Hauer/Boqueirão.

Pra quem não é de Curitiba, o Eixo Sul-2 de Expresso liga o Centro a parte oriental da Zona Sul. São 3 terminais, o Hauer no bairro Vila Hauer, óbvio, e 2 terminais no bairro Boqueirão: o de mesmo nome (onde foi feita essa foto) e o Carmo, entre esse e o Hauer. 

Os 3 terminais são ligados  diretamente, na canaleta, pelas linhas de Ligeirinho e pelo Expresso, em 2 modais: há as linhas paradoras e o Ligeirão, que só para nos terminais. Então quem precisa ir do Hauer ao Boqueirão, ou vice-versa, vai pela canaleta, através de uma dessas opções que acabei de citar.

Além disso há duas linhas alimentadoras que também ligam os terminais Hauer e Boqueirão, mas não vão pela canaleta, exatamente ao contrário, fazem um contorno pra servir as vila ao redor. Têm os mesmos pontos inicial e final, mas o trajeto é diferente: 

O Hauer/Boqueirão mostrado nessa imagem vai pela parte alta do Boqueirão, a direita da Marechal perto da divisa com o Xaxim, uma região mais aburguesada. 

Ainda no Term. Boqueirão, foto feita no mesmo dia.
O Iguape 2 segue, ao contrário, pela parte mais baixa, a esquerda da Marechal, perto do Rio Belém e portanto da divisa com o Uberaba. Passa por uma região bastante industrializada, e mais popular, ainda moradia da classe trabalhadora.

Por conta dessa diferença de público, a frequência do Iguape 2 é bem maior: uma viagem a cada 7 ou 8 minutos no pico, e 15 minutos no entre-pico. No Hauer/Boqueirão, respectivamente, 15 a 17 minutos no horário de movimento e 28 minutos no meio do dia (dados de nov.22). Os números falam por si mesmos. 

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Acima vemos 2 articulados do mesmo modelo, cor e viação, a São José dos Pinhais. A diferença é que o ao fundo cumpre linha metropolitana, no caso a E11-Boqueirão/Afonso Pena, e o da frente está em linha municipal de Curitiba, a 528-Boqueirão/Pinheirinho. Desde 2010 a antiga viação Carmo é oficialmente a "São José Urbana".

Focando agora no busão da foto maior abaixo da manchete,  é um Convencional da antiga Cristo Rei, inclusive com a letra ‘C’, deveria fazer linha, oras, Convencional na Zona Leste, mas está em linha Alimentadora da Zona Sul – a “licitação” de 2010 levou a formação de consórcios, acabando com a área de atuação das empresas individualmente.

Ligeirinho Boqueirão-Centro Cívico, em foto de 1992.

A partir de 2018 eliminaram a cor amarela, os novos Convencionais são laranjas como os Alimentadores, além da cor compartilham a letra ‘I‘. Antes de toda frota ser renovada em laranja está tendo “promiscuidade”, busos amarelos como Alimentadores e laranjas como Convencionais.

Linha escrita na lona. Essa safra de Viales  fabricados por volta de 2006 são os últimos ônibus de letreiro manual na Grande Curitiba, 99,9% da frota já dispõem de letreiro eletrônico (a Mercês também têm alguns Viales contemporâneos na mesma condição). Então fica registrado que pelo menos até o final de 2022 existiu letreiro de lona em Ctba. .

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O Ligeirinho Boqueirão/Centro Cívico foi o 1º de Curitiba, inaugurado em abril de 1991. Por isso a primeira linha de ônibus do Brasil com embarque em nível - ao lado do Corredor que passa pela Barra Funda em SP, que passou a operar no mesmo mês, embora no caso paulista a inauguração oficial tenha sido em julho de 1991. De São Paulo falamos bastante em outras oportunidades, inclusive de seu sistema de transportes

Aqui, voltando a Ctba., a foto acima é de 1992, poucos meses após a inauguração dos Ligeirinhos. Sabemos disso pela identificação do veículo, '9231', só com números. Ainda em 1992 foi implantado o sistema alfa-numérico, que vigora até hoje (2022).

