quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Ho, ho, ho, chegou o Natal… e Papai-Noel veio pilotando um buso iluminado....na Grande Curitiba

 

 ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"

Origem das imagens: internet. Créditos mantidos.
 
Local: Grande Curitiba-PR.

Data: Novembro de 2019.

Viação: Nobel.

Carroceria: Marcopolo Torino '5'.

Motor: ???

Observações: Torino ‘5’ oficialmente é o Torino ‘2007’.

Fazenda Rio Grande, Zona Sul da Grande Curitiba, 2019.

Ainda está usando a segunda padronização metropolitana, que vigorou de 1996 a 2015, quando as linhas inter-municipais e mesmo as internas dos subúrbios metropolitanos ficaram iguais aos municipais de Curitiba, Alimentadores em laranja nesse caso.

Até 1992 ainda vigorava pintura livre. Desde então já houveram 3 padronizações no sistema de ônibus da Grande Curitiba: 

1 - A primeira durou apenas 4 anos de forma plena, de 92 a 96; os veículos foram pintados de forma unicolor conforme o município metropolitano que a linha serve.

2- Foi quando em 96 como dito, a prefeitura de Curitiba através da Urbs assume responsabilidade sobre o sistema metropolitano. Algumas linhas, as chamadas 'integradas', ficam com a pintura igual a da capital, como é o caso aqui: Expressos vermelhos (só há 1 Expresso metropolitano, o Pinhais/Rui Barbosa); Convencionais amarelos e Alimentadores laranjas;

3 - Ao mesmo tempo, algumas viações passaram a pintar parte da frota ou toda ela de bege no padrão Comec; em 2015 se tornou o padrão pra todas as linhas metropolitanas, exceto a Viação São José dos Pinhais que preferiu manter o vermelho da padronização de 92.

História dos ônibus em FRG.

No final dos anos 90 e na primeira década do novo milênio as 3 padronizações conviveram; a S. José, como acabo de dizer, se mantém no estilo adotado em 92 até hoje (escrevo em 22); as viações Samto Antônio, do Sul e principalmente a Castelo Branco mantiveram vários busões nas cores de 92 pela primeira década do século 21, a Castelo até o meio da segunda década.

Algumas viações desde os anos 90 padronizaram sua frota em bege: a viação Colombo, por exemplo, logo abandonou o roxo de 92; essa viação nunca teve ônibus nas cores da Urbs - idem a Castelo Branco, embora essa como dito demorou a padronizar em bege, usou por um bom tempo o verde de 92.

Outras, exatamente ao inverso, pintaram toda sua frota no padrão da Urbs: a viação Colombo, que também serve Colombo, foi o caso contrário, tinha toda a frota em amarelo, laranja e cinza no padrão curitibano até 2015; o mesmo vale pras empresas da Fazenda Rio Grande (foto principal da postagem) e viações Araucária, Tamandaré, Campo Largo e São Braz.

As 3 primeiras são Caios quando a Fazenda ainda era parte de Mandirituba.

Algumas empresas de ônibus, como a Piraquara e Viação do Sul, adotaram um modelo misto, algumas linhas no padrão Urbs e outras no padrão Comec.

3- Isso até 2015. A partir dessa data todas as linhas metropolitanas viraram beges, na 3ª padronização; há algumas exceções

O Expresso Pinhais/Rui Barbosa segue no vermelho padrão Urbs; a viação São José do Pinhais tem alguns poucos busões no bege/Comec e no laranja/Urbs, mas a maior parte de sua frota é no vermelho de 1992; e os Ligeirinhos metropolitanos são mistos, alguns ainda permanecem cinzas/Urbs enquanto que outros já estão no bege/Comec.

Aqui está escrito na lateral “Semi-Urbano”.

