A foto acima é de autoria própria, e portanto de livre circulação desde que os créditos sejam mantidos. A imagem abaixo é pertencente ao portal Ônibus Brasil. Créditos mantidos. Visite as fontes.
Local:
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Curitiba-PR.
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Viação:
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Glória
(acima) e Cristo Rei (abaixo).
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Data:
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Fevereiro
de 2020 (acima) e dezembro de 2009 (abaixo).
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Carroceria:
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Neobus
micrão (a 1ª imagem) e Marcopolo micro (a 2ª).
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Motor:
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???
(prov. Mercedes-Benz?).
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Observação:
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Tomada
abaixo nos últimos dias de 2009. No ano seguinte veio a
“licitação” que re-ordenou o transporte em Curitiba.
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Na
tomada no topo da página:
bairro Cristo Rei, Zona Leste de Curitiba, fevereiro de 2020. Busão
da
linha Cajuru
na Avenida
Mal.
Castelo Branco.
Num aparente paradoxo, não passa no bairro de mesmo nome,
após o C. Rei tem seu ponto final no vizinho Capão
da Imbuia. Mas
um dia passou.
O ônibus
não mudou o trajeto:
o
Capão da Imbuia se separou do Cajuru em 1974.
O Cajuru um dia foi muito maior, e englobou boa parte da Zona Leste Curitibana. O Hospital Cajuru hoje não faz parte do bairro Cajuru, mas um dia fez.
Conforme a cidade foi se urbanizando em sua porção oriental, diversos bairros foram se emancipando do Cajuru (os atuais Cristo Rei, Jardim Botânico, Capão da Imbuia, quem sabe outros também).
Antigamente
a linha era da viação Cristo Rei, e já no século 21 chegou a ser
operada por micro-ônibus.
Hoje a linha é feita por
‘micrão‘. E
é da Glória, que após
a “licitação” de 2010 e a falência da Marechal logo a seguir
se tornou a maior viação de Curitiba, com 3 garagens.
Até 1992,
Curitiba contava com 9 empresas
de ônibus:
– Glória –
Zona
Norte:
Juvevê, Ahú, Cabral, Bacacheri, Boa Vista, Santa Cândida, Barreirinha, Cachoeira, Abranches e imediações;
– Luz – 2
faixas.
Uma na Zona
Leste: Bairro
Alto, Tarumã, Hugo Lange, Jardim Social e entorno.
E outra na Zona
Oeste: pedaços do
Campo Comprido e Cid. Industrial e entorno;
– Cristo Rei
– Zona Leste:
Cristo Rei, Jardim Botânico, Jardim das Américas, Capão da Imbuia, Cajuru, etc;
– Marechal
– 2 faixas.
Uma na Zona
Leste: Guabirotuba e
Uberaba (atendia também o Parolin, Zona Central).
E outra
na Zona Norte: Pilarzinho
e região;
– Carmo –
Zona Sul: Vila Hauer,
Boqueirão, Alto Boqueirão, partes do Xaxim e Sítio Cercado,
essa área;
– Redentor
– Zona Sul:
Vilas Guaíra e
Lindóia, Água Verde, Portão, Umbará, Caximba, Tatuquara,
Capão Raso, Pinheirinho, partes da Cid. Industrial, Sítio Cercado e Xaxim, e
bairros vizinhos;
– Água
Verde – Zona Oeste:
Fazendinha, Vila
Izabel, seções da Cid. Industrial e Campo Comprido, e partes
próximas;
– Auto Viação Curitiba
– Zona Oeste:
Bigorrilho, São Braz, Mossunguê, Campina do Siqueira, Orleans, partes do Campo Comprido e
Cid. Industrial, Santo Inácio, e entorno;
– Mercês –
Zona Oeste:
Mercês, Santa Felicidade, Butiatuvinha e bairros próximos.
………
Passando a régua,
2 empresas serviam a Z/N, 3 a Z/L, 2 a Z/S e 3 a Z/O.
Note que a Luz e
Marechal tinham fatias em duas zonas distintas cada, ou seja, serviam
partes da cidade diametralmente opostas.
A Redentor era a maior viação.
