ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"
Local: |
Curitiba-PR |
Data: |
10/2022. |
Viação: |
CCD (antiga Cristo Rei), parte do Consórcio Pioneiro. |
Carroceria: |
Marcopolo Viale. |
Motor: |
??? (Prov. Mercedes-Benz) |
Observações: |
Os dois atrás da "São José Urbana" (antiga Carmo). |
Terminal Boqueirão, Zona Sul de Curitiba, outubro de 2022. Viale da CCD (ex-Cristo Rei) na linha Hauer/Boqueirão.
Pra quem não é de Curitiba, o Eixo Sul-2 de Expresso liga o Centro a parte oriental da Zona Sul. São 3 terminais, o Hauer no bairro Vila Hauer, óbvio, e 2 terminais no bairro Boqueirão: o de mesmo nome (onde foi feita essa foto) e o Carmo, entre esse e o Hauer.
Os 3 terminais são ligados diretamente, na canaleta, pelas linhas de Ligeirinho e pelo Expresso, em 2 modais: há as linhas paradoras e o Ligeirão, que só para nos terminais. Então quem precisa ir do Hauer ao Boqueirão, ou vice-versa, vai pela canaleta, através de uma dessas opções que acabei de citar.
Além disso há duas linhas alimentadoras que também ligam os terminais Hauer e Boqueirão, mas não vão pela canaleta, exatamente ao contrário, fazem um contorno pra servir as vila ao redor. Têm os mesmos pontos inicial e final, mas o trajeto é diferente:
O Hauer/Boqueirão mostrado nessa imagem vai pela parte alta do Boqueirão, a direita da Marechal perto da divisa com o Xaxim, uma região mais aburguesada.
O Iguape 2 segue, ao contrário, pela parte mais baixa, a esquerda da Marechal, perto do Rio Belém e portanto da divisa com o Uberaba. Passa por uma região bastante industrializada, e mais popular, ainda moradia da classe trabalhadora.Ainda no Term. Boqueirão, foto feita no mesmo dia.
Por conta dessa diferença de público, a frequência do Iguape 2 é bem maior: uma viagem a cada 7 ou 8 minutos no pico, e 15 minutos no entre-pico. No Hauer/Boqueirão, respectivamente, 15 a 17 minutos no horário de movimento e 28 minutos no meio do dia (dados de nov.22). Os números falam por si mesmos.
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Acima vemos 2 articulados do mesmo modelo, cor e viação, a São José dos Pinhais. A diferença é que o ao fundo cumpre linha metropolitana, no caso a E11-Boqueirão/Afonso Pena, e o da frente está em linha municipal de Curitiba, a 528-Boqueirão/Pinheirinho. Desde 2010 a antiga viação Carmo é oficialmente a "São José Urbana".
Focando agora no busão da foto maior abaixo da manchete, é um Convencional da antiga Cristo Rei, inclusive com a letra ‘C’, deveria fazer linha, oras, Convencional na Zona Leste, mas está em linha Alimentadora da Zona Sul – a “licitação” de 2010 levou a formação de consórcios, acabando com a área de atuação das empresas individualmente.
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Ligeirinho Boqueirão-Centro Cívico, em foto de 1992. |
A partir de 2018 eliminaram a cor amarela, os novos Convencionais são laranjas como os Alimentadores, além da cor compartilham a letra ‘I‘. Antes de toda frota ser renovada em laranja está tendo “promiscuidade”, busos amarelos como Alimentadores e laranjas como Convencionais.
Linha escrita na lona. Essa safra de Viales fabricados por volta de 2006 são os últimos ônibus de letreiro manual na Grande Curitiba, 99,9% da frota já dispõem de letreiro eletrônico (a Mercês também têm alguns Viales contemporâneos na mesma condição). Então fica registrado que pelo menos até o final de 2022 existiu letreiro de lona em Ctba. .
