quinta-feira, 21 de outubro de 2021

O Transporte no Rio: Lado A & Lado B.

Articulado 'BRT' no Terminal Alvorada, Barra da Tijuca, Zona Oeste: na orla funciona muito bem.

 
No subúrbio a realidade é outra. Cenas que haviam desaparecido de nosso país voltaram a acontecer.

A 1ª imagem, no topo da página, é de autoria própria e portanto de livre circulação, desde que os créditos sejam mantidos. A 2ª, logo acima, foi puxada da internet.

Local:

Rio de Janeiro-RJ.

Data

1ª foto em 09/2020. A 2ª foi clicada perto da virada da década de 10 pra de 20 (século 21, evidente).

Viação:

???

Carroceria:

Neobus 'Mega/BRT' Articulado.

Motor:

Na foto debaixo é Volvo. Na acima provavelmente idem.

Observações:

Ambos ainda no emplacamento que vigorou dos anos 90 até a virada pra década de 20, fundo vermelho, 3 letras e 4 números, com o nome do estado e município.

Terminal Alvorada, Barra da Tijuca, Zona Oeste do rio de Janeiro, setembro de 2020. Neobus articulado na linha 22, que liga o Alvorada ao Terminal Jardim Oceânico, onde é possível fazer integração com o metrô.

Por toda a primeira década do novo século 21 o Rio de Janeiro não tinha ônibus articulados. Parece incrível mas é verdade, alias outras importantes capitais como Belo Horizonte-MG, Salvador-BA, Fortaleza-CE e Belém-PA passavam pela mesma situação

Todas essas tiveram ônibus 'sanfonados' nas décadas de 80 e/ou 90, mas um pouco antes da virada do milênio extinguiram a presença desses ônibus maiores em suas ruas. Desde então em todas houve nova onda de modernização. Todas com exceção de Salvador agora contam com articulados em corredores exclusivos, com estações elevadas de embarque pré-pago. Em compensação a capital baiana construiu 2 linhas de metrô, irá modernizar o trem de subúrbio pra VLT, e breve também irá inaugurar sua rede de BRT's, que será operada por articulados. 

O Rio é nosso foco de hoje. Nos anos 80 e 90 a estatal CTC-RJ e algumas viações metropolitanas contaram com articulados. A CTC foi privatizada, o Rio deixou de ter esse tipo de veículo mais longo, em todos os modais, municipal e metropolitano. Alias não havia nenhum articulado em todo Estado do RJ, interior incluído. 


Além disso a cidade nunca havia tido o que aqui em Curitiba - que inventou esse modelo - chamamos de 'Expresso', hoje preferem a sigla em inglês 'BRT'.

Na década de 10 tudo mudou.  O sistema ‘BRT’ foi inaugurado em 2012, com o ramal ‘TransOeste‘.

Em 2014 veio o ramal ‘TransCarioca’, e em 2016 o ‘TransOlímpica’. No começo funcionavam bem.

O metrô, que só ia até Ipanema (na Zona Sul evidente) também foi estendido a Zona Oeste, em 2016.

Houve enorme esforço de modernização pra Olimpíada, e alguns dos benefícios se mantiveram:

Ampliação do metrô, VLT, integração no cartão, elevador no Morro Santa Marta, e o próprio BRT, que na orla funciona bem.

Por outro lado o dinheiro acabou, situação já presente após o Rio-16, e que se agravou muito com a epidemia.

Vários setores do transporte coletivo carioca estão a beira do colapso, como alias também outras áreas como saúde, segurança e a própria governabilidade política.

O teleférico nos morros do Alemão e Providência, os bi-articulados e a padronização de pintura já se foram.  A continuidade de todos os demais modais está ameaçada.

Publiquei matéria específica sobre esse tema. Além dessa radiografia do presente, traço uma perspectiva histórica do século 20, com ênfase especial dos anos 70 pra cá:

- O TRANSPORTE NO RIO: BONDE ANTIGO, BONDE MODERNO (VLT), AMPLA REDE DE TRENS DE SUBÚRBIO, METRÔ, BARCAS, POUCOS ARTICULADOS E CORREDORES:

TELEFÉRICOS, BI-ARTICULADOS E PADRONIZAÇÃO DE PINTURA VIERAM MAS DURARAM POUCO (outubro de 2021) –

CONFIRA A SÉRIE SOBRE O RIO DE JANEIRO:

021: A CIDADE É MARAVILHOSA MAS . . .  SE LIGA MEU IRMÃO!!!

Que a situação está complicada e de forma multi-dimensional não é segredo pra ninguém. Não o menor dos problemas é a violência urbana, evidente. Faço uma breve retrospectiva histórica mostrando as origens dessa triste situação.