Por pegar boa parte da Zona Sul, que é a mais populosa e disparado onde mais gente usa ônibus.
O que gerou uma
cisão em 1992 onde surgiu a Cidade Sorriso. A própria Redentor cedeu parte da sua área de atuação e alguns ônibus de sua frota, a Glória também enviou veículos pra colaborar no surgimento da nova empresa.
Redentor, Glória, Marechal e agora a Cidade Sorriso são dos Gulin, família que há décadas têm forte presença no ramo em Curitiba. Isso falando apenas do sistema municipal, a Santo Antônio de Colombo e Viação do Sul de Rio Branco do Sul (ambos os municípíos na Zona Norte da Grande Curitiba) também são do grupo.
Do transporte metropolitano já falamos em outras oportunidades, com muitas fotos. Aqui, vamos nos ater ao modal municipal da capital.
Com suas 4 empresas, os Gulin controlavam cerca de 50% da frota. Repetindo, Redentor, a recém-fundada (em 1992) Cidade Sorriso - ambas na Zona Sul - e mais a Glória e Marechal na Zona Norte são deles.
Mercês, Luz, Cristo Rei, Carmo, Água Verde e A.V. Curitiba eram independentes.
Veio a "licitação" de 2010 (entre aspas por algum motivo, deixo pra você decifrar) e a Luz, Água Verde e A.V. Curitiba desaparecem, são absorvidas por grupos maiores, o próprio conglomerado Gulin e mais o grupo que controla as viações Tamandaré e Campo Largo, com sede na região metropolitana mas que também operam no municipal da capital.
Com isso os Gulin passam a deter nada menos que 70% da frota de Curitiba.
A Carmo já era da A.V. São José dos Pinhais, do homônimo município da Zona Leste metropolitana, mas até então tinha seu CNPJ próprio. Após a "licitação" é incorporada oficialmente a São José, sendo agora denominada 'São José Urbana'.
A Cristo Rei ainda existe, mas ela igualmente faliu. Mudou seu CNPJ pra CCD e adentrou um "plano de recuperação judicial".
A Água Verde foi comprada por outra viação metropolitana, a Expresso Azul de Pinhais (na Zona Leste).
A Luz foi dividida entre a Glória, Marechal e a Santo Antônio, todas dos Gulin.
Na "licitação" uma das que mais cresceram foi a Marechal, que era a menor entre as do grupo Gulin. Antes ela não tinha articulados e muito menos bi-articulados. Continuou sem bi-articulados, pois a Marechal não opera ônibus expressos. No entanto passou a contar com articulados.
Acontece que na sequência a própria Marechal também faliu, e em 2016 foi adquirida pela Glória. Assim a Glória se tornou a maior viação de Curitiba, com 3 garagens (sua matriz na Av. Paraná, quase ao lado do Terminal Boa Vista; a antiga garagem da Marechal no Bom Retiro e a da Luz no Bairro Alto).
A Glória assumiu as linhas da Marechal (Zona Norte), da A.V. Curitiba (Zona Oeste) e partes das linhas da Cristo Rei e Luz (na Zona Leste). Assim a Z/N agora é inteira dela, e também roda nas Zonas Leste e Oeste de Curitiba.
Por isso vemos um busão da Glória indo pro Capão da Imbuia, Zona Leste.
Matérias sobre o tema (após as ligações há mais uma foto, pra relembrarmos quando os ônibus que passavam no bairro do Cristo Rei eram da viação Cristo Rei):
– FESTA NO CRISTO REI (FALO TAMBÉM DO JARDIM BOTÂNICO E ATÉ DO ALTO DA XV).
Publicado em 2016 somente com alguns desenhos. Em outubro de 2020 fiz uma reformulação maciça. Adicionei uma grande quantia de fotos e texto, tornando a postagem uma reportagem de verdade.
Abordo igualmente o vizinho Jardim Botânico, cuja cúpula de vidro é o cartão-postal mais famoso de Curitiba.
- POR QUE O HOSPITAL CAJURU NÃO É NO CAJURU? E SIM NO CRISTO REI
Não é hoje, mas um dia foi. Entretanto, o mais incrível vem agora: os prédios do complexo hospitalar estão exatamente no mesmo lugar que sempre estiveram. Foi o bairro do Cajuru quem ‘se mudou’ - na verdade foi perdendo território conforme outros bairros se emancipavam dele.