Como o nome indica, a linha Boqueirão/Centro Cívico liga os terminais do eixo Sul-2 (o de mesmo nome, o Carmo e o Hauer) ao Centro e depois ao Centro Cívico, bairro ainda na Zona Central

Em azul o citado Expresso Ligeirão pro Boqueirão em tomada de 2015. A partir de 2011 Curitiba teve, pela 1ª vez, ônibus municipais azuis. Durou pouco. A partir de 2018 os Expressos voltaram a serem vermelhos.

Matérias sobre o Boqueirão e bairros vizinhos:

Boqueirão: Entre o Centro e o CIC (janeiro de 2015): Na dimensão de tempo, e não na de espaço. Explico. Na história de Curitiba, apenas 3 bairros conseguiram ocupar em algum momento o posto de mais populoso: Centro, Boqueirão e Cidade Industrial. O Centro foi o bairro que teve mais habitantes da cidade por quase 3 séculos, da fundação a 1970. O CIC é desde 1990, e o será pelos próximos 3 séculos ou mais.

Apenas o Boqueirão conseguiu se inserir entre esses dois. Em 1980, o Boqueirão foi o mais populoso, feito que nenhum outro bairro jamais repetirá. Pois nunca nenhum dos outros 72 bairros curitibanos conseguirá ultrapassar a Cid. Industrial (que concentra sozinha 10% dos habitantes de Curitiba).

Xaxim Social”: Jardim Maringá debaixo de chuva é mil grau (maio de 2014).

Ao lado e logo abaixo: Jd. Maringá (J.M.), no Xaxim. O busão sai do Terminal do Carmo.

“Xaxim Social” é um trocadilho com o Xaxim e o Jardim Social, como os “curitibocas” sabem.

A ironia é que o Jd. Social (Zona Leste) é o 2° bairro de renda mais alta da cidade, só atrás do Batel (Zona Central).

Enquanto que, inversamente, o Xaxim é um bairro de periferia.

Acontece que o Xaxim se aburguesou intensamente desde a virada do milênio.

Entretanto partes dele ainda são de classe trabalhadora.

O J.M. é um desses pedaços. Confira o passeio – debaixo de um toró – na área.

Uma rua cheia de sobrados artesanais, a “Cidade da Laje”.

O Trem-Bala da Leste: 475-Canal Belém (fevereiro de 2014). Nesse dia fui do Boqueirão a PUC a pé pelo trajeto do ônibus. Mostrando um pouco do Uberaba as margens do maior rio de Curitiba.

Mais postagens sobre o transporte coletivo em Curitiba:

CIRCULAR CENTRO, AQUI JAZ:  O FIM DOS ÔNIBUS BRANCOS EM CURITIBA

No início os anos 80 Curitiba implantou seu revolucionário sistema de transporte coletivo. Padronizando a frota em unicolor, a cor indicava a categoria.

Por quase 40 anos, de 1981 a 2020 Curitiba teve ônibus brancos, enquanto durou o Circular Centro (esq.).

Brasília: a ‘Zebrinha’ se foi mas voltou!

As categorias Vizinhança e Inter-Hospitais, e por um tempo até o Alimentador Zoológico, também utilizaram a mesma cor, em períodos diferentes da história.

No entanto em 2020 acabou. Assim como o azul, o branco também foi eliminado do sistema de transporte curitibano.

Tem mais, mostro várias categorias que igualmente foram feitas por micros, em várias cidades brasileiras: Porto Alegre, Brasília, o Rio, o Recife e Santos. Como essas linhas começaram, e como estão hoje.

Se tudo fosse pouco, no Chile um desses micros teve um triste final . . .virou varal!

– CHEGOU O LIGEIRÃO NORTE – DEPOIS DE 5 ANOS…UFA 

Aqui retrato a história do modal ‘Expresso’, desde sua criação em 1974Você sabe quantas cores o Expresso já teve em Curitiba?

Foram 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjas (dir.), cinzas (esq.) e azuismas sempre voltam a ser vermelhos.



(Radiografia completa, todos os modais: Expressos, ConvencionaisIntrer-Bairros, Alimentadores, Circular-Centro, Ligeirinhos, e mesmo outros que já foram extintos.)
 