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O Ligeirinho Boqueirão/Centro Cívico foi o 1º de Curitiba, inaugurado em abril de 1991. Por isso a primeira linha de ônibus do Brasil com embarque em nível - ao lado do Corredor que passa pela Barra Funda em SP, que passou a operar no mesmo mês, embora no caso paulista a inauguração oficial tenha sido em julho de 1991. De São Paulo falamos bastante em outras oportunidades, inclusive de seu sistema de transportes.
Aqui, voltando a Ctba., a foto acima é de 1992, poucos meses após a inauguração dos Ligeirinhos. Sabemos disso pela identificação do veículo, '9231', só com números. Ainda em 1992 foi implantado o sistema alfa-numérico, que vigora até hoje (2022).
Como o nome indica, a linha Boqueirão/Centro Cívico liga os terminais do eixo Sul-2 (o de mesmo nome, o Carmo e o Hauer) ao Centro e depois ao Centro Cívico, bairro ainda na Zona Central.
Em azul o citado Expresso Ligeirão pro Boqueirão em tomada de 2015. A partir de 2011 Curitiba teve, pela 1ª vez, ônibus municipais azuis. Durou pouco. A partir de 2018 os Expressos voltaram a serem vermelhos.
Matérias sobre o Boqueirão e bairros vizinhos:
– Boqueirão: Entre o Centro e o CIC (janeiro de 2015): Na dimensão de tempo, e não na de espaço. Explico. Na história de Curitiba, apenas 3 bairros conseguiram ocupar em algum momento o posto de mais populoso: Centro, Boqueirão e Cidade Industrial. O Centro foi o bairro que teve mais habitantes da cidade por quase 3 séculos, da fundação a 1970. O CIC é desde 1990, e o será pelos próximos 3 séculos ou mais.
Apenas o Boqueirão conseguiu se inserir entre esses dois. Em 1980, o Boqueirão foi o mais populoso, feito que nenhum outro bairro jamais repetirá. Pois nunca nenhum dos outros 72 bairros curitibanos conseguirá ultrapassar a Cid. Industrial (que concentra sozinha 10% dos habitantes de Curitiba).
– “Xaxim Social”: Jardim Maringá debaixo de chuva é mil grau (maio de 2014).
Ao lado e logo abaixo: Jd. Maringá (J.M.), no Xaxim. O busão sai do Terminal do Carmo.
“Xaxim Social” é um trocadilho com o Xaxim e o Jardim Social, como os “curitibocas” sabem.
A ironia é que o Jd. Social (Zona Leste) é o 2° bairro de renda mais alta da cidade, só atrás do Batel (Zona Central).
Enquanto que, inversamente, o Xaxim é um bairro de periferia.
Acontece que o Xaxim se aburguesou intensamente desde a virada do milênio.
Entretanto partes dele ainda são de classe trabalhadora.
O J.M. é um desses pedaços. Confira o passeio – debaixo de um toró – na área.
Uma rua cheia de sobrados artesanais, a “Cidade da Laje”.
– O Trem-Bala da Leste: 475-Canal Belém (fevereiro de 2014). Nesse dia fui do Boqueirão a PUC a pé pelo trajeto do ônibus. Mostrando um pouco do Uberaba as margens do maior rio de Curitiba.
Mais postagens sobre o transporte coletivo em Curitiba:
– CIRCULAR CENTRO, AQUI JAZ: O FIM DOS ÔNIBUS BRANCOS EM CURITIBA
No início os anos 80 Curitiba implantou seu revolucionário sistema de transporte coletivo. Padronizando a frota em unicolor, a cor indicava a categoria.
Por quase 40 anos, de 1981 a 2020 Curitiba teve ônibus brancos, enquanto durou o Circular Centro (esq.).
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Brasília: a ‘Zebrinha’ se foi mas voltou! |
As categorias Vizinhança e Inter-Hospitais, e por um tempo até o Alimentador Zoológico, também utilizaram a mesma cor, em períodos diferentes da história.
No entanto em 2020 acabou. Assim como o azul, o branco também foi eliminado do sistema de transporte curitibano.
Tem mais, mostro várias categorias que igualmente foram feitas por micros, em várias cidades brasileiras: Porto Alegre, Brasília, o Rio, o Recife e Santos. Como essas linhas começaram, e como estão hoje.
