ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"
Local: |
Curitiba-PR. |
Data |
05/2021. |
Viação: |
Redentor. |
Carroceria: |
Caio Apache '4' articulado |
Motor: |
Mercedes-Benz, traseiro. |
Observações: |
Primeiro dia útil de operações do Terminal Tatuquara. |
No mínimo teria que haver uma linha Tatuquara/Pinheirinho Direto, sem paradas fora desses 2 terminais. Tampouco há. Não se criaram novas opções de integração. Nem se ganhou tempo pra chegar ao Pinheirinho ou – que seria o ideal – direto aos bairros mais centrais. Sendo assim, o Tatuquara não é um terminal, é somente um ‘ponto de parada de luxo’.
Estive no local logo no primeiro dia útil de operações, em 31 de maio de 2021, e comprovei os fatos. O que foi entregue não foi o que a prefeitura prometeu.
Em inúmeras oportunidades foi dito, o próprio prefeito Rafael Greca empenhou a palavra dele várias vezes, que “não seria mais preciso passar pelo Pinheirinho“.
Foi
propalado com alarde repetidamente que todas as linhas da regional
Tatuquara (que inclui os bairros Campo de Santana e Caximba) se
tornariam alimentadoras do Terminal Tatuquara.
Uma passageira que estava na linha Rio Bonito definiu assim: “É só pra dizer que tem terminal, porque na verdade ficou só como um ponto a mais. Não entrou nenhum ônibus novo“.
Caso a prefeitura não corrija e faça do Tatuquara um terminal de verdade, com alimentadores que só parem nele e troncais pros bairros e terminais mais centrais, ele continuará com movimento baixíssimo.
Já vi isso acontecer antes. Uma vez aqui na Grande Curitiba mesmo, em 2009 no Terminal Roça Grande em Colombo, e outra em Florianópolis-SC, em 2003.Faziam nada menos que longos 22 anos que o município de Curitiba não ganhava um terminal de ônibus. O último fora o Caiuá, no CIC (Zona Oeste), que passou a operar em 1999, no milênio passado ainda.
Então esse é um sentido que o Tatuquara demorou pra ficar pronto. Mais de 2 décadas é muito tempo pra uma cidade que não tem nenhuma opção sobre trilhos (nem metrô, tampouco trem ou VLT).
Curitiba aposta todas as suas fichas no modal do ônibus. Mais: com exceção de umas pouquíssimas linhas, essa cidade não tem integração digital, no cartão. Só existe integração física, nos terminais.
Sendo assim, a rede tem que ser ampliada com novos terminais. Mas levou 22 anos pra isso acontecer, e quando aconteceu aconteceu errado (pelo menos por enquanto).
Não foi isso que a prefeitura prometeu. Desde que o Terminal do Tatuquara começou a ser licitado, em 2018, a Urbs assegurou que haveria linhas troncais e alimentadoras.
O que deveria ter sido feito? Uma linha troncal e direta, sem paradas, de preferência até do Tatuquara até o Centro. Mas no mínimo até o Terminal Pinheirinho, ou um tubo da Linha Verde próximo. Onde as pessoas pegariam o Ligeirão (‘BRT’, como agora é chamado pela sigla em inglês) e seguiriam a Zona Central de forma rápida.
Aí as linhas que vão pro Campo de Santana e Caximba (além da V. Tupi em Araucária) deveriam ter sido seccionadas no Tatuquara. Me refiro aos alimentadores Rio Bonito/Pinherinho, Rio Bonito/CIC, Pompéia/Janaína, Rurbana (antiga Pompéia/Rurbana), Caximba/Olaria e Tupi/Juliana (essa última entra em Araucária; no horário de pico há um reforço, a V. Juliana, que faz o mesmo trajeto até a divisa mas não a cruza, o ponto final é na beira do Rio Barigüi que separa os 2 municípios).
Nenhuma linha teve seu trajeto seccionado no Term. Tatuquara, pra ser alimentadora exclusiva desse. Do jeito que está o Tatuquara não é um terminal, e sim um empolado e exagerado ponto de parada.