Nesse texto de agosto de 2010 abrimos os arquivos da colonização da Z/L nos século 20 pra explicar como isso se deu.
- 'LESTE', 'NORTE', 'OESTE', 'SUL' E 'BOQUEIRÃO: ÔNIBUS DE CURITIBA, ANOS 80.
(Radiografia completa, todos os modais: Expressos, Convencionais, Intrer-Bairros, Alimentadores, Circular-Centro, Ligeirinhos, e mesmo outros que já foram extintos.)
Agora as linhas metropolitanas:
Mais reportagens abordando o transporte Curitibano.
Usei seu trabalho como base pra fazer uma matéria em minha página, acrescentando mais fotos e informações.
Tudo somado, os 88 busos eram nessas configurações:
– 12 Caios Amélia (11 Scania e 1 Volvo)
– 26 Marcopolos Torino (todos Volvo)
– 50 Ciferal Alvorada (idem, 100% Volvo).
Vendo pelo fabricante de motor, repetindo, foram 11 Scanias (todos eles Caio Amélia e com o eixo a frente da porta) e 77 Volvos (sendo 1 Caio Amélia, 26 Marcopolos Torino e 50 Ciferal Alvorada, todos com o eixo na posição ‘normal’, atrás da porta).
Esse é focado nos ônibus. Falo bastante da cidade de Curitiba, principalmente de um fato curioso:Azul é a cor mais comum de ônibus pelo mundo afora.
No entanto, só em 2011 a capital do Paraná foi ter busos nessa cor. A vai durar pouco. Os ‘ligeirões’ comprados a partir de 2018 voltaram a ser vermelhos.
Assim, em algum momento na década de 20, a frota azul adquirida em 2011 será substituída.
Curitiba deixará então de ter busos celestes, e então nãos os terá nem no municipal tampouco no metropolitano. Alias esse tema já nos leva a próxima matéria.
Foram 4, começou vermelho, já tentaram fazer Expressos laranjas (dir.), cinzas (esq.) e azuis, mas sempre voltam a ser vermelhos.
Ficou pronto em 2006, mas ficou 3 anos fechado, só sendo inaugurado (de forma errada) em 2009.
Somente em 2016 o Roça Grande se transformou num terminal de verdade.
Com linha troncal sendo feita por articulado e linhas alimentadoras com integração de fato.
Fotografei um articulado Caio ex-BH chegando no Terminal Roça Grande vindo do Centrão de Ctba. . Isso nos leva as duas próximas matérias.
Até 2015, a prefeitura de Curitiba controlava também boa parte do transporte metropolitano.
Então era proibido trazer ônibus usados, tinha que ser sempre 0km.
Nesse ano houve o rompimento. As linhas inter-municipais voltaram pra alçada do governo do estado.
Com isso, Curitiba passou a ser grande importadora de busões de outros estados.
Onde operou sem repintar por conta de uma homenagem que uma viacão sergipana faz a Pernambuco.
Depois veio pra Grande Curitiba, sendo enfim repintado no padrão metropolitano.
E assim, no bege da Comec, foi deslocado pra Itajaí/SC.
Mostro vários outros exemplos que nas viações metropolitanas a importação de ônibus usados virou rotina em Curitiba.
Especialmente entre os articulados, mas chegou ma leva de ‘carros’ curtos também.
Desde o tempo da ‘jardineira’ “Pro-Parque” e da linha “Volta ao Mundo“, que foram suas predecessoras. Passando pelo momento que a Linha Turismo ainda era feita com velhos ônibus de 1-andar. A Linha Turismo não era vista com tanta importância.
Por isso os ‘carros’ que nelas serviam eram aposentados das linhas convencionais, reformados pra mudarem as janelas e os bancos. Só depois chegaram os busões 0km especialmente pra Linha Turismo; Primeiro ainda com 1 andar mesmo, e mais recentemente os famosos 2-andares.
- OS "CURITIBOCAS" - Desenhos de Curitiba, inclusive de um bi-articulado em frente ao Passeio Público.
"Deus proverá"