Se tudo fosse pouco, no Chile um desses micros teve um triste final . . .virou varal!
– CHEGOU O LIGEIRÃO NORTE – DEPOIS DE 5 ANOS…UFA
Mostram, respectivamente, ônibus que começaram na capital do PR e depois foram vendidos pra outras cidades do mundo; E, inversamente, bichões que primeiro rodaram em outras terras e depois vieram pra cá.
De 2015 pra cá o sistema metropolitano da capital do PR passou a ser grande importado de busões usados. Isso é domínio público. Agora segura essa bomba: flagrei um Caio Gabriela Expresso operando na Costa Rica, América Central. O letreiro diz “020-Inter-Bairros 2”, entregando que ele é oriundo daqui de Curitiba.
Outra raridade postada na mesma reportagem: já na pintura do ‘Municipalizdo’ de SP. Letreiro: “203-Sta. Cândida/C. Raso”, articulado também ex-curitibano evidente.
E, o tema dessa postagem, Ligeirinho de Curitiba em plena Nova Iorque/EUA. A linha é ‘Lower Manhattan’.
Calma, como dito foi somente por uma
semana que eles rodaram lá. Uma exposição do novo sistema que estava
sendo implantado aqui. Só um espetáculo teatral, resumindo.
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Ligeirão na descida do Juvevê, 2018. |
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2021: enfim os Expressos na L. Verde Norte/Leste. |
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Canal Belém na Estação PUC da Linha Verde. |
– 2021: UFA! 14 ANOS DEPOIS, ENFIM INAUGURADA A LINHA VERDE NORTE/LESTE – Incompleta por enquanto (julho de 2021)
A “Linha Verde” é o antigo traçado urbano da BR-116.
Curitiba não é mais a mesma. Antes a cidade inovava: Nos anos 70 e 80 criou - a nível global - o conceito de ônibus "Expresso" (corredores exclusivos, terminais de integração, etc.). Em 1992 foi aqui que começou a rodar o primeiro bi-articulado do Brasil.
Agora…quanta diferença: o corredor da ‘Linha Verde’ começou a ser construído em 2007. Só em 2021 começou a circular um Expresso no trecho Leste/Norte da linha. 14 anos e meio depois.
Ainda assim, incompleta. Só inauguraram 3 novas estações (escrevo em 21): Fagundes Varela, Vila Olímpica e PUC. Ainda faltam mais 5.
Antes tarde que nunca, ao menos agregou novas opções de integração, as estações-tubo F. Varela e PUC são mini-terminais. Onde é possível baldear gratuitamente pra diversas linhas Convencionais, Alimentadores e Inter-Bairros. A esquerda acima o Convencional Canal Belém integrando gratuitamente na Estação PUC (ao fundo o Circo Vostock, que está fixo no local há alguns anos).
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Linhas do Terminal Roça Grande, Colombo. |
- TATUQUARA, ZONA SUL: O TERMINAL QUE NÃO É TERMINAL -
(atualizado em maio de 2021, quando da inauguração do mesmo) –
Não é terminal porque foi planejado errado, não tem linhas troncais (Ligeirinho nem Expresso) tampouco Alimentadores próprios.
Não agregou novas opções de integração. Resultado? Está vazio, grosseiramente sub-utilizado, pois não é útil aos moradores da região.
Exatamente como aconteceu antes na Zona Norte, em Colombo.
Refrescando a memória, o Terminal Roça Grande ficou pronto em 2006, mas só foi inaugurado - de forma erra em 2009.
E somente em 2016 se tornou um terminal de verdade, com linhas troncais feitas por articulados e alimentadores próprios. Faça as contas, 10 anos pra corrigir. Espero que no Tatuquara o ajuste leve menos que uma década. Bem menos.
Falo também da grande invasão que ocorreu no Tatuquara em 2020 - antes da eleição como é tradição em Curitiba - próximo a Vila Zanon. Situação tensa na Zona Sul.
"Deus proverá"
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