 
Uma cidade ocupada militarmente, foi o que vi em setembro/2020. A impressão é que havia desembarcado em Bagdá/Iraque ou Cabul/Afeganistão. Relato com muitas fotos de uma realidade impressionante.


Outras postagens sobre o mesmo tema:

- CAPELINHA: RIO, SP, B.H., BELÉM E POA; PLACA NO ALTO: ESTAMOS NO SUDESTE

Quem tem perto de 40 (escrevo em 2021) vai lembrar quem em muitas cidades antigamente os busos tinham ‘capelinhas’ – letreiro menor no teto pro nº da linha. Muito comum no Rio e SP, sendo que no rio quase oni-presente até os anos 80 e começo dos 90.

Mostra o Sudeste e mais Belém-PA, Porto Alegre-RS e até Brasília-DF (onde houve esse apetrecho em maior escala), além de dar um panorama global.

Falo também de um costume, nos anos 70 e 80 típico do Sudeste Brasileiro e também presente no Chile e Argentina: pôr a chapa na grade de respiração do motor, e não no espaço próprio pra isso no para-choques.

- DEUS É UM CARA GOZADOR E ADORA BRINCADEIRAS (mostro situações irônicas nos ônibus, e no caso do Rio abordo o sistema de Expressos e alimentadores do Trans-Carioca; também flagrei e relato curiosidades em Atibaia-SP, na Argentina e na Paraíba)
  

- DO 'FAIXA AZUL' AO FAIXA PRETA': OS VOVOS DO SÉCULO 20 (Centrado mais nos caminhões, mas falamos também dos ônibus, um pouco do Brasil - ali está postada a foto que viram no topo da página - e especialmente do Peru)


- "SÉCULO 20: 'AZULÃO EM CURITIBA SÓ NO METROPOLITANO; E "VOLVO ERA VOLVO..." Aqui o foco é o transporte coletivo; abordo também o fato que Curitiba só foi ter ônibus azuis municipais em 2011, antes não - e os azuis são bi-articulados  - o que nos leva as seguintes matérias:


Aqui retrato a história do modal ‘Expresso’, desde sua criação em 1974Você sabe quantas cores o Expresso já teve em CuritibaForam 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjascinzas e azuismas sempre voltam a ser vermelhos.

(Radiografia completa, desde a implantação dos 'Expressos' nos anos 70, o começo dos articulados em 1981, massificação dos articulados em 1987/88, e chegada dos bi-articulados nos anos 90)

ANTES & DEPOIS: FROTA PÚBLICA DE CURITIBA: Antes dos bi-articulados. Mas retrata o momento que Curitiba passou de alguns poucos articulados, perto de ou mesmo menos de 10 (com uma só sanfona) pra várias dezenas deles. Entre 1987 e 88, a prefeitura encomendou 88 articulados, que vieram pintados de laranja. O busólogo curitibano Osvaldo Teodoro Born fez um excelente trabalho de mostrar cada um deles, em sua página ‘A Folha do Omnibus‘. Usei seu trabalho como base pra fazer uma matéria em minha página, acrescentando mais fotos e informações. 

Sobre São Paulo:

-  SP: A REVOLUÇÃO NO TRANSPORTE  - Nessa aqui falamos também de Campinas, e seus bi-articuladosEvidente que as coisas estão longe de serem perfeitas. Mas comparando ao que era até os anos 90 o transporte público em SP melhorou muitoSomando as redes de metrô e trem suburbano - e precisa somar, pois você acessa ambas pagando uma só passagem - a rede sobre trilhos na Grande SP já iguala o metrô de Nova Iorque/EUA. Os ônibus paulistanos igualmente mudaram da água pro vinho, mesmo que ainda haja espaço pra melhorar bem mais 

'SAIA-&-BLUSA': OS ÔNIBUS PAULISTANOS (1978-1991): Essa focando mais especificamente nos ônibus como o nome indica, abordando a pintura livre (até 1978) e as padronizações 'Saia-&-Blusa' (78-92, como dito), 'Municipalizado' (1992-2003) e 'Inter-Ligado' (2003-presente)




O melhor e o pior do Brasil, a poucas quadras de distância um do outro. O Centrãoque está com muitos moradores de rua e diversos outros problemas típicos de uma metrópole desse porte;

E ali do ladinho a “Cidade Verde”, os Jardins, a Paulista, Higienópolis, e o começo das Zonas Oeste e Sul, região que ao lado da Orla do Rio é onde mais concentra elite e alta burguesia no Brasil. Além disso, um dos pontos positivos é exatamente a melhora do transporte, fotografei vários bi-articulados paulistanos em ação.


Deus proverá

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