Igual ocorreu em Colombo, na Zona Norte da Grande Curitiba. O Terminal Roça Grande (esq.) foi inaugurado em 2009, igualmente só como um exótico ponto de parada.
As linhas que passavam em frente passaram a entrar nele, mas não haviam opções relevantes de integração. Ficava vazio, todo mundo viu que não tinha utilidade. Levaram 7 anos pra corrigir.
Da mesma forma em Florianópolis, em 2003: havia um terminal que era só um ponto de parada das linhas que passavam em frente a ele, não tinha linhas alimentadoras nem troncais
E nesse caso não houve correção, esse – o Term. Saco dos Limões, na Ilha – e outros 2 terminais no Continente – Capoeiras e Jd. Atlântico – eram redundantes e tiveram vida curta, duraram poucos meses e encerraram as atividades.........
Ver que o terminal não funciona como devia foi triste. Não foi, porém, o único choque da ida a Extremidade da Zona Sul.
Já no bairro do Tatuquara mas antes do terminal constatei uma invasão surgindo. E bem grande, já deve estar perto de mil famílias.
Matérias sobre a região, as Zonas Sul e Oeste de Curitiba, que vêm passando pela onda de invasões.
- TATUQUARA, ZONA SUL: O TERMINAL QUE NÃO É TERMINAL - Radiografia completa do que foi resumido acima, o funcionamento errôneo do terminal e a invasão.
- A CURITIBA QUE NÃO SAI NA T.V.: COMPLEXO DA CAXIMBA, PONTA DA EXTREMIDADE SUL (Mostro a situação do bairro, que teve grande invasão em 2010, bastante ampliada desde então. Com uma pincelada no transporte coletivo).
– “Buraco do Tatu” (setembro de 2014): bem-vindo a Extremidade Sul da cidade, o bairro do Tatuquara. Pra quem não conhece Tupi-Guarani, "Quara" significa 'buraco'. E 'Tatu' é tatu mesmo.
– Expresso do Ocidente: Caiuá e imediações – CIC, S. Miguel e Augusta (junho de 2019).
Em 2015 houveram 3 invasões-gêmeas na divisa entre o CIC e o São Miguel. Estive lá pra documentar. Em maio de 19 retornei novamente munido de câmera pra acompanharmos como está a situação (ao lado). A região ganhou notoriedade nacional quando em dezembro de 18. Na ocasião um incêndio criminoso destruiu 300 casas na favela, como vocês devem ter visto na mídia.
– Curitiba Cresce pro Sul (mais uma compilação de material, publicado entre 2010 e 2014):
A Zona Sul tem 37,5% da população de Curitiba. Dos 10 bairros mais populosos, 6 ficam na Zona Sul, e mais uma pontinha do CIC também é na Z/S.
Agora reportagens do transporte curitibano:
Mostram, respectivamente, ônibus que começaram na capital do PR e depois foram vendidos pra outras cidades do mundo; E, inversamente, bichões que primeiro rodaram em outras terras e depois vieram pra cá.
De 2015 pra cá o sistema metropolitano da capital do PR passou a ser grande importado de busões usados. Isso é domínio público. Agora segura essa bomba: flagrei um Caio Gabriela Expresso operando na Costa Rica, América Central. O letreiro diz “020-Inter-Bairros 2”, entregando que ele é oriundo daqui de Curitiba.
Outra raridade postada na mesma reportagem: já na pintura do ‘Municipalizdo’ de SP. Letreiro: “203-Sta. Cândida/C. Raso”, articulado também ex-curitibano evidente.
E, o tema dessa postagem, Ligeirinho de Curitiba em plena Nova Iorque/EUA. A linha é ‘Lower Manhattan’.
Calma, como dito foi somente por uma
semana que eles rodaram lá. Uma exposição do novo sistema que estava
sendo implantado aqui. Só um espetáculo teatral, resumindo.
- OS "CURITIBOCAS" - Desenhos de Curitiba, inclusive de um bi-articulado em frente ao Passeio Público.
- ABRIU O BAÚ: OS ÔNIBUS METROPOLITANOS DE CURITIBA ANTES DA PADRONIZAÇÃO
Mais reportagens abordando o transporte Curitibano.
"Deus proverá"
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