DE CURITIBA PRO MUNDO

DO MUNDO PRA CURITIBA

Mostram, respectivamente, ônibus que começaram na capital do PR e depois foram vendidos pra outras cidades do mundo; E, inversamente, bichões que primeiro rodaram em outras terras e depois vieram pra cá.

De 2015 pra cá o sistema metropolitano da capital do PR passou a ser grande importado de busões usados. Isso é domínio público. Agora segura essa bomba: flagrei um Caio Gabriela Expresso operando na Costa Rica, América Central. O letreiro diz “020-Inter-Bairros 2”, entregando que ele é oriundo daqui de Curitiba.

Outra raridade postada na mesma reportagem: já na pintura do ‘Municipalizdo’ de SP. Letreiro: “203-Sta. Cândida/C. Raso”, articulado também ex-curitibano evidente.

E, o tema dessa postagem, Ligeirinho de Curitiba em plena Nova Iorque/EUA. A linha é ‘Lower Manhattan’.

Calma, como dito foi somente por uma semana que eles rodaram lá. Uma exposição do novo sistema que estava sendo implantado aqui. Só um espetáculo teatral, resumindo.





ANTES & DEPOIS: FROTA PÚBLICA DE CURITIBA: Entre 1987 e 88, a prefeitura encomendou 88 articulados, que vieram pintados de laranja.
O busólogo curitibano Osvaldo Teodoro Born fez um excelente trabalho de mostrar cada um deles, em sua página ‘A Folha do Omnibus‘(infelizmente retirada do ar).

Usei seu trabalho como base pra fazer uma matéria em minha página, acrescentando mais fotos e informações. 

Tudo somado, os 88 busos eram nessas configurações:
– 12 Caios Amélia (11 Scania e 1 Volvo)
– 26 Marcopolos Torino (todos Volvo)
– 50 Ciferal Alvorada (idem, 100% Volvo).

Vendo pelo fabricante de motor, repetindo, foram 11 Scanias (todos eles Caio Amélia e com o eixo a frente da porta) e 77 Volvos (sendo 1 Caio Amélia, 26 Marcopolos Torino e 50 Ciferal Alvorada, todos com o eixo na posição ‘normal’, atrás da porta).

Esse é focado nos ônibus. Falo bastante da cidade de Curitiba, principalmente de um fato curioso:Azul é a cor mais comum de ônibus pelo mundo afora.
No entanto, só em 2011 a capital do Paraná foi ter busos nessa cor. A vai durar pouco. Os ‘ligeirões’ comprados a partir de 2018 voltaram a ser vermelhos.

Assim, em algum momento na década de 20, a frota azul adquirida em 2011 será substituída.

Curitiba deixará então de ter busos celestes, e então nãos os terá nem no municipal tampouco no metropolitano. Alias esse tema já nos leva a próxima matéria.

Ligeirão na descida do Juvevê, 2018.
 
 
Aqui retrato a história do modal ‘Expresso’, desde sua criação em 1974Você sabe quantas cores o Expresso já teve em Curitiba?

Foram 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjascinzas e azuismas sempre voltam a ser vermelhos.

As próximas 3 matérias retratam Colombo, na Zona Norte da Grande Curitiba.

– VIAGEM PRO PASSADO: A GARAGEM DA VIAÇÃO COLOMBO, ANOS 80 - Quando ainda era pintura livre, e a viação era grande cliente da Caio (depois ela ficou 20 anos sem adquirir Caios 0km).

Repetindo o que já foi dito acima e é notório: ficou pronto em 2006, mas ficou 3 anos fechado, só sendo inaugurado (de forma errada) em 2009.
Somente em 2016 o Roça Grande se transformou num terminal de verdade.
Com linha troncal sendo feita por articulado e linhas alimentadoras com integração de fato.
Fotografei um articulado Caio ex-BH chegando no Terminal Roça Grande vindo do Centrão de Ctba. .  Isso nos leva as duas próximas matérias.

