quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Teleférico nas favelas do Rio? O sonho acabou!!!

 


ACESSE A "ENCICLOPÉDIA DO TRANSPORTE URBANO BRASILEIRO"

 

  Origem da imagem: internet.
Local:
Rio de Janeiro.
Data:
1ª metade da década de 10 (do século 21, evidente).

Complexo de favelas do Morro do Alemão, Zona Norte do Rio, com o teleférico operando, o que ocorreu entre 2011 a 2016: com a Copa e Olimpíada, o Rio de Janeiro sonhou que os dias gloriosos retornariam. Passados esses eventos, o dinheiro minguou e a dura realidade chegou pra ficar.

O teleférico do Morro da Providência, no Centro (que oficialmente é a primeira favela do Brasil), teve vida ainda mais curta, só funcionou por 2 anos, de 2014 a 2016. Somente no período da Copa e Olimpíada.

Foram investidos nada menos que R$ 328 milhões nos dois sistemas, 253 milhões no Alemão e outros 75 na Providência. Tudo jogado no lixo. 

Nem tudo foi perdido, claro. 3 melhorias importantes no transporte público se mantiveram

- Expansão do metrô por toda Zona Sul e chegando a Zona Oeste (a estação-terminal é no Jardim Oceânico, perto da Barra da Tijuca);

- Implantação do sistema 'Expresso' (hoje se usa a sigal em inglês 'BRT') 'Trans-Carioca' e suas extensões, com articulados, corredores e terminais integrados - serve as Zonas Oeste e Norte, não chega ao Centro nem a Zona Sul, sendo que nessa última é que estão a maioria dos empregos

 - VLT no Centro - moderno, limpo e não-poluente. Um oásis de eficiência no Centrão, que no geral está com algumas partes muito degradadas. Porém o trajeto do V.L.T. (Veículo Leve sobre Trilhos, o 'metrô leve') é muito curto, apenas do Porto ao Aeroporto Santos Dumont. Por conta disso o número de passageiros, e consequentemente a arrecadação, está muito abaixo do planejado.

Breve publico matéria específica sobre o transporte carioca, abordando todos os modais, do metrô as barcas, das vans ao VLT e além. Aqui, nosso foco são os teleféricos. Em 2011 o do Alemão foi inaugurado com grande alarde, e em 2014 foi a vez do da Providência entrar em ação.

A dura realidade: em 16, assim que houve a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos, o serviço nos teleféricos foi suspenso ‘temporariamente pra manutenção’, e nunca mais voltou. Os equipamentos são importados da Áustria e hoje estão imprestáveis, pois foram abandonados ao relento.

As 2 imagens mais conhecidas do Rio são o Cristo Redentor e o Pão-de-Açúcar, evidente. Pois bem. O Pão-de-Açúcar é servido por um teleférico, esse turístico, como todos sabem.  No começo da década de 10 se imaginava que as favelas cariocas poderiam dispor do mesmo padrão de conforto.

No entanto acabou assim: as estações de teleférico dos Morros da Providência e Alemão foram abandonadas. Abandonadas e usadas como depósito de lixo, até vasos sanitários são depositados ali. Mais de 300 milhões jogados no ralo

Depois não entendem porque a cidade está quebrada . . . 

Publiquei matéria específica sobre o transporte carioca:

- O TRANSPORTE NO RIO: BONDE ANTIGO, BONDE MODERNO (VLT), AMPLA REDE DE TRENS DE SUBÚRBIO, METRÔ, BARCAS, POUCOS ARTICULADOS E CORREDORES:

TELEFÉRICOS, BI-ARTICULADOS E PADRONIZAÇÃO DE PINTURA VIERAM MAS DURARAM POUCO (outubro de 2021) –

Houve enorme esforço de modernização pra Olimpíada, e alguns dos benefícios se mantiveram:

Ampliação do metrô, VLT, integração no cartão, elevador no Morro Santa Marta, e o próprio BRT, que na orla funciona bem.

Por outro lado o dinheiro acabou, situação já presente após o Rio-16, e que se agravou muito com a epidemia.

Vários setores do transporte coletivo carioca estão a beira do colapso, como alias também outras áreas como saúde, segurança e a própria governabilidade política.

O teleférico nos morros do Alemão e Providência, os bi-articulados e a padronização de pintura já se foram.  A continuidade de todos os demais modais está ameaçada.

Além dessa radiografia do presente, traço uma perspectiva histórica do século 20, com ênfase especial dos anos 70 pra cá.

CONFIRA A SÉRIE SOBRE O RIO DE JANEIRO:

021: A CIDADE É MARAVILHOSA MAS . . .  SE LIGA MEU IRMÃO!!!

Que a situação está complicada e de forma multi-dimensional não é segredo pra ninguém. Não o menor dos problemas é a violência urbana, evidente. Faço uma breve retrospectiva histórica mostrando as origens dessa triste situação.

 
Uma cidade ocupada militarmente, foi o que vi em setembro/2020. A impressão é que havia desembarcado em Bagdá/Iraque ou Cabul/Afeganistão. Relato com muitas fotos de uma realidade impressionante.

- Como já dito, logo solto reportagem específica sobre o transporte, com dezenas de fotos.

Outras postagens sobre o mesmo tema:

- CAPELINHA: RIO, SP, B.H., BELÉM E POA; PLACA NO ALTO: ESTAMOS NO SUDESTE

Quem tem perto de 40 (escrevo em 2021) vai lembrar quem em muitas cidades antigamente os busos tinham ‘capelinhas’ – letreiro menor no teto pro nº da linha. Muito comum no Rio e SP, sendo que no rio quase oni-presente até os anos 80 e começo dos 90.

Mostra o Sudeste e mais Belém-PA, Porto Alegre-RS e até Brasília-DF (onde houve esse apetrecho em maior escala), além de dar um panorama global.

Falo também de um costume, nos anos 70 e 80 típico do Sudeste Brasileiro e também presente no Chile e Argentina: pôr a chapa na grade de respiração do motor, e não no espaço próprio pra isso no para-choques.

 

DEUS É UM CARA GOZADOR E ADORA BRINCADEIRAS (mostro situações irônicas nos ônibus, e no caso do Rio abordo o sistema de Expressos e alimentadores do Trans-Carioca; também flagrei e relato curiosidades em Atibaia-SP, na Argentina e na Paraíba) 
  
DO 'FAIXA AZUL' AO FAIXA PRETA': OS VOVOS DO SÉCULO 20 (Centrado mais nos caminhões, mas falamos também dos ônibus, um pouco do Brasil - ali está postada a foto de um bi-articulado operando no Rio - e especialmente do Peru)


"Deus proverá"