Claro que a transição é lenta. Posto esse texto em 2022, sete anos depois da retomada do sistema metropolitanos pela Comec - e ainda há diversos busões usando as cores da Urbs, especialmente os laranja alimentadores. Natural, custa caro repintar um articulado, e se ele já está chegando ao fim de sua vida útil melhor deixar ele rodar nas cores originais até sair do sistema.

Acima fiz apenas um resumo do que já detalhei com muitas fotos na matéria principal. Nessa mensagem vamos falar agora de um dos mais novos município da RMC, a Fazenda Rio Grande (FRG). Foi fundada em 1990, e a implantação oficial se deu em 1993.

Na Fazenda mas com pintura do municipal de Ctba. .

Fazenda Rio Grande se emancipou de Mandirituba, que por sua vez já havia se separado da própria S. J. dos Pinhais. Por isso escrevi uma matéria cujo título diz: “1953, FRG era SJP”.

Aqui o que nos importa é o transporte coletivo, então foquemos nisso. Mesmo antes de ser desmembrado como município autônomo, Fazenda Rio Grande ainda como distrito de Mandirituba já tinha linhas de ônibus ligando-a a capital do estado.

Quem operava era a viação Leblon. Repare no Bela Vista (que a legenda diz "História dos ônibus em FRG")., e no Gabriela logo a seguir.

A pintura é similar, perceberam. Apenas na 2ª imagem as as faixas superiores são em diferentes tons de verde, e tiraram as faixas inferiores.

1ª pintura dos municipais da Faz. Rio Grande.

Na foto que na vem sequência (o “semi-urbano”) as faixas permanecem mas ao invés do verde são nas cores amarela, laranja e vermelho.

Além disso, no Gabriela verde e branco consta o registro no D.S.T.C. (como já dissemos, antecessora da Comec como concessora do transporte inter-municipal da capital) como “Metropolitano“.

no outro Gabriela está grafado “Semi-Urbano“. O que seria uma linha ‘semi-urbana’? Qual a diferença pra uma ‘metropolitana’? Não sei te dizer.

Quando a Fazenda se emancipou, nos anos 90, passou por forte crescimento demográfico.

1ª pintura da linha integrada FRG/Pinheirinho.

Calcula-se que a população era de cerca de 20 mil habitantes em 1990, ano da secessão de Mandirituba. Em 2000 já eram mais de 60 mil fazendenses, ou seja triplicou em uma década. Em 2000 eram 81 mil. 

Mas a Fazenda estava apenas se aquecendo. Entre 2010 e 2022 a Fazenda Rio Grande dobrou sua população em apenas 12 anos: foi de 81 pra 167 mil moradores!!!

Essas são as informações preliminares do Censo/22 que IBGE divulgou. Resultando que FRG multiplicou por 8 seus habirtantes em apenas 30 anos!!!

Sendo um subúrbio de uma metrópole de 3° mundo, é natural entenderemos que esse crescimento assombroso nem sempre foi totalmente ordenado.

Duas fotos dos Municipais da FRG no começo do séc. 21.

A Fazenda Rio Grande se desenvolveu muito nas últimas décadas, e sua infra-estrutura urbana melhorou ‘da água pro vinho’.

Hoje a maior parte de suas ruas já está asfaltadas, o que ainda não é a realidade de outros subúrbios metropolitanos.

Nos anos 90 não era assim, entretanto. Exatamente ao contrário, quase todas as ruas da FRG eram sem pavimentação.

Além disso, como a demanda crescia muito, ônibus chegavam usados a FRG de outras partes do Paraná e do Brasil e pelo menos a princípio operavam ali sem serem repintados.

Ficava os verdadeiro ‘balaio de gatos’. Eu mesmo andei na Fazenda Rio Grande, no meio dos anos 90, num Mafersa ex-SP, que ainda ostentava a pintura ‘Municipalizada’ paulistana.

Hoje os busos fazendenses usam a padronização metropolitana da Comec, unicolor bege.

Até mesmo no letreiro ainda estava escrito a linha que o busão operou por último em SP, senão a memória não me trai era ‘Jardim Maracá’.