Até 2015, a prefeitura de Curitiba controlava também boa parte do transporte metropolitano.
Então era proibido trazer ônibus usados, tinha que ser sempre 0km.
Nesse ano houve o rompimento. As linhas inter-municipais voltaram pra alçada do governo do estado.
Com isso, Curitiba passou a ser grande importadora de busões de outros estados.

Um busão do Recife foi vendido primeiro pra Aracaju-SE.
Onde operou sem repintar por conta de uma homenagem que uma viacão sergipana faz a Pernambuco.
 
Depois veio pra Grande Curitiba, sendo enfim repintado no padrão metropolitano.
E assim, no bege da Comec, foi deslocado pra Itajaí/SC.
Mostro vários outros exemplos que nas viações metropolitanas a importação de ônibus usados virou rotina em Curitiba.
Especialmente entre os articulados, mas chegou ma leva de ‘carros’ curtos também.

2021: enfim os Expressos na L. Verde Norte/Leste.
– LINHA TURISMO: A CURITIBA QUE SAI NA T.V. - Na postagem conto a história completa desse modal.
 
Desde o tempo da ‘jardineira’ “Pro-Parque” e da linha “Volta ao Mundo“, que foram suas predecessoras. Passando pelo momento que a Linha Turismo ainda era feita com velhos ônibus de 1-andarA Linha Turismo não era vista com tanta importância.
 
Por isso os ‘carros’ que nelas serviam eram aposentados das linhas convencionais, reformados pra mudarem as janelas e os bancos. Só depois chegaram os busões 0km especialmente pra Linha Turismo; Primeiro ainda com 1 andar mesmo, e mais recentemente os famosos 2-andares.

Canal Belém na Estação PUC da Linha Verde.

2021: UFA! 14 ANOS DEPOIS, ENFIM INAUGURADA A LINHA VERDE NORTE/LESTE – Incompleta por enquanto (julho de 2021)

A “Linha Verde” é o antigo traçado urbano da BR-116.

Curitiba não é mais a mesma. Antes a cidade inovava: Nos anos 70 e 80 criou - a nível global - o conceito de ônibus "Expresso" (corredores exclusivos, terminais de integração, etc.). Em  1992 foi aqui que começou a rodar o primeiro bi-articulado do Brasil.

 Agora…quanta diferença: o corredor da ‘Linha Verde’ começou a ser construído em 2007. Só em 2021 começou a circular um Expresso no trecho Leste/Norte da linha. 14 anos e meio depois. 

Ainda assim, incompleta. Só inauguraram 3 novas estações (escrevo em 21): Fagundes Varela, Vila Olímpica e PUC. Ainda faltam mais 5.

Antes tarde que nunca, ao menos agregou novas opções de integração, as estações-tubo F. Varela e PUC são mini-terminais. Onde é possível baldear gratuitamente pra diversas linhas Convencionais, Alimentadores e Inter-Bairros. A esquerda acima o Convencional Canal Belém integrando gratuitamente na Estação PUC (ao fundo o Circo Vostock, que está fixo no local há alguns anos).

Linhas do Terminal Roça Grande, Colombo.

- TATUQUARA, ZONA SUL: O TERMINAL QUE NÃO É TERMINAL -
(atualizado em maio de 2021, quando da inauguração do mesmo)

Não é terminal porque foi planejado errado, não tem linhas troncais (Ligeirinho nem Expresso) tampouco Alimentadores próprios.  

Não agregou novas opções de integração. Resultado? Está vazio, grosseiramente sub-utilizado, pois não é útil aos moradores da região.

Exatamente como aconteceu antes na Zona Norte, em Colombo

Refrescando a memória, o Terminal Roça Grande ficou pronto em 2006, mas só foi inaugurado - de forma erra em 2009. 

E somente em 2016 se tornou um terminal de verdade, com linhas troncais feitas por articulados e alimentadores próprios. Faça as contas, 10 anos pra corrigir. Espero que no Tatuquara o ajuste leve menos que uma década. Bem menos.

Falo também da grande invasão que ocorreu no Tatuquara em 2020 - antes da eleição como é tradição em Curitiba - próximo a Vila Zanon. Situação tensa na Zona Sul.

 "Deus proverá"

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