A linha correta, que o latão cumpria na Grande Curitiba, vinha escrito a mão num papel colado no para-brisas.

FRG com pintura do municipal de Curitiba.

A Fazenda Rio Grande se desenvolveu muito nas

Bem, um pouco mais pro alto a direita vemos um busão com a pintura do municipal de Curitiba rodando na Fazenda (um Gabriela amarelo de costas numa rua de terra, busque pela legenda).

Na época o transporte ainda não era integrado. Então não, não é que esse buso era alimentador da rede integrada. É ‘Tabela Trocada’ mesmo.

Porém ainda na década de 90 a Fazenda padronizou a pintura do transporte coletivo. Uma das primeiras padronizações é a vista no Comil, o que faz a linha ‘Nações-2’ na foto um pouco acima, saia verde e blusa vermelha. Depois veio a que perdurou até o começo da década de 10 do século 21, saia amarela e blusa branca (outro Comil, alias).

A seguir os busos de FRG adotaram as mesmas cores do municipal de Curitiba. A esquerda esse Ciferal ainda tem o amarelo dos Convencionais da Urbs, mas faz linhas metropolitanas/suburbanas (no caso FRG/Areia Branca, que fica em Mandirituba), por isso a entrada foi invertida pra trás.

A direita uma imagem pré-2015: as linhas "não-integradas" eram em bege - o Reunidas a frente - mas mesmo assim traziam o logo da Urbs. As linhas "integradas" eram nas cores da Urbs - alimentadores laranjas no Terminal da Fazenda Rio Grande, ao fundo. Hoje (22) esses mesmos alimentadores também estão ficando beges, ainda há uns poucos em laranja.

Pois, dizendo ainda mais uma vez, perto da virada pra década de 20 o bege metropolitano que é tema dessa reportagem.

Feliz Natal e bom Ano-Novo a todos.

Matérias sobre o transporte metropolitano em Curitiba:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Em 1993 o 1º articulado metropolitano em Pinhais: a viagem custava Cr$ 17.000,00.

 

 


 ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"


Origem das imagens: internet. Créditos mantidos.
 
Local: Grande Curitiba-PR.

Data: 1993.

Viação: Expresso Azul.

Carroceria: Marcopolo Torino '2' - articulado.

Motor: Volvo.

Observações: 'Torino 2', aquele que como marca indelével tinha o letreiro saltado no teto,oficialmente é o Torino '1989'.

Terminal Autódromo, Pinhais, Zona Leste da Grande Curitiba, 1993. Torino '2' articulado na recém-implantada pintura padronizada metropolitana da capital do estado, fazendo a também então nova linha troncal ligando esse município ao Centro de Ctba. .

LOUCOS ANOS 90:

A HIPER-INFLAÇÂO BRASILEIRA NOS ÔNIBUS DA ZONA LESTE

Então. Entre muitas outras inovações o governo do estado determinou ainda no fim da pintura livre um adesivo no vidro informando o valor da tarifa, mantido no começo da padronização

A Comec trouxe essa característica de São Paulo e outras cidades, isso nunca havia existido por aqui.

Exatamente por não ser orgânico o enxerto foi rejeitado. A novidade logo foi abandonada, mas por um tempo existiu.

E existiu em tempos que a inflação estava na estratosfera. Os preços subiam sem nenhum tipo de controle.

Todo colorido, em verde e amarelo acima um Torino ‘1’ da Viação Piraquara, ainda na pintura livre; a tarifa é 23 Cruzeiros.

Terminal Guadalupe, 2022.

Agora o negócio ficou maluco: na imagem maior sob a manchete destaquei essa situação: agora a viagem custa "simplesmente" Cr$ 17.000. Sim, 17 mil por uma viagem de ônibus urbano.

A seguir outro articulado Torino ‘2’ da Exp. Azul já padronizado. Mesmo modelo, pintura, linha e viação. Mas a foto foi feita uns meses depois.

Com o Real, em 1994 a tarifa da mesma linha vai pra 32 centavos (esq.). De 17.000 pra 0,32 em pouco tempo…

1ª padronização, 1992: busos unicolores conforme a região.

Colocado esse detalhe, vamos falar melhor sobre os ônibus metropolitanos de Curitiba, que tiveram pintura livre até 1992.

E atualmente quase todos os ônibus metropolitanos são beges, confira a direita.

Há algumas exceções. Em todo caso, sigamos a linha do tempo.

Já houveram por 3 padronizações nesse modal (atualizo em 2022).

1-Amarelo: Tamandaré, RBS, Itaperuçu e C. Magro.

1ª padronização (1992 a 1996): a cidade foi dividida por regiões, conforme o mapa.

Os busos ficaram unicolores, como os municipais da capital, mas num esquema de pintura diferente.

A maioria das linhas foi pintada na cor da região; mas haviam cores especiais pra categorias especiais (linha ‘integradas’, ‘perimetrais’, etc.) .

2-Roxo, Colombo e Bocaiuíva do Sul.

Nas próxs. 7 fotos a partir desse buso amarelo as faixas da padronização de 1992, no começo com inscrição ‘Metropolitano’ e numeração de 4 dígitos a dir.; o 1º dígito indicava a faixa:

Algumas poucas linhas deveriam ser beges. No entanto o bege foi se tornando gradualmente dominante.

Tanto que na 3ª padronização, a partir de 2015, toda frota metropolitana ficou nessa cor.

3-Verde: Camp. Gde. do Sul e Quatro Barras.

2ª padronização (1996-2015): boa parte das linhas metropolitanas adotou a mesma pintura por categoria do municipal de Curitiba.

Pois a prefeitura da capital assumiu o gerenciamento delas. Mas calma que a coisa não foi tão linear assim.

Nessa época, a virada pro novo milênio e primeira década deste, as três padronizações conviveram nas ruas:

4-Azul-escuro: Piraquara e Pinhais.

As linhas gerenciadas pela Urbs (pref. de Ctba.) ficaram com as mesmas cores do municipal da capital:

‘Expressos’ vermelhos, ‘Convencionais’ em amarelo, ‘Alimentadores’ em laranja e ‘Ligeririnhos’ pintados de cinza.

(Não haviam Inter-Bairros verdes metropolitanos, muito menos qualquer outra categoria como Circular-Centro, Inter-Hospitais, etc.).

5-Vermelho, S. J. dos Pinhais.

Muitas viações padronizaram quase toda a sua frota (ou ao menos a imensa maioria dela) no padrão da Urbs.

No entanto outras preferiram não adotar esse esquema.

A Viação São José dos Pinhais (até hoje) e a Castelo Branco (até 2012) preferiram continuar usando a cor determinada em 1992, vermelho e verde respectivamente.

6-Azul-claro: Fazenda R. Grande e Araucária.

Enquanto que outras, notadamente a Viação Colombo, se anteciparam ao que viria e pintaram toda sua frota de bege.

3ª padronização (a partir de 2015): o governo do estado retoma o controle sobre as linhas metropolitanas, e padroniza todas as linhas inter-municipais em bege.

Com exceção novamente da viação São José dos Pinhais.

Que mais uma vez prefere manter quase toda sua frota em vermelho.

7-Bege-escuro ficou pra Campo Largo e Balsa Nova.

(A S. José tem alguns ‘carros’ no laranja da Urbs e no bege da Comec, mas são exceções.)

Dentre todas as linhas das demais empresas apenas o Expresso Pinhais/Rui Barbosa, que é feito por bi-articulados, permanece vermelho.

Parte dos Ligeirinhos metropolitanos ainda são cinzas, mas mesmo alguns nessa categoria agora já são beges.

 Matérias sobre o transporte metropolitano em